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terça-feira, julho 30, 2024

 LOCUTORES E APRESENTADORES (Última parte)

Atendendo a insistentes pedidos, aqui vai mais uma postagem sobre locutores e apresentadores de rádio e TV. Desta feita são muitos, por isso o texto sobre cada um será bastante resumido. É deveras frustrante ter de descartar tantos fatos da vida dessas pessoas. Todas foram importantes para a história do rádio e da TV no país. Mas não daria para listar suas biografias aqui nesse espaço. .

 

BLOTA JR (03/03/1920 – 22/12/1999)


José Blota Jr era extremamente eclético. Foi advogado, empresário, político, apresentador, jornalista, locutor, roteirista e produtor de rádio e TV.

Iniciou a carreira aos 12 anos de idade, escrevendo para o jornal “Correio d’Oeste”, da sua cidade natal de Ribeirão Bonito. Em 1943 foi contratado pela Rádio Record, onde exerceu praticamente todas as funções, inclusive diretor de esportes e diretor artístico.

Foi locutor da CBS e da NBC de Nova Iorque. Dirigiu a Rádio Pan-Americana (atual Jovem Pan) e foi vice-presidente da fábrica de bicicletas Calói.

Ao longo de seis décadas de atuação apresentou quase duzentos programas de rádio e TV diferentes. Foi o criador e mestre de cerimônias da entrega do Troféu Roquette Pinto.

Além da TV Record, trabalhou nas TV’s Gaúcha, Rio, Bandeirantes, Tupi e SBT.

Na vida política, foi deputado estadual durante três mandatos e deputado federal (1975-1979), sendo líder do governo na Câmara.

Morreu de insuficiência respiratória provocada por uma pneumonia.

 

CÉLIA BIAR (10/03/1918 – 06/11/1999)


Célia Rafaela Martins Biar foi atriz e apresentadora de TV.

Iniciou como atriz em várias peças amadoras, tendo se profissionalizado em 1949 após curso no Teatro Brasileiro de Comédia, onde atuou em diversas comédias sofisticadas. Fez rápidas apresentações na Companhia Brasileira de Comédia, Pequeno Teatro de Comédia e na Companhia Nydia Lícia, tendo se especializado no gênero de comédia. Fez também alguns filmes na década de 1950.

Sua carreira na TV começou na década de 1960, sendo apresentadora de vários programas, como Sempre Mulher, Oh! Que Delícia de Show, Quem é Quem e Sessão das Dez, este último produzido por Walter Clark e levado ao ar pela recém-inaugurada TV Globo, e no qual se apresentava fumando uma piteira e tendo ao colo um gato angorá, de nome Zé Roberto.

Em 1970 estreou como atriz na TV Globo, única emissora em que trabalhou, interpretando personagens chiques e sofisticados que caíram no gosto do público.

Morreu de câncer de pulmão.

 

MURILO NÉRI (12/09/1923 – 26/05/2001)


Murilo Néri foi ator, apresentador, locutor e dublador da TV brasileira. Sua carreira como ator começou com o filme Com o Diabo no Corpo, seguindo-se É a Maior.

Trabalhou em várias novelas, como Sinal de Alerta, Dancin’ Days, A Dama das Camélias. Foi apresentador do programa O Rio é Nosso, na então TV Corcovado, canal 9 do Rio de Janeiro. Entrevistou personagens importantes, como Fernando Collor de Mello, Luís Eduardo Magalhães (filho do Antônio Carlos Magalhães) e Allyson Paulinelli.

Também apresentava o concurso Miss Brasil, ocasião em que conheceu sua esposa Letícia Néri, que havia ganho o concurso de Miss Rio de Janeiro e que virou dançarina nos seus programas.

Morreu de insuficiência respiratória em virtude de um enfisema pulmonar.

 

J. SILVESTRE (14/12/1922 – 07/01/2000)


João Silvestre foi ator, escritor e apresentador de TV. Começou a carreira em 1941 na Rádio Bandeirantes de São Paulo, onde desempenhou as funções de ator, sonoplasta, contra-regra, ensaiador e autor.

Em 1945 foi para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro e no ano seguinte voltou para São Paulo, na Rádio Cultura, onde se tornou apresentador de programa de calouros.

Retornou em 1950 para a Rádio Tupi e participou no ano seguinte da inauguração da TV Tupi, num programa estrelado pelo padre e cantor mexicano Frei José Mojica.

Em 1952 apresentou o programa Essa é a Sua Vida, fonte de muita choradeira das pessoas entrevistadas e de seus parentes e amigos e que até hoje tem sucedâneos.

Em 1955 estreou na Tupi a versão carioca do programa O Céu é o Limite, que tinha uma versão homônima na Tupi de São Paulo, apresentada por Aurélio Campos. Foi o precursor dos programas de perguntas e respostas na TV brasileira, fazendo enorme sucesso na época e batendo todos os recordes de audiência. Ficou famoso seu bordão “Absolutamente certo!”.

Com a inauguração da Embratel, lançou o primeiro programa em rede nacional, o Domingo Alegre da Bondade, pela TV Tupi do Rio de Janeiro.

Entre 1972 e 1976 ausentou-se da TV, escrevendo o livro Como Vencer na Televisão, e foi diretor da Radiobrás, nomeado pelo presidente João Figueiredo.

No SBT apresentou os programas Show sem Limite, A Mulher é um Show e Carnê da Girafa. Em 1983 passou para a TV Bandeirantes, onde apresentou o Programa J. Silvestre, o primeiro no estilo talk show da TV brasileira.

Após dez anos afastado, voltou em 1997 à TV Manchete, com o programa Domingo Milionário, que ficou pouco tempo no ar.

Morreu em consequência de uma doença degenerativa dos pulmões, após internamento de três meses, sendo que nos últimos dias já não se movimentava e respirava com auxílio de aparelhos.

 

HERON DOMINGUES (04/06/1924 – 09/08/1974)


Heron de Lima Domingues foi um jornalista e radialista.

Fato curiosíssimo: no dia 7 de dezembro de 1941 Heron se dirigiu à Rádio Gaúcha para participar de um programa de calouros. Foi quando chegou a notícia do ataque japonês a Pearl Harbour. Na ausência do locutor da rádio, Heron foi convocado a dar no ar a notícia bombástica (literalmente) em primeira mão. Não participou do programa de calouros mas saiu da rádio já contratado.

Em 1944 transferiu-se para a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, transmitindo o Repórter Esso “como se estivesse numa trincheira”, como costumava dizer.

Relato comovente: "Trabalhei no Repórter Esso de 1944 a 1962, sem um dia de folga. Levantava-me às 6h45min e voltava para casa à 1h30min da madrugada. Nos períodos críticos dormia na rádio, que tinha uma cama na redação. Para se ter uma ideia da época conturbada em que vivíamos, no período em que fui locutor do Esso houve no Brasil dez presidentes da república. Durante a guerra dormia na Rádio Nacional com um fone no ouvido, diretamente ligado à UPI. Sempre que havia uma notícia importante eles me despertavam, eu mesmo colocava a emissora no ar e transmitia a notícia. Para o fim da guerra preparamos uma audição especial do Repórter Esso, em que a notícia seria dada fundida com o repicar de sinos. Com medo de me emocionar muito diante do microfone, gravei o início da transmissão: "Atenção! Atenção! Acabou a guerra".

Profunda decepção: Aguardando a cada momento o fim do conflito, Heron passou acampado na rádio as datas de Natal de 1944, Ano Novo de 1945 e Páscoa. Queria fazer jus ao apelido a ele atribuído, de “o primeiro a dar as últimas”. Os colegas insistiam em que ele fosse para casa, descansar. Após muita insistência, resolveu atendê-los. E em casa ouviu a notícia do fim do conflito, anunciada pela emissora rival. Mas era voz corrente que “se o Repórter Esso não deu, não aconteceu”. Correu para a rádio, empostou a voz e deu a retumbante notícia. Só aí ela criou credibilidade e se espalhou pelo país.  

Na TV Rio apresentou o Telejornal Pirelli, junto com Léo Batista. De 1971 a 1974 trabalhou na TV Globo, apresentando o Jornal da Noite e o Jornal Internacional.

Em 9 de agosto de 1974, após anunciar o impeachment de Richard Nixon, foi jantar com amigos. Durante a madrugada faleceu de infarto fulminante.

 

PAULO MONTE (27/02/1921 – 13/02/2014)


Paulo Monte foi cantor, produtor, apresentador, dublador e ator. Apesar de todas essas atividades, sua vocação e à qual se dedicou mais foi a de cantor.

Iniciou a carreira de cantor interpretando músicas norte-americanas nas rádios Mayrink Veiga, Cruzeiro do Sul e Educativa. No começo dos anos 1940 ingressou na Orquestra de Carlos Machado, apresentando-se em vários cassinos. Em 1945 foi para os EUA, contratado pelo Copacabana Night Club de Nova Iorque, e depois entrou para o Lecuona Cuban Boys. Em 1946 foi para o México, onde permaneceu por oito meses, retornando em 1947 para Los Angeles. Ali ingressou na universidade e fez o curso de fonética da língua inglesa. Estudou arte dramática com a atriz russa Maria Ouspenkaya, muito em evidência na época. Participou de alguns filmes da Paramount, da Columbia e da MGM.

Sua participação na TV começou em 1956, ao ingressar no elenco do Teatro Moinho de Ouro, da TV Rio. Em 1959 inaugurou a TV Continental, onde atuou como ator, produtor, apresentador e escritor. Em 1960 foi para a TV Tupi, apresentando vários artistas internacionais famosos na época, como Les Paul, Mary Ford, Dorothy Dandridge, Julie London e Sammy Davis Jr.

Trabalhou em várias TV’s: Tupi, Rio, Excelsior (de SP e do RJ) e Bandeirantes.

Em 1965 inaugurou a TV Globo, sendo contratado como apresentador, ator e produtor.

Em 1971 passou a apresentar pela TV Rio seu programa mais famoso, Show de Turismo, também levado ao ar pela TV Bandeirantes em 1978.

Foram incontáveis os programas nas quais ele teve algum tipo de participação, como produtor ou apresentador. Seria muito extenso listá-los aqui.

Entre 1983 e 1990 foi relações públicas da empresa aérea Swissair, tendo em 1987 recebido dela o título de melhor relações públicas do mundo.

Morreu de parada cardíaca aos 92 anos de idade, no Rio de Janeiro.  

 

HILTON GOMES (23/05/1924 – 17/10/1999)


Hilton Gomes de Sousa gostava de acompanhar o pai quando ele ia trabalhar no jornal A Noite e foi lá que um dia conversou com Roberto Marinho, que também trabalhava ali.

Seu primeiro trabalho foi como office boy na Companhia Telefônica Brasileira, mas logo passou para uma agência de propaganda. Também escrevia textos para rádio e televisão. Foi contratado pela Rádio Tupi e logo depois pela TV de mesmo nome.

Em 1951 começou a apresentar o Telejornal Brahma. Migrou para a TV Rio, anunciando com sucesso o Telejornal Bendix.

Quando da morte do presidente Kennedy foi ao funeral representando o telejornalismo brasileiro e narrando a cerimônia pelo programa de rádio Voz da América. Voltou consagrado e depois ingressou na TV Globo, cujo diretor de jornalismo na época era Mauro Salles. Hilton entrou para a primeira fase do Jornal da Globo, ao lado de Luiz Jatobá e Nathalia Timberg. Uma de suas narrações famosas foi a do primeiro pouso do homem na Lua, em 1969.

Fato curioso: no dia seguinte àquela narração, Hilton foi tomar café no bar onde costumeiramente o fazia. Os funcionários que o atendiam o chamaram de mentiroso, pois não criam que o homem havia realmente descido na Lua. Mais fregueses se juntaram ao coro de descrentes e Hilton acabou desistindo de tomar o café e saiu do bar.

Em 1º de setembro de 1969 foi escalado para o Jornal Nacional, ao lado de Cid Moreira.

Entrevistou o Papa Paulo VI, de quem recebeu um bracelete, durante a primeira entrevista via satélite do Brasil.

Foi narrador de futebol e do desfile de escolas de samba do Rio de Janeiro. Era o apresentador oficial do FIC – Festival Internacional da Canção.

Esteve no Japão e trabalhou na TV Bandeirantes nos anos 1980.

Morreu de parada cardiorrespiratória no Rio de Janeiro.

 

HAROLDO DE ANDRADE (01/05/1934 – 01/03/2008)


Haroldo Andrade Silva foi locutor, radialista, empresário, apresentador e publicitário. Nascido em Curitiba, sempre que possível ia até a Praça Tiradentes, onde no Serviço de Alto-Falantes Iguaçu fazia anúncio dos produtos dos comerciantes da área. Sua dicção e voz muito clara chamaram a atenção e ele ingressou na Rádio Clube Paranaense, como locutor do Grande Programa RCA Victor, de músicas clássicas e eruditas.

Aos 20 anos veio para a então Capital Federal e ingressou na Rádio Mauá, onde sua voz logo chamou a atenção. Na época estavam em voga os programas de auditório, com grandes plateias, porém a rádio não dispunha de espaço para isso. Haroldo resolveu inovar criando o programa Musifone, no qual os ouvintes podiam solicitar músicas, além de participarem de pequenos jogos e concorrer a prêmios. Esse programa inaugurou a interatividade no rádio brasileiro e logo atingiu o primeiro lugar na audiência.

O sucesso do programa chamou a atenção de outras emissoras, e em 1961 Haroldo passou para a Rádio Globo, comandando o programa Alvorada Carioca das seis às oito horas da manhã e o Musifone na parte da tarde.

Em 1962 recebeu seu primeiro prêmio no Rio, o Microfone de Ouro na categoria Melhor Locutor.

Nos anos seguintes trabalhou na Rádio Eldorado, na TV Globo e em 1968 foi para a TV Excelsior comandando o programa Haroldo de Andrade Show no qual estreou um dos quadros que mais o celebrizaram, o Bom Dia.

No rádio o grande destaque do Programa Haroldo de Andrade passou a ser a mesa de debates, onde convidados de vários campos discutiam fatos do noticiário. Foi líder de audiência durante 30 anos, fazendo com que em 1977 o programa recebesse o título de Melhor Programa Radiofônico da América Latina. No mesmo ano a revista americana Billboard considerou Haroldo como Maior Personalidade no Ar.

Seu público era composto principalmente por donas de casa, taxistas, estudantes e aposentados.

No final de 1990 a Rádio Globo resolveu nacionalizar a programação. Embora tivesse ouvintes em outros Estados, Haroldo tinha um público majoritariamente fluminense e resistiu a transmitir seu programa para outras localidades. Em julho de 2002 a Globo o demitiu, num episódio doloroso para o apresentador, pois ele só ficou sabendo disso quando indagou a um funcionário de RH o motivo de a emissora não ter renovado seu contrato. No mesmo dia o programa saiu do ar, sem que Haroldo pudesse se despedir de seus ouvintes.

Inconformado, ele fundou em 2005 a Rádio Haroldo de Andrade na mesma frequência AM da antiga Rádio Mauá, que ele adquiriu. Logo ela atingiu a terceira colocação em audiência entre as emissoras AM. Porém a falta de recursos de propaganda e dificuldades técnicas derrubaram a rádio.

Haroldo sofria há anos de diabetes, de problemas cardíacos e renais, tendo colocado marcapasso e sido submetido a hemodiálise. Em janeiro de 2008 levou um tombo em casa e teve de amputar uma perna por motivo de gangrena, sendo colocado em coma induzido, do qual não retornou.

Morreu em 1º de março de 2008.

O prefeito César Maia prometeu inaugurar uma rua com seu nome, promessa cumprida pelo Decreto 29.061, que batizou de Largo Haroldo de Andrade o logradouro na rua do Russel, perto da ladeira do outeiro da Glória.

Em 5 de maio de 2008 a Rádio Haroldo de Andrade foi extinta, sendo vendida para o grupo de emissoras religiosas Canção Nova.

Em 12 de setembro de 2011 foi inaugurado um busto dele na estação Glória do metrô. Em 5 de fevereiro de 2015 uma rua na Cidade Nova foi batizada com seu nome.


JACINTO JUNIOR (04/12/1927 – 27/12/2005)



Jacinto Figueira Junior, mais conhecido como O Homem do Sapato Branco, foi um apresentador de TV.

Nos anos 1950 fez sucesso no meio musical com sua banda country de nome Junior e seus Cowboys, chegando a se apresentar no Copacabana Palace.

Em 1963 ingressou na TV Cultura, com seu programa Fato em Foco, e depois com Câmera Indiscreta, na mesma emissora.

Nos anos 1960 e 1970 ingressou na Rádio Nacional de São Paulo (futura Rádio Globo de São Paulo). Na época gravou a música Charreteiro, que se tornou sucesso por ser tocada diariamente no programa de rádio do Sílvio Santos. Graças a esse sucesso, participou de uma fotonovela e de uma telenovela. No seu próprio programa havia dramatizações radiofônicas.

Mas sua fama nacional surgiu quando em 1966 estreou na TV Globo o programa O Homem do Sapato Branco, no qual só era visível a parte de baixo de suas pernas, ostentando sapatos brancos. A ideia desses sapatos brancos surgiu por ser a cor usada pelos médicos e psiquiatras, e Jacinto dizia que no seu programa ele era um “médico” para os problemas do povo.

O programa era uma espécie de mundo cão, ao trazer casais em conflito que às vezes brigavam diante das câmeras.

Logo a censura proibiu o programa, que voltou ao ar novamente na década de 1980, passando pelas TV’s Record, SBT e Bandeirantes.

Em 1966 elegeu-se deputado estadual paulista pelo MDB, sendo cassado em 13 de março de 1969 pelo regime militar e acusando perseguição por parte do Ministro da Justiça Gama e Silva.  

Jacinto alegava que os programas de apelo popular atuais, de Ratinho, João Kleber e Márcia Goldschmidt eram cópias do seu.

Nos anos 1990 fez parte do telejornal Aqui e Agora, do SBT. Sua última aparição em TV foi no programa TV Fama, da Rede TV.

Após um derrame em 2001 ficou com sequelas na audição e locomoção, vindo a falecer em 2005 após mais de um mês internado por problemas pulmonares.

 

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quarta-feira, julho 24, 2024

 COMERCIAIS ANTIGOS DE CARROS (2)

Essa postagem é continuação da publicada no sábado passado. Naquela só foram mostrados comerciais da Volkswagen; nesta serão mostrados os de outras montadoras.

 

DAUPHINE 1959



O Dauphine e o Gordini ganharam o apelido de Leite Glória, com base na propaganda que dizia que esse leite em pó desmanchava sem bater. Já narrei aqui um episódio comprobatório desse apelido. No número 34 da minha rua morava uma mulher avançada em quilos, se é que me entendem, possuidora de um Packard que fazia jus a ela. Em frente, no edifício número 31, morava uma viuvinha muito bonitinha e novinha, na faixa dos 20 e poucos anos, que tinha um Dauphine cor de café com leite, se não me falha a memória. Um dia houve um temporal e como sempre minha rua encheu e ficou toda enlameada. Aí lá veio o Packard manobrar em frente ao 34. Derrapou na lama e bateu na lateral esquerda do Dauphine. O Packard teve um dos faróis trincado; o Dauphine ficou com a lateral destruída.


AERO WILLYS 2600 ANO 1965

Tenho uma característica: uma vez acostumado e gostado de algo, dificilmente aceito mudar de opinião para uma versão mais nova ou diferente. Isso vale para carros e músicas, entre outros. No caso do Aero Willys, sempre achei mais bonito o modelo antigo, lançado em 1960. Mas em 1963 veio a público o modelo 2600, número esse derivado da cilindrada do carro, que era 2638 cm³.

 

VEMAGUET 1965

Nunca andei num DKW. A origem dessa sigla é Damp Kraft Wagen, firma fundada em 1916 como fabricante de pequenos motores movidos a vapor. Com o tempo passou a fazer motores a gasolina de dois tempos, mais tarde usados em brinquedos, porém manteve a sigla DKW. Como esses brinquedos eram muito apreciados por garotos, a sigla ganhou o apelido de Des Knaben Wunsch (O Desejo do Menino). Uma versão desses motores foi adaptada para motocicletas e apelidada de Deutsche Kleine Wunder (Pequena Maravilha Alemã). Esse apelido foi usado durante muitos anos em propagandas da empresa.

Em 1957 a DKW fundiu-se com a Audi, a Horch e a Wanderer, formando a Auto Union. Cheguei a ver carros Auto Union aqui no Rio, muito parecidos com os DKW Vemag que foram produzidos no Brasil.

Uma característica dos Vemag era a porta abrir em sentido contrário ao normal, expondo as pernas e quiçá outras partes íntimas das mulheres ao descerem do veículo. Tal como acontecia com os Citroën que abundavam aqui no Rio.

O DKW Vemag Belcar era muito parecido com os Auto Union. Abaixo um vídeo deste último.


GORDINI 1968

Eu não conseguia distinguir um Gordini de um Dauphine.


SIMCA ESPLANADA 1968

Como citei no caso do Aero Willys, eu gostava mais do Simca Chambord. Não encontrei um comercial bom do Chambord. O único que achei foi filmado na França e do interior do carro, sem motorista, percorrendo estradas cercadas de montanhas nevadas. Só no final mostrava o exterior do carro. Deduzi que era na França porque o carro tinha placa preta no estilo francês, ostentando o número de departamento 75, correspondendo a Paris.


OPALA 1969

Esta é a propaganda de lançamento do Opala, feita em 1968. Ao longo dos anos houve muitas versões e alterações estilísticas no Opala. É um modelo com muitos admiradores até hoje. Um amigo meu tinha um SS 4100 de duas portas, pintura metálica vermelha. Um avião.


 

CHEVETTE 1974

Foi meu primeiro carro, como citei na postagem da semana passada, no item referente à Variant. Era branco. Comprei-o em abril de 1974 e vendi-o em janeiro de 1976. Comprei então um Chevette do ano, cor gema de ovo, para desgosto de minha futura esposa por causa da cor. Fiquei com ele até setembro de 1987, já aos trancos e barrancos, mas com apenas 117 mil km rodados, na época muito para o motor dos carros de então. Troquei por um Voyage do ano, o melhor carro que já tive, um GLS motor 1.8 a álcool, vermelho vivo. Pena que o ladrão também se apaixonou pelo carro e o levou em 19 de julho de 1990, com cerca de apenas 28 mil km rodados.

Esse modelo do Chevette é chamado carinhosamente de Tubarão, por causa da frente bicuda e dos faróis redondos nas extremidades.


DODGE 1800 modelo 1974

Também chamado carinhosamente de Doginho.



CORCEL 1975

Carrinho bonito, esse. Nunca tive um Ford. Só VW, Chevrolet e Fiat. Através de minha enteada, um Renault Sandero e um Honda Fit, que a ajudei a comprar mas que era eu que dirigia.


 

FIAT 147 modelo 1976

Depois do Voyage citado acima tive três Fiat Uno, anos 1990, 1993 e 1996. Este último foi o derradeiro carro meu. Furtado duas vezes, em outubro de 1998 e março de 1999, desisti de ter carro até hoje.

Saído do Voyage GLS 1.8 topo de linha para um Fiat Uno Mille 1.0, achei que iria estranhar muito. Mas amei o carro. Tanto que tive três em sequência, como citei acima. Por aí se vê que sou um cara muito simples. Tinha condição de ter um carro muito melhor. Mas para quê? O Uno me satisfazia. Eu havia comprado o Voyage por ter me apaixonado por um à primeira vista, ainda do modelo antigo.


 

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 COMERCIAIS ANTIGOS DE CARROS (1)

Até algumas décadas atrás era comum serem veiculados comerciais de carros na TV. Mas há tempos não se vê isso com tanta assiduidade. A Internet tem uma imensa variedade daqueles anúncios antigos e ficou difícil escolher quais postar aqui e quais não. Optei por duas postagens separadas: uma só com comerciais da Volkswagen, onde o fusca é maioria, e outra com comerciais das outras montadoras. A de hoje é sobre a Volkswagen.

Sem mais delongas, vamos aos comerciais dos bólidos da época.

 

FUSCA


O anúncio abaixo foi bastante veiculado na TV.


Esse é bastante criativo, mas não lembro de tê-lo visto.


Também nunca vi o abaixo.


Provavelmente este só foi veiculado em São Paulo.


Um comercial norte-americano.


E um alemão. O título significa "Histórias do Volkswagen".


TODA A LINHA VW

Muito bem bolado o abaixo, porém nunca o vi. Baseado no filme “Sete Homens e um Destino” ou em inglês, que tem mais a ver com o comercial, “The Magnificent Seven”.


PASSAT 1974

Lançamento do Passat. Nunca achei bonito esse carro, mas dirigi um modelo 1975 de um amigo, quando fomos a Santa Catarina. Peguei o volante um pouco à frente de São Paulo e fui até a divisa com Santa Catarina. Ele era paraplégico e o carro era adaptado. Um pouco complicado para dirigir: tinha um conjunto de barras articuladas de metal que fazia as vezes de acelerador, pedal de câmbio e freio. Só a alavanca de mudança de marcha era a mesma. Para acelerar você torcia uma bola na extremidade de uma das barras metálicas; para frear, empurrava todo o conjunto para a frente, pois ele estava acoplado ao pedal de freio; para fazer a mudança era mais complicado, pois precisava empurrar para cima um pedaço da barra articulada (isso empurrava o pedal de câmbio), fazer a mudança normalmente na alavanca para isso, depois baixar novamente o pedaço da barra.

Quando entrei num consórcio para pegar meu Voyage 1986, a Auto Modelo me ofereceu um Passat Village em substituição, pois não havia Voyage em estoque. Não aceitei porque tinha ouvido falar que o Passat iria sair de linha. E o Village, se não me engano, era mais voltado para táxis.


VARIANT_1969

Em 1974, quando discutíamos aqui em família que carro comprar, já que éramos em número de dez, avaliamos Kombi (mas era muito perigosa) e Veraneio (muito cara). Optamos por uma Variant. Vimos o anúncio de uma, acho que ano 1971. Eu e meu tio fomos vê-la. O anúncio dizia que ela havia rodado 21 mil quilômetros. Chegando no local, em São Cristóvão, ela não estava lá e sim na Tijuca. A pessoa que nos atendeu estranhou aquela quilometragem e disse que era mais do que isso, talvez uns 65 mil quilômetros.

Fomos até a Tijuca. Era uma Variant azul. Meu tio pediu para dirigi-la. Macaco velho, ele notou folga no volante, pedais gastos, e outros sinais de uso intenso. Desistimos da compra. Acabamos por escolher um Chevette 1974 zero km. Não dava para todos nós e por isso minha tia comprou um fuscão. Lembro das placas: o Chevette era LB-7713 e o fuscão ED-6254. Com a fusão GB-RJ, mudaram para ZN-7713 e QP-6254.


 ZÉ-DO-CAIXÃO 1969

Fracasso como carro de família, sucesso como táxi. Quem não se lembra deles?



------  FIM  DA  POSTAGEM  -------

 

 JÓIAS DA PROPAGANDA (2)

Esta postagem é continuação da publicada no sábado passado.

 

PORQUINHOS DAS CASAS DA BANHA


Quem não se lembra deles e do jingle associado, composto pelo radialista e publicitário Borelli Filho e gravado originalmente por Carequinha.

“Vou dançar o cha-cha-cha / Casas da Banha / Alegria vem de lá / Casas da Banha / Também vou aproveitar / Casas da Banha / É lá que eu quero comprar / É lá que eu quero comprar”.

Houve várias versões desse jingle, com letra alterada e outros cantores, porém mantendo a melodia. Vide uma delas abaixo, de início dos anos 1980.



 SOLDADINHOS DOS FÓSFOROS FIAT LUX

Ano de 1959. Muito bem bolada. Produção da Lynxfilm.


SOUTIENS VALISÈRE

Comercial ousado para a época, ano de 1987, também ficou na memória de quem o assistiu. Produção: agência W/GGK. Direção de Júlio Xavier. Criação: Rose Ferraz, Camila Franco e Washington Olivetto.


SUJISMUNDO

Personagem criado por Ruy Perotti, a pedido do governo militar. A ideia era mudar alguns hábitos nocivos do brasileiro, segundo o mote “Povo desenvolvido é povo limpo”. Ficou na intenção, infelizmente. Não mudou nada.

Houve vários filmetes com o Sujismundo, todos da década de 1970. A primeira versão surgiu em setembro de 1972, numa série de quatro filmetes. Eram exibidos na TV e em cinemas. A campanha saiu do ar em novembro do mesmo ano e ressurgiu em 1977, agora com um novo personagem, o Sujismundinho.

Outros personagens que foram utilizados: a esposa Clarimunda e o doutor Prevenildo. Aqui vemos dois desses filmetes. O primeiro é de 1972, o segundo é de 1977.




BOKO MOKO

Boko Moko foi uma criação de Sérgio “Arapuã” de Andrade, jornalista, publicitário e especialista em marketing político. O nome era uma variação das palavras bocó e mocó, gírias da época para se referir a pessoas com vestimenta, falas e costumes considerados antiquados ou cafonas.

O personagem principal era o Teobaldo, vivido por Roberto Marquis, e se tornou muito popular na época. Houve vários comerciais do Boko Moko, final dos anos 1960 e início dos 1970. O produto veiculado era o Guaraná Antarctica, vendido como a senha para se livrar do Boko Moko. Abaixo vemos dois desses comerciais.


Esse abaixo é muito engraçado e fez parte da série “Boko Moko através dos Séculos”.


COBERTORES PARAHYBA

Ano de 1961. Muito fofo. Produtora Lynxfilm. Trilha musical do maestro Erlon Chaves.


FARINHA LÁCTEA NESTLÉ

O comercial das “comadrinhas” é muito criativo. Ano de 1961.


TELEFONE A DISCO

Este comercial foge dos demais de hoje. É americano e instrui as pessoas a como usar os novos telefones a disco. Achei interessante.


 

----- FIM  DA  POSTAGEM  -----

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, julho 22, 2024

JÓIAS DA PROPAGANDA (1)

Dizem que os autores de propaganda brasileiros estão entre os melhores do mundo. Se é verdade ou não, ignoro. Mas algumas de suas criações realmente marcaram época e se fixaram na memória de milhões de pessoas. Na postagem de hoje relembro algumas. Como sempre, a lista será incompleta, ou por esquecimento meu ou para não torná-la muito extensa.

 

GOTINHAS DA ESSO


Originalmente a Esso aqui no Brasil adotou como mascote um garotinho em forma de gotinha criado por uma agência de publicidade dinamarquesa, na década de 1950. A McCann Erickson incorporou uma menina, formando um casal que ficou conhecido como Casal Gasolina.

Na animação original o jingle era em ritmo de Bossa Nova e logo a seguir repetia em ritmo de samba, porém apenas a melodia, sem a letra. Vide a versão de 1962. Animação feita pela Lynxfilm.


 CASAS PERNAMBUCANAS

Também marcou época. Quem não se lembra dessa, ano de 1962? Autor do jingle Heitor Carillo. Produção Magisom.


 PORTUGUESES DA VARIG

Dentre os muitos comerciais da VARIG, este marcou época. Ano de 1967. Criação de Archimedes Messina. Arranjo de Chiquinho de Moraes. Cantora Ilda de Castro. Produção Sonotec.


 CAMISAS US TOP

“Bonita camisa, Fernandinho” passou a ser uma frase incorporada pelo público e usada até hoje. Ano de 1985, criação de Washington Olivetto, agência Talent.



BARDAHL

Ano de 1959. O detetive Bardahl combatia a Turminha Brava, composta por Chico Válvula Presa, Zé dos Anéis Sujos, Carvãozinho e Antônio Sujo.


Posteriormente apareceu uma mulher, a Clarimunda, que servia de isca para os motoristas.


O comercial abaixo é norte-americano, ano de 1955.


BOMBRIL

A primeira da série, com o ator Carlos Moreno. Agência de propaganda DPZ.


COTONETES JOHNSON & JOHNSON

Produzido pela Start Anima, o Homenzinho Azul da Johnson & Johnson ganhou Medalha de Bronze no Festival de Cannes em 1978.



-------  FIM  DA  POSTAGEM  -----


domingo, julho 14, 2024

 

“BELEZA É FUNDAMENTAL”

Quem não se lembra dessa frase do Vinícius de Moraes? Será verdade? De qualquer modo, vamos ver algumas das mulheres e homens considerados muito bonitos. Durante a juventude. Esqueçamos o passar do tempo. Sem maiores comentários.

 

CYLL FARNEY


 ÍRIS LETTIERI

 

JOHN HERBERT


NÚBIA LAFAYETTE


 TARCÍSIO MEIRA

 

ILKA SOARES

 

ADRIANO REIS


 

ÍRIS BRUZZI


 

CLÁUDIO MARZO


 

EVA WILMA


 

MÁRIO GOMES


 

MARIA TEREZA GOULART



 

 

 

 

 

  CONCURSO SDR DE CINEFILIA Seguem os trailers da segunda rodada do concurso. Ocupem seus lugares e divirtam-se. A sessão vai começar. ...