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sábado, outubro 15, 2022

 

OS ALTOS E BAIXOS DA LINHA DO ALTO

INTRODUÇÃO

Muitos visitantes do SDR tiveram a oportunidade de fazer o belíssimo passeio até o Alto da Boa Vista, nos bondes da Light/CTC. 



Poucos sabem a odisséia que foi construir a linha do Alto da Boa Vista. Ao assumir o serviço de bondes do Rio de Janeiro em 1907 a Light já encontrou tudo pronto. A postagem de hoje é sobre o histórico dessa linha. O conteúdo descreve três fases: a da construção da linha, a de sua operação e a de sua extinção. E finaliza narrando a ida de um grupo de bondes para museus americanos.

O texto é uma condensação do conteúdo dos sites do Allen Morrison e do Marcelo Almirante, além de alguns dados frutos de pesquisa feita pelo Allen e por mim, em 2017, e que não foram publicados em virtude do falecimento dele, em 06/01/2018. Não é um texto curto, mas creio que vale a pena ser lido em sua totalidade.

 

----- FASE DE CONSTRUÇÃO DA LINHA -----

Construir e implantar a linha do Alto da Boa Vista foi uma realização prodigiosa, consumiu décadas e levou à falência várias empresas que se dedicaram a ela. Inúmeros foram os planos de implantação que ficaram apenas no papel, nunca tendo sido levados a cabo.

A seguir estão descritas as várias tentativas de tornar realidade o ambicioso projeto.

 

---------  1ª TENTATIVA  (1856 - 1866)  ---------

COMPANHIA DE CARRIS DE FERRO DA CIDADE À BOA-VISTA NA TIJUCA

Em 29 de março de 1856 o escocês aqui radicado Thomas Cochrane obteve a concessão para construção de uma linha de carris de ferro entre o Largo do Rocio (atual Praça Tiradentes) e o Alto da Boa Vista.


Em 26 de março de 1859, com a presença do Imperador D. Pedro II, foi inaugurada a primeira seção da linha, entre o Largo do Rocio e a Raiz da Serra da Tijuca, numa extensão de 7km. O trajeto era: Praça Tiradentes, rua da Constituição, Visconde de Itaúna, Machado Coelho, Haddock Lobo e Conde de Bonfim. A foto abaixo mostra o certificado referente à companhia. O veículo nele mostrado é apenas uma ilustração, não correspondendo ao tipo de veículo adotado pela companhia. 


Os trilhos na rua Conde de Bonfim somente foram assentados até o local denominado "Agostinho", próximo à atual Usina. A parte da serra não tinha ainda começado. A companhia operava com apenas 2 carros, acrescidos de mais 2 em fins de 1859. A receita era pouca para dar conta da manutenção da infraestrutura.

Em 1861 o Barão de Mauá (Irineu Evangelista de Souza) assumiu a empresa e conseguiu a  mudança da tração animal para a de locomotivas a vapor.


Em 1862 a empresa recebeu quatro locomotivas, batizadas como Manoel Felizardo (Ministro da Agricultura da época), Irineu, Viriato e Ajudante. Abaixo, a foto de uma delas.


Em 1864 os trilhos foram prolongados até a Raiz da Serra. Porém, em virtude de vários acidentes provocados por falta de manutenção das linhas, associados a uma grande dívida hipotecária e à falta de recursos da empresa, foi decretada sua insolvência em 28 de novembro de 1866. 

 

--------  2ª TENTATIVA  (1881 - 1883)  -------

(nome de empresa desconhecido)

Em 1881 abriu-se concorrência para concessão de uma estrada de ferro que partiria da estação terminal dos bondes de tração animal da Companhia Ferro Carril de São Cristóvão, perto da Raiz da Serra, até o Alto da Boa Vista. Só a parte da serra, portanto.

Em 7 de janeiro de 1882  os empresários G. Finnie Kemp e João Whyte ganharam a concorrência. O sistema proposto seria o de cremalheira, posteriormente considerado inviável em virtude da natureza do terreno. Foi proposto o sistema padrão das ferrovias, subindo pelo centro da Estrada Nova da Tijuca (atual avenida Edison Passos).

O governo não aprovou o traçado, pois impediria o tráfego de veículos. As plantas foram refeitas, colocando o leito da ferrovia junto a uma das margens da estrada. Mas isso também foi reprovado pelo governo, por motivo que não conseguimos descobrir.

Foi proposto então um traçado pela Estrada Velha da Tijuca, usando o sistema de cabos subterrâneos tracionadores dos bondes, o mesmo em operação em San Francisco. Esse sistema também foi recusado, em virtude da existência de curvas acentuadas no trajeto que impossibilitariam o correto funcionamento dos cabos.

Em 31 de dezembro de 1883 os empresários desistiram do empreendimento, que nem saiu do papel. 

 

-------------  3ª TENTATIVA  (1884)  -----------

COMPANHIA FERRO-CARRIL DE SÃO CRISTÓVÃO

Em abril de 1884 a companhia São Cristóvão requereu ao governo a autorização para prolongar até o Alto da Boa Vista sua linha que terminava na Raiz da Serra. Propunha usar o sistema de cabos subterrâneos e pedia o privilégio de 50 anos para a linha inteira, desde o Largo de São Francisco até o Alto da Boa Vista. O governo fez a contraproposta de privilégio apenas para o ramal da serra, não se chegando a acordo. 

 

--------  4ª TENTATIVA  (1886 - 1890)  --------

ESTRADA DE FERRO DO NORTE

Essa companhia era do ramo das ferrovias, e resolveu entrar no ramo de bondes. Em 23 de janeiro de 1886 foi concedida a ela a autorização para construção de um ramal entre a Raiz da Serra e o Alto da Boa Vista. O trajeto total se dividiria em duas seções: a primeira iria da rua Mariz e Barros até a estação terminal da Companhia São Cristóvão, próxima à Raiz da Serra; a segunda iria serra acima, ao longo da Estrada Velha da Tijuca.

Em 8 de agosto do mesmo ano foram aprovados os estudos apresentados pela companhia, abrangendo uma extensão total de 7.900m.

As obras deveriam ter início no prazo de 1 ano, o que não ocorreu. Dois adiamentos foram aprovados, e somente em 21 de janeiro de 1888 foram iniciados os trabalhos no trecho da Raiz da Serra até o Alto da Boa Vista, via Estrada Velha da Tijuca. Preferiu-se começar por essa seção em virtude da possibilidade de junção da linha da serra com a da Companhia São Cristóvão, eliminando-se assim a seção entre a rua Mariz e Barros e a Raiz da Serra.

Em 4 de outubro de 1890 o governo, a pedido da própria Estrada de Ferro do Norte, autorizou-a a transferir a concessão para a nova empresa Estrada de Ferro da Tijuca.

 

--------- 5ª TENTATIVA  (1890 - 1903)  -------

ESTRADA DE FERRO DA TIJUCA

A empresa, fundada em 04 de outubro de 1890, propôs um trajeto pela Estrada Nova da Tijuca, com trilhos assentados na margem da via e deixando espaço suficiente para passagem de dois carros lado a lado. Em 05 de novembro de 1890 a companhia teve autorização para reduzir a bitola de 1 metro para 60 centímetros e optar entre locomotivas a vapor ou tração elétrica. A empresa optou pela tração elétrica.

Para tal, construiu uma usina termoelétrica no final da rua São Miguel, próximo ao entroncamento com a atual avenida Edison Passos. Também encomendou 12 bondes elétricos de bitola 600 mm, que chegaram em fins de 1891: os primeiros na América Latina.

Vide abaixo fotos da usina e da garagem dos bondes, em dois ângulos diferentes. A usina se situava aproximadamente onde hoje existe o Terminal Rodoviário da Usina e sua instalação numa área pouco povoada a colocava em destaque. Eis o motivo de aquela parte da Tijuca ter passado desde então a ser conhecida como Usina.




A foto abaixo mostra um dos bondes elétricos.


Os trilhos e a fiação foram estendidos 5km serra acima. Porém a empresa ficou sem dinheiro, encontrou problemas com a forte rampa, e em 1893 os trabalhos foram interrompidos.

Em 20 de janeiro de 1894 o governo declarou caduca a concessão da companhia. Um ano depois, em 15 de julho de 1895, retirou a caducidade, porém reduziu o privilégio de exploração da linha para 45 anos. Além disso, estipulou as seções em que a linha seria dividida, a saber (redação original):

1ª Secção - Entre a praça da Boa Vista e a casa das machinas na raiz da Serra da Tijuca.

2ª Secção - Entre a raiz da Serra da Tijuca e a rua de S. Christovão.

3ª Secção - Da rua de S. Christovão às immediações do Theatro S. Pedro de Alcantara, ou praça Tiradentes.

4ª Secção - Da praça da Boa Vista á antiga fazenda da Mooke.

Em 1897 o governo autorizou a empresa a mudar a bitola para 1,44m. Refeitas a fiação e a bitola, finalmente o primeiro bonde rodou da Raiz da Serra até o alto, em 14 de setembro de 1898. A 1ª Seção prevista estava concluída.

Partiu-se para a 2ª Seção. Trilhos e fiação foram estendidos ao longo das ruas São Miguel, Pinto Guedes e da atual rua Doutor Otávio Kelly, até o entroncamento desta com a rua Conde de Bonfim. Neste ponto construiu-se um abrigo para os passageiros que fossem fazer a baldeação para os bondes a tração animal da Companhia São Cristóvão, oriundos do centro da cidade. Esse abrigo ficou conhecido como Juncção do Electrico (grafia da época).

A inauguração desse trecho de 2.512 metros ocorreu no dia 16 de setembro de 1899.

Mapa da extensão da linha desde a Raiz da Serra até a rua Doutor Otávio Kelly, mostrando a usina termoelétrica numa extremidade e a Junção do Elétrico na outra.


Foto do abrigo conhecido como Juncção do Electrico.



Passageiros embarcados na Juncção do Electrico.



Em 22 de setembro de 1903 o governo passou a concessão da Estrada de Ferro da Tijuca para a Companhia São Cristóvão. 


----- FASE DE OPERAÇÃO DA LINHA -----


COMPANHIA SÃO CRISTÓVÃO (1903 - 1907)


Ao assumir a concessão, a companhia foi autorizada a mudar a bitola de 1,44m para 1,37m por ser esta a adotada por ela. Além disso, foi eximida de construir as 2ª e 3ª seções que compunham o projeto da concessão, desde que dentro do prazo de 16 meses a companhia tivesse eletrificado os trechos equivalentes a elas.

Os bondes foram pintados de amarelo (cor padrão da companhia). Na foto abaixo vemos um deles parado na Praça Afonso Vizeu, no topo da linha, em 1905. 


Abaixo foto publicada no jornal Gazeta de Notícias de 26 de agosto de 1906, mostrando a  baldeação na Juncção do Electrico. A qualidade é sofrível, tendo em vista o tempo decorrido.


 

COMPANHIA VILA ISABEL (1907)


Em 1907 a Companhia São Cristóvão autorizou a Companhia Vila Isabel a estender trilhos partindo da rua Barão de Mesquita ao longo da rua Uruguai e daí trafegar até o Alto da Boa Vista, usando a energia elétrica fornecida pela própria Companhia Vila Isabel, cessando assim o funcionamento da usina termoelétrica da rua São Miguel.

Em 8 de maio do mesmo ano a Companhia Vila Isabel inaugurou o tráfego direto entre a Praça Tiradentes e o Alto da Boa Vista, com tempo de viagem de uma hora, sem necessidade de baldeação na Juncção do Electrico, já que o trajeto era via ruas Barão de Mesquita, Uruguai e Conde de Bonfim.

Em 6 de novembro de 1907 a Light assumiu os serviços das companhias São Cristóvão, Vila Isabel e Carris Urbanos.

 

LIGHT (1907 - 1963)


Essa foi a fase mais duradoura e principal da linha do Alto da Boa Vista. Aqueles de nós que tivemos o prazer de andar na linha do Alto da Boa Vista certamente já o fizemos na época da Light ou de sua sucessora,  a CTC. O ponto final da linha, na planície, mudou da Praça Tiradentes para as Barcas e depois para a Praça da Bandeira, em 1955.

Abaixo, fotos de um bonde da linha no ponto final das Bascas e de um aguardando a passagem de outro num desvio, em 1957.




 

----- FASE DE EXTINÇÃO DA LINHA -----


COMPANHIA DE TRANSPORTES COLETIVOS (1964 - 1967)


Em 1º de janeiro de 1964 o Estado da Guanabara assumiu o serviço de bondes da Light e começou a extinguir paulatinamente as linhas. A do Alto da Boa Vista ainda demorou um pouco mais que as outras, por ter sido considerada turística. Doze bondes do tipo bataclã foram sendo totalmente reformados e receberam da população o apelido de Rita Pavone, nome de uma cantora italiana adolescente que fazia muito sucesso na época.

Os bondes antigos foram sendo paulatinamente substituídos pelos novos. Na foto abaixo, vemos um Rita Pavone cruzando com um de modelo antigo num desvio, em 1965. 


A foto abaixo mostra um Rita Pavone fazendo seu percurso em meio a paisagem idílica, em junho de 1965.


Durante o processo de extinção dos bondes operados pela Light, o trajeto da linha Alto da Boa Vista na planície foi paulatinamente encurtado: inicialmente passou a fazer a volta na rua São Francisco Xavier; depois, na Praça Saens Peña; finalmente, na Usina.

Uma trágica tempestade em janeiro de 1966 abalou o Rio de Janeiro, com vários deslizamentos de terra e desabamentos, afetando o percurso da linha. O tráfego foi suspenso durante quatro meses. Uma vez retomado, outra tempestade em janeiro do ano seguinte gerou idênticos problemas na cidade. A linha foi reaberta em março, operou intermitentemente com apenas dois bondes, e foi definitivamente extinta em 21 de dezembro de 1967. 

A estação onde os Rita Pavones eram guardados virou um cemitério. Vide foto abaixo.



---------- OS BONDES NOS EUA ----------

Em 1965, um grupo de museus de transporte norte-americanos, ao saber da extinção dos bondes no Rio, se apressou em comprar 12 deles, do tipo aberto nas duas laterais, modelo muito apreciado pela sua ventilação, sendo 10 da linha Alto da Boa Vista. 

As fotos  abaixo mostram os bondes ao chegarem a bordo do navio Loide-Honduras ao porto de Nova Iorque e depois sete deles sendo transportados por trem para museus de destino.




Alguns deles, ao longo dessas décadas, foram reformados nos EUA e rodam em épocas pré-agendadas nos terrenos dos museus; alguns nunca foram reformados e encontram-se em estado deteriorado nos galpões dos museus.

O mosaico de fotos abaixo mostra os seis reformados que rodam nos EUA.



O mosaico abaixo mostra os quatro bondes que nunca foram reformados. Alguns estão de tal forma depenados que certamente nunca voltarão a andar.




---------  FIM DA POSTAGEM  --------



segunda-feira, outubro 10, 2022

 MÚSICAS DA JUVENTUDE - ANOS '50 E '60

 

Essa postagem versa sobre as músicas e intérpretes que faziam sucesso na segunda metade dos anos 1950 e até cerca da primeira metade dos anos 1960. Não pretende ser um levantamento exaustivo nem completo. Boa parte dele é baseado nas minhas recordações, com algumas pitadas de dados pescados na Internet. Comentários com contribuições e correções serão bem-vindos.

Movimentos como a Jovem Guarda, a Beatlemania e o Tropicália não são abordados aqui, pois merecem postagens a eles dedicadas. Alguém se habilita a fazê-las?

 

INTRODUÇÃO

Da segunda metade dos anos 1950 até a primeira metade dos anos 1960, ritmos como o rock 'n roll, twist e baladas românticas dominavam o cenário musical da juventude brasileira. Ídolos norteamericanos como Elvis Presley, Neil Sedaka, Little Richard, Brian Hyland, Del Shannon e o canadense Paul Anka, entre outros, faziam sucesso mundial. Chubby Checker despontou com a música The Twist, em 1960, e com Let's Twist Again, no ano seguinte. Músicas por eles cantadas eram adaptadas para o português e interpretadas por jovens brasileiros, alguns fazendo também grande sucesso. Poucas músicas autenticamente brasileiras foram compostas, voltadas para a juventude da época.

Nas linhas seguintes vamos fazer um apanhado desses cantores brasileiros e respectivas músicas de sucesso. Apenas cantores solo constam dessa postagem.

 

1) CELLY CAMPELLO



Paulistana nascida Celly Benelli Campello, em 1942, iniciou a carreira artística aos cinco anos de idade. Cantou em rádios de Taubaté, tendo gravado o primeiro disco em 78 rpm no ano de 1958, juntamente com seu irmão Tony Campello. No mesmo ano estreou na TV Tupi, no programa Campeões do disco. No ano seguinte passou a ter programa próprio na TV Record, com o nome Celly e Tony em Hi-Fi.

Mas sua carreira explodiu mesmo em 1959, ao cantar a versão em português de Stupid Cupid, música de Neil Sedaka, aqui versada com o título Estúpido Cupido. O lançamento foi feito no programa do Chacrinha.

Outras músicas por ela interpretadas, embora sem o sucesso de Estúpido Cupido, foram as versões Lacinhos Cor-de-Rosa (Pink Shoe Laces) e Banho de Lua (Tintarella di Luna).

Em 1961, em votação popular conduzida pela Revista do Rock, foi eleita a Rainha do Rock.

Aos 20 anos, em 1962, no auge do sucesso, abandonou a carreira para se casar com seu namorado desde a adolescência, com quem viveu até falecer em 2003.

 

2) SÉRGIO MURILLO



Carioca do Catete, nasceu Sérgio Murilo Moreira Rosa, em 1941. Iniciou sua carreira no início dos anos 1950, no programa Trem da Alegria, comandado por Yara Salles, Heber de Bôscoli e Lamartine Babo. Passou por vários programas de várias emissoras de rádio e participou de alguns filmes brasileiros.

Um de seus primeiros sucessos foi Marcianita (homônima do original chileno), em 1959. Na época estava em voga a corrida espacial e se achava que o homem chegaria a Marte em breve. A letra da música, em certa parte, fala:

"Marcianita, branca ou negra / Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante serás meu amor / A distância nos separa / Mas no ano 70 felizes seremos os dois".  Baita ilusão, não é?

Outro grande sucesso dele foi Broto Legal (I'm in love), um rock 'n roll muito animado, gravado em 1960.

Em 1961, em votação popular conduzida pela Revista do Rock, foi eleito o Rei do Rock. Contraditoriamente, a letra de Marcianita, em certa parte, dizia:

"Eu quero um broto de Marte que seja sincero / Que não se pinte, nem fume / Nem saiba sequer o que é rock 'n roll".

Sua carreira musical é muito extensa, indo até 1989. Gravou dois álbuns em espanhol, nos anos de 1965 e 1969, e oito em português, além de muitos compactos e participações em LP's de coletânea.

Faleceu em 1992.

 

3) CARLOS GONZAGA



Nome artístico de José Gonzaga Ferreira, nascido em Paraisópolis (MG), em 1924, e ainda vivo, residindo em Santo André (SP) desde a década de 1980.

Participou de vários programas de calouros, tendo inúmeras vezes terminado em primeiro lugar. Com isso, tornou-se cantor fixo da Rádio Tupi de São Paulo.

Estourou nas paradas de sucesso em 1958, com a versão em português de Diana, do compositor e cantor canadense Paul Anka. Outro de seus sucessos foi Oh! Carol, canção homônima de autoria de Neil Sedaka.

Também gravou as versões em português das canções Bat Masterson e de Ghost Riders in the Sky (em português Cavaleiros do Céu), cuja letra tanto em inglês quanto em português é bastante assustadora.

 

4) RONNIE CORD



Nasceu Ronald Cordovil, em 1943, na cidade de Manhuaçu (MG), filho do maestro e compositor Hervê Cordovil. Aos seis anos já tocava violão. Em 1959 fez um teste na Copacabana Discos e no ano seguinte realizou sua primeira gravação, num LP que reunia outros cantores.

Seu maior sucesso foi Rua Augusta, com letra do seu pai, lançada em 1964 pela RCA Victor. Em 2009 essa música constou da relação das 100 Maiores Músicas Brasileiras, publicada pela revista Rolling Stone Brasil, embora na posição 99.

Outro de seu grande sucesso foi a versão feita por seu pai para  Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini, coqueluche mundial na voz de Brian Hyland, em 1960. A versão em português ganhou o título Biquini de Bolinha Amarelinha e foi gravada em 1964.

Também gravou a canção romântica Veludo Azul (Blue Velvet), sucesso em 1963 do cantor americano Bobby Vinton.  

Faleceu em 1986.

 

5) DEMÉTRIUS



Nasceu no Rio de Janeiro, em 1942, com o nome Demétrio Zahra Netto. Começou a carreira em 1959, porém seu primeiro sucesso veio em 1961 com a versão em português de Corina, Corina, do americano Ray Peterson, composta em 1960.

Em 1964 estourou novamente nas paradas de sucesso, com Ritmo da Chuva (Rhythm of the Rain), do grupo vocal The Cascades.

Em 1965, juntou-se aos jovens cariocas que comandavam o programa Jovem Guarda na TV Record de São Paulo. Tornou-se um dos mais prestigiados ídolos do público jovem e vendeu milhares de cópias e se apresentou nos principais palcos brasileiros. Ganhou prêmios como o troféu Chico Viola e vários Globos de Ouro e foi presença constante nos principais programas de televisão e revistas da época.

Faleceu em 2019.

 

6) TONY CAMPELLO



Nome artístico de Sérgo Benelli Campello, nasceu em 1936 na capital paulista. É irmão de Celly Campello e ainda está vivo.

Aprendeu violão e piano aos nove anos de idade. Apresentou-se pela primeira vez em televisão na antiga TV Paulista. Gravou seu primeiro disco em 1958, em dupla com a irmã. Participou de vários shows e programas de televisão.

Embora não tenha feito tanto sucesso quanto a sua irmã, ainda assim gravou algumas músicas marcantes, a seguir listadas.

Gravou em 1959 Pobre de mim (Poor Little Fool), do cantor americano Ricky Nelson. Particularmente, gosto muito do ritmo sincopado dessa música no original, de 1958.

Em 1962 gravou Lobo Mau (The Wanderer), do cantor americano Dion, original em 1961.

Também em 1962 fez sucesso com Boogie do Bebê (Baby Sittin' Boogie), originalmente gravada por Buzz Clifford em 1961. Essa música foi versada para alemão e correu mundo, sendo foi tocada nas rádios brasileiras, na voz de Ralf Bendix. Foi regravada em 1990 pelo famoso cantor alemão Peter Alexander.

Ainda em 1962, gravou junto com a irmã a música Canário (Yellow Bird). A origem dessa música é o poema lírico Choucoune, composto em 1883 pelo haitiano Oswald Durand, em homenagem a uma bela haitiana que possuía aquele apelido. Em 1893 o pianista Michel Mauleárt Monton fez a melodia para o poema. Com o tempo, sob o nome Yellow Bird e com letra totalmente desconectada do poema original, a música correu mundo, tendo sido gravada inúmeras vezes, por cantores, conjuntos e orquestras, e em diferentes ritmos.

 

 

 

 

 

segunda-feira, outubro 03, 2022

PORNOCHANCHADAS

O texto desta postagem é um resumo do conteúdo da Wikipedia. As fotos de atores e atrizes foram obtidas na Internet.

Pornochanchada foi um gênero do cinema brasileiro que classifica um tipo de filme cuja produção foi iniciada em 1969 e que originou uma nova tendência no campo cinematográfico quanto ao questionamento dos costumes e à exploração do erotismo. Produto cultural tipicamente do Brasil, a pornochanchada teve um grande sucesso comercial no país ao longo da década de 1970, não obstante o baixo custo de suas produções, realizadas principalmente na Boca do Lixo.

O gênero foi bastante influenciado pelas comédias populares italianas de teor erótico. O roteiro das pornochanchadas continha situações eróticas, malícia, piadas e a exibição do corpo feminino, tendo conquistado rapidamente amplas parcelas do mercado brasileiro. Com títulos de duplo sentido, as tramas normalmente se serviram de temas como a virgindade, a conquista amorosa e o adultério.

Tendo surgido durante o regime militar vigente no país, muitas das cenas das pornochanchadas foram alvo de cortes pela censura federal. Para os críticos, os filmes eram apelativos, vulgares e grosseiros, e setores conservadores moveram campanhas contra eles.

As primeiras pornochanchadas foram "Os paqueras", "Memórias de um gigolô" e "Adultério à brasileira".


A fase de ouro do gênero foi entre 1972 e 1978, tendo "A viúva virgem" sendo o recordista de bilheteria nessa fase. Levando em conta a população da época, o filme "A Dama do Lotação", de 1978, é até hoje o de maior público do cinema nacional, em termos de percentual de brasileiros que assistiram ao filme. Só é sobrepujado por "Nada a Perder", embora para este filme tenha havido relatos de ingressos totalmente vendidos sem que espectadores comparecessem às salas de exibição.



Muitas atrizes se tornaram conhecidas por participarem das pornochanchadas. Algumas delas foram Nicole PuzziVera FischerAldine MullerSandra Barsotti, Adele Fátima e Monique Lafond.




O gênero também seduziu as já conhecidas Sandra BreaSônia BragaKate LyraMaria Lúcia DahlLucélia SantosNádia LippiChristiane Torloni, Lídia Brondi, Adriana Prieto e Rossana Ghessa, entre outras.





Dentre os atores, o maior nome do gênero foi David Cardoso, que foi também um produtor competente. Outros atores foram Walter Foster, Reginaldo Farias e Nuno Leal Maia.




No começo da década de 1980 a pornochanchada inciou seu declínio, fruto da situação econômica brasileira, com diminuição do poder aquisitivo do povo e do ingresso dos filmes de sexo explícito americanos. Iniciou-se então a produção de filmes de sexo explícito brasileiros, como "Coisas eróticas". O sucesso deste deu origem à produção de vários outros. A maior parte das atrizes das pornochanchadas se recusou a participar desse tipo de filme e as poucas que aceitaram eram substituídas por dublês nas cenas explícitas.



 



















 

  CONCURSO SDR DE CINEFILIA Seguem os trailers da segunda rodada do concurso. Ocupem seus lugares e divirtam-se. A sessão vai começar. ...