PROGRAMAS
DE AUDITÓRIO
Na época áurea do
rádio, houve vários programas de auditório que atraíam multidões, fossem meros
espectadores ou fãs dos artistas que se iriam apresentar. Vários desses
programas migraram posteriormente para a TV. Vamos listar alguns. Não vou citar
os mais óbvios de todos, os programas do Chacrinha, de farto conhecimento
público.
1)
PROGRAMA CÉSAR DE ALENCAR
Era um dos mais
famosos. Hermelindo César de Alencar Mattos começou a carreira em 1939, na
emissora carioca Rádio Clube do Brasil. Mudou-se para a Rádio Nacional em 1945,
atuando em narrações e comerciais e pequenas participações em novelas. Mas a
fama veio quando em 1948 Paulo Gracindo saiu da rádio e César de Alencar passou
a ter seu próprio programa, aos sábados.
A música de entrada do
programa fez história: "Essa canção nasceu pra quem quiser cantar / Canta
você, cantamos nós até cansar. / É só bater, e decorar / Pra recordar vou
repetir o seu refrão / Prepara a mão / Bate outra vez / Este programa pertence
a vocês".
O auditório lotava
durante a apresentação do programa. Vide abaixo.
A foto abaixo mostra
Cauby Peixoto cantando no programa.
Com o regime militar,
César de Alencar foi injustamente acusado por adversários artísticos de dedurar
dezenas de funcionários da Rádio Nacional. A partir daí sua carreira declinou.
2)
PROGRAMA PAPEL CARBONO
Conduzido por Renato
Floriano Murce, era um programa de calouros que revelou muitos cantores, como:
Os Cariocas, Dóris Monteiro, Ângela Maria, Ivon Curi, Agnaldo Rayol, Roberto
Carlos, Luiz Vieira, etc. Renato chamava os calouros de ilustres desconhecidos, tratava-os com muito respeito e procurava
encaminhá-los na carreira artística.
Renato teve uma vida
artística muito movimentada, passando por diversas emissoras de rádio. O
programa foi inspirado num filme antigo assistido por Murce, que o adaptou para
o rádio. Começou na Rádio Clube e depois migrou para a Rádio Nacional.
3)
UM INSTANTE, MAESTRO
Lançado por Flávio
Cavalcanti em 1952 na Rádio Nacional do RJ, foi levado para a TV Tupi em 1957.
Com a ida de Flávio para a TV Rio em 1959, o programa saiu do ar, voltando em
1965 pela TV Excelsior e logo a seguir, em 1967, retornando para a TV Tupi.
Flávio selecionava
lançamentos musicais da semana e dava sua opinião sobre eles. Os que não
passavam pelo seu crivo tinham o disco quebrado ao vivo.
Posteriormente foi
criado um grupo de jurados para julgar as músicas.
Com o tempo, o programa evoluiu para A Grande Chance (programa de calouros) e
posteriormente para Programa Flávio
Cavalcanti.
4)
O CÉU É O LIMITE
Estreou em 1955 na TV
Tupi de São Paulo, em seguida sendo repetido no Rio de Janeiro, onde o
apresentador era João Silvestre, mais conhecido como J. Silvestre. Era um
programa de perguntas. O candidato escolhia um tema e as perguntas se sucediam,
cada vez mais difíceis. A cada pergunta, o candidato podia desistir ou
continuar. A cada resposta correta, J. Silvestre imortalizou a frase "Resposta
absolutamente certa".
Patrocinado pela VARIG,
J. Silvestre tinha como assistente a bela Ilka Soares.
A candidata mais famosa
foi Leni Orcida Varela, na época com 23 anos e que respondia sobre Guerra
Junqueiro visando angariar dinheiro para o casamento. Ela ficou com o apelido
de Noivinha da Pavuna e conseguiu um
bom prêmio, sendo sua união selada diante das câmeras, em 1969, com J. Silveste
como padrinho.
5)
CALOUROS EM DESFILE
Inicialmente
transmitido pelo Ary Barroso. O calouro era submetido a uma série de perguntas
que já o deixavam nervoso. Aí ele começava sua performance, que não
necessariamente era música, podendo ser imitações, por exemplo. Se a
performance não fosse boa, um imenso gongo era acionado. Os
trajes do tocador do gongo variaram ao longo do tempo, mas costumavam ser de
orientais ou africanos. Ele era apelidado de Macalé. Algumas
vezes o candidato saía chorando do palco.
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