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segunda-feira, outubro 10, 2022

 MÚSICAS DA JUVENTUDE - ANOS '50 E '60

 

Essa postagem versa sobre as músicas e intérpretes que faziam sucesso na segunda metade dos anos 1950 e até cerca da primeira metade dos anos 1960. Não pretende ser um levantamento exaustivo nem completo. Boa parte dele é baseado nas minhas recordações, com algumas pitadas de dados pescados na Internet. Comentários com contribuições e correções serão bem-vindos.

Movimentos como a Jovem Guarda, a Beatlemania e o Tropicália não são abordados aqui, pois merecem postagens a eles dedicadas. Alguém se habilita a fazê-las?

 

INTRODUÇÃO

Da segunda metade dos anos 1950 até a primeira metade dos anos 1960, ritmos como o rock 'n roll, twist e baladas românticas dominavam o cenário musical da juventude brasileira. Ídolos norteamericanos como Elvis Presley, Neil Sedaka, Little Richard, Brian Hyland, Del Shannon e o canadense Paul Anka, entre outros, faziam sucesso mundial. Chubby Checker despontou com a música The Twist, em 1960, e com Let's Twist Again, no ano seguinte. Músicas por eles cantadas eram adaptadas para o português e interpretadas por jovens brasileiros, alguns fazendo também grande sucesso. Poucas músicas autenticamente brasileiras foram compostas, voltadas para a juventude da época.

Nas linhas seguintes vamos fazer um apanhado desses cantores brasileiros e respectivas músicas de sucesso. Apenas cantores solo constam dessa postagem.

 

1) CELLY CAMPELLO



Paulistana nascida Celly Benelli Campello, em 1942, iniciou a carreira artística aos cinco anos de idade. Cantou em rádios de Taubaté, tendo gravado o primeiro disco em 78 rpm no ano de 1958, juntamente com seu irmão Tony Campello. No mesmo ano estreou na TV Tupi, no programa Campeões do disco. No ano seguinte passou a ter programa próprio na TV Record, com o nome Celly e Tony em Hi-Fi.

Mas sua carreira explodiu mesmo em 1959, ao cantar a versão em português de Stupid Cupid, música de Neil Sedaka, aqui versada com o título Estúpido Cupido. O lançamento foi feito no programa do Chacrinha.

Outras músicas por ela interpretadas, embora sem o sucesso de Estúpido Cupido, foram as versões Lacinhos Cor-de-Rosa (Pink Shoe Laces) e Banho de Lua (Tintarella di Luna).

Em 1961, em votação popular conduzida pela Revista do Rock, foi eleita a Rainha do Rock.

Aos 20 anos, em 1962, no auge do sucesso, abandonou a carreira para se casar com seu namorado desde a adolescência, com quem viveu até falecer em 2003.

 

2) SÉRGIO MURILLO



Carioca do Catete, nasceu Sérgio Murilo Moreira Rosa, em 1941. Iniciou sua carreira no início dos anos 1950, no programa Trem da Alegria, comandado por Yara Salles, Heber de Bôscoli e Lamartine Babo. Passou por vários programas de várias emissoras de rádio e participou de alguns filmes brasileiros.

Um de seus primeiros sucessos foi Marcianita (homônima do original chileno), em 1959. Na época estava em voga a corrida espacial e se achava que o homem chegaria a Marte em breve. A letra da música, em certa parte, fala:

"Marcianita, branca ou negra / Gorduchinha, magrinha, baixinha ou gigante serás meu amor / A distância nos separa / Mas no ano 70 felizes seremos os dois".  Baita ilusão, não é?

Outro grande sucesso dele foi Broto Legal (I'm in love), um rock 'n roll muito animado, gravado em 1960.

Em 1961, em votação popular conduzida pela Revista do Rock, foi eleito o Rei do Rock. Contraditoriamente, a letra de Marcianita, em certa parte, dizia:

"Eu quero um broto de Marte que seja sincero / Que não se pinte, nem fume / Nem saiba sequer o que é rock 'n roll".

Sua carreira musical é muito extensa, indo até 1989. Gravou dois álbuns em espanhol, nos anos de 1965 e 1969, e oito em português, além de muitos compactos e participações em LP's de coletânea.

Faleceu em 1992.

 

3) CARLOS GONZAGA



Nome artístico de José Gonzaga Ferreira, nascido em Paraisópolis (MG), em 1924, e ainda vivo, residindo em Santo André (SP) desde a década de 1980.

Participou de vários programas de calouros, tendo inúmeras vezes terminado em primeiro lugar. Com isso, tornou-se cantor fixo da Rádio Tupi de São Paulo.

Estourou nas paradas de sucesso em 1958, com a versão em português de Diana, do compositor e cantor canadense Paul Anka. Outro de seus sucessos foi Oh! Carol, canção homônima de autoria de Neil Sedaka.

Também gravou as versões em português das canções Bat Masterson e de Ghost Riders in the Sky (em português Cavaleiros do Céu), cuja letra tanto em inglês quanto em português é bastante assustadora.

 

4) RONNIE CORD



Nasceu Ronald Cordovil, em 1943, na cidade de Manhuaçu (MG), filho do maestro e compositor Hervê Cordovil. Aos seis anos já tocava violão. Em 1959 fez um teste na Copacabana Discos e no ano seguinte realizou sua primeira gravação, num LP que reunia outros cantores.

Seu maior sucesso foi Rua Augusta, com letra do seu pai, lançada em 1964 pela RCA Victor. Em 2009 essa música constou da relação das 100 Maiores Músicas Brasileiras, publicada pela revista Rolling Stone Brasil, embora na posição 99.

Outro de seu grande sucesso foi a versão feita por seu pai para  Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka Dot Bikini, coqueluche mundial na voz de Brian Hyland, em 1960. A versão em português ganhou o título Biquini de Bolinha Amarelinha e foi gravada em 1964.

Também gravou a canção romântica Veludo Azul (Blue Velvet), sucesso em 1963 do cantor americano Bobby Vinton.  

Faleceu em 1986.

 

5) DEMÉTRIUS



Nasceu no Rio de Janeiro, em 1942, com o nome Demétrio Zahra Netto. Começou a carreira em 1959, porém seu primeiro sucesso veio em 1961 com a versão em português de Corina, Corina, do americano Ray Peterson, composta em 1960.

Em 1964 estourou novamente nas paradas de sucesso, com Ritmo da Chuva (Rhythm of the Rain), do grupo vocal The Cascades.

Em 1965, juntou-se aos jovens cariocas que comandavam o programa Jovem Guarda na TV Record de São Paulo. Tornou-se um dos mais prestigiados ídolos do público jovem e vendeu milhares de cópias e se apresentou nos principais palcos brasileiros. Ganhou prêmios como o troféu Chico Viola e vários Globos de Ouro e foi presença constante nos principais programas de televisão e revistas da época.

Faleceu em 2019.

 

6) TONY CAMPELLO



Nome artístico de Sérgo Benelli Campello, nasceu em 1936 na capital paulista. É irmão de Celly Campello e ainda está vivo.

Aprendeu violão e piano aos nove anos de idade. Apresentou-se pela primeira vez em televisão na antiga TV Paulista. Gravou seu primeiro disco em 1958, em dupla com a irmã. Participou de vários shows e programas de televisão.

Embora não tenha feito tanto sucesso quanto a sua irmã, ainda assim gravou algumas músicas marcantes, a seguir listadas.

Gravou em 1959 Pobre de mim (Poor Little Fool), do cantor americano Ricky Nelson. Particularmente, gosto muito do ritmo sincopado dessa música no original, de 1958.

Em 1962 gravou Lobo Mau (The Wanderer), do cantor americano Dion, original em 1961.

Também em 1962 fez sucesso com Boogie do Bebê (Baby Sittin' Boogie), originalmente gravada por Buzz Clifford em 1961. Essa música foi versada para alemão e correu mundo, sendo foi tocada nas rádios brasileiras, na voz de Ralf Bendix. Foi regravada em 1990 pelo famoso cantor alemão Peter Alexander.

Ainda em 1962, gravou junto com a irmã a música Canário (Yellow Bird). A origem dessa música é o poema lírico Choucoune, composto em 1883 pelo haitiano Oswald Durand, em homenagem a uma bela haitiana que possuía aquele apelido. Em 1893 o pianista Michel Mauleárt Monton fez a melodia para o poema. Com o tempo, sob o nome Yellow Bird e com letra totalmente desconectada do poema original, a música correu mundo, tendo sido gravada inúmeras vezes, por cantores, conjuntos e orquestras, e em diferentes ritmos.

 

 

 

 

 

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