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segunda-feira, abril 07, 2025

 

PRIMOS RICO, REMEDIADO E POBRE

Esta é a última postagem de uma série de três, exibidas em dias sucessivos. Refira-se à primeira para entender o objetivo da série.

A postagem de hoje mostra os modelos de carros destinados aos primos pobres. O então presidente Juscelino Kubitscheck e seu governo determinaram que cada fabricante de automóveis do país deveria oferecer uma versão básica de baixo custo de sua respectiva série de modelos, a fim de dar ao maior número possível de brasileiros a oportunidade de ter seu próprio carro. O resultado foi o surgimento de modelos aos quais faltava uma enorme série de itens, além de terem acabamento muito simplificado. A Caixa Econômica Federal financiava a compra desses veículos a 1% de juros mensais, em quatro anos.

Nesta postagem vamos nos dedicar a alguns deles.

 

1)      VW PÉ DE BOI

Lançamento: 1965 

Uma boa forma de descrever o Fusca Pé de Boi 1965/1966 é listando tudo o que lhe faltava. O fusca dispensava tudo o que não era essencial para um carro pela lei de trânsito da época. Na parte externa, nada de retrovisores, frisos ou piscas nos para-lamas dianteiros. O carro não contava nem com o emblema VW no capô. Não existiam muitas opções de cores, só cinza claro e azul pastel. Nada de cromados: aros dos faróis, calotas e para-choques eram pintados de branco. Os tubos superiores e as garras dos para-choques também foram deixados de lado. O encosto não tinha regulagem e a forração dos bancos era mais simples.

 

 

2)      RENAULT TEIMOSO

 

 

Lançamento: 1964

 

O Renault Teimoso era mesmo um assombro de simplicidade, algo jamais aceitável nos dias de hoje. O carro vinha sem revestimentos internos, tampa do porta-luvas, marcador de nível de combustível, calotas e reforços dos para-choques, que não eram cromados, nem pintados, assim como as molduras dos faróis. Não havia o limpador de para-brisa do lado direito, nem setas e nem lanternas traseiras, apenas uma luz vermelha no centro, que fazia as vezes de lanterna, luz de freio e luz de placa. Os bancos eram simplesmente uma armação de ferro com um tecido amarrado, como em uma cadeira de praia. Dessa forma o Renault Teimoso custava cerca da metade do valor de um Renault Gordini.

 

 

3)      DKW CAIÇARA

 

 

Lançamento: 1962

 

Custando cerca de 40% menos que a Vemaguet, a Caiçara havia sido apresentada em 1962, eliminando tudo o que fosse considerado supérfluo: a carroceria não ostentava frisos e os cromados se limitavam a espelho retrovisor, maçanetas e aros dos faróis. Contorno da grade, para-choques e rodas eram da cor do carro, ou seja, bege ou azul-claro. As calotas pretas pareciam sobras de estoque: eram as mesmas que equiparam os DKW até 1960. A tampa do porta-malas ainda tinha as saliências dos frisos, que já tinham sido eliminados da Vemaguet naquele ano.

 

O interior tinha uma simplicidade própria: o estofamento vermelho contrastava com o volante preto, o quebra-sol era só para o motorista, o porta-luvas perdia a fechadura com chave e não havia sinal do rádio.

 

Só as portas recebiam forração: as laterais dos passageiros de trás e o porta-malas permaneciam expostos. Mas, enquanto a Vemaguet trazia uma luxuosa porta traseira bipartida, a da Caiçara era inteiriça, com sistema lateral de abertura.

 

Apesar do aspecto franciscano, ela mantinha as virtudes da Vemaguet: o motor de dois tempos e três cilindros tinha apenas oito peças móveis (virabrequim, eixo da hélice do radiador, três pistões e três bielas), o suficiente para levar seis adultos e sua bagagem.

 

O câmbio manual de quatro marchas era sincronizado e seu comportamento dinâmico, notável, graças à tração dianteira e à suspensão independente nas quatro rodas.

 

Os acessórios acabavam sendo adquiridos nas concessionárias: tapetes (de borracha ou juta) para o interior e porta-malas, luz de cortesia, vidros traseiros corrediços, porta-luvas e bocal de combustível com chave e, para finalizar, uma boa dose de cromados em frisos, calotas e para-choques.

 

 

 

4)      SIMCA PROFISSIONAL

 

 

Lançamento: 1965

 

Em 1962 a Simca já havia lançado um modelo mais simples do Chambord, ao qual batizou de Alvorada. Aproveitando o incentivo do governo citado no início desta postagem, a Simca resolveu lançar um modelo ainda mais simples que o Alvorada, voltado para táxis, ao qual deu o nome de Simca Profissional. Este surgiu em 1965 em três variações de cores (amarelo, verde e branco creme) e sem peças cromadas (os para-choques também eram cinza escuro). O equipamento já simples do Alvorada foi rebaixado com capas de plástico em vez de bancos de couro e painéis de porta de papelão escuro que eram simplesmente parafusados ​​no metal. Isso tornou o Profissional 30% mais barato que o modelo original do Alvorada, o Simca Chambord. Os números de produção desta versão aparentemente nunca foram documentados e, diferentemente do Alvorada, o Simca Profissional não tinha números de chassi exclusivos, usando a numeração dos Chambord.

 

 

---  ACABOU A PRIMALHADA --

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