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quinta-feira, junho 27, 2024

 GALÃS, ESTRELAS E PALHAÇOS

Esta postagem remete aos tempos do cinema nacional das décadas de 1950 e 1960, com seus atores e atrizes mais famosos. Tempos das saudosas produtoras cinematográficas Vera Cruz e Atlântida.

 

OSCARITO (16/08/1906 – 04/08/1970)

Oscar Lorenzo Jacinto de la Inmaculada Concepción Tereza Diaz nasceu em Málaga, na Espanha, numa família circense. Com um ano de idade sua família emigrou para o Brasil. Em 1949 ele se naturalizou brasileiro.

Estreou no circo aos cinco anos de idade, fazendo o papel de índio numa adaptação de O Guarani, de Carlos Gomes. Ali aprendeu violino e foi trapezista, palhaço e acrobata.

Em 1932 estreou no teatro de revista, na peça Calma, Gegê, que satirizava o presidente Getúlio Vargas, de quem se tornou amigo.

No cinema estreou em 1935, no filme Noites Cariocas. Foi nessa arte que ganhou popularidade e fama, trabalhando em dupla com Grande Otelo em numerosos filmes estilo chanchada.

No Brasil, era comparado a Chaplin e Cantinflas.

Na manhã de 15 de julho de 1970 machucou-se ao realizar um salto durante uma apresentação. Foi internado, porém sofreu um AVC. Ficou em coma até 04 de agosto, quando faleceu.

Trabalhou em 47 filmes, entre os quais podemos citar Carnaval Atlântida, Matar ou Correr, Vamos Com Calma, Colégio de Brotos, De Vento em Popa, O Homem do Sputnik, Crônica da Cidade Amada, A Espiã que Entrou em Fria.

 

GRANDE OTELO (18/10/1915 – 26/11/1993)

Sebastião Bernardes de Souza Prata era filho de um boiadeiro, do qual ficou órfão aos dois anos de idade. Sua vida artística começou em 1923 ou 1924, num picadeiro de circo na cidade de Uberlândia, onde nascera. Disse ele que já era conhecido como um palhacinho na cidade, com apelido Bastiãozinho.

Aos oito anos foi levado para São Paulo pela dona de uma companhia de teatro. Lá fugiu várias vezes, acabando sempre no Juizado de Menores.

Em 1927 participou da Companhia Negra de Revistas, fundada por Jayme Silva e pelo artista negro De Chocolat e de onde Pixinguinha era o maestro. Suas apresentações chamaram atenção e um comentarista do Jornal do Commercio chamou-o de “grande Othelo”. O apelido pegou.

Ao longo das décadas de 1930 a 1950 participou de várias peças do teatro de revista. Em 1942, fazendo um papel no filme inacabado “It’s All True”, de Orson Welles, este o considerou o maior ator brasileiro. Em 1950 estava no auge da carreira.

No cinema, fez várias parcerias famosas, entre as quais com Oscarito e depois com Ankito. Também formou dupla em muitos espetáculos musicais e no cinema com Vera Regina, uma negra alta que lembrava Josephine Baker. O fim dessa parceria com Vera Regina gerou uma crise em Grande Otelo, da qual só se recuperou em 1969, na filmagem de Macunaíma.

Participou de várias novelas da TV Globo e do humorístico Escolinha do Professor Raimundo. Seu último trabalho foi na novela Renascer¸ pouco antes de sua morte.

Tragicamente, essa morte ocorreu devido a um infarto fulminante logo depois de desembarcar em Paris no aeroporto Charles de Gaulle, quando seguia para o Festival dos Três Continentes, em Nantes, onde seria homenageado num painel sobre negritude no cinema.

Sua vida teve várias tragédias: seu pai morreu esfaqueado e sua mãe era alcoólatra. Em 1948 casou-se com Lucia Maria Pinheiro, tendo o filho Elmar. No ano seguinte Lucia matou a tiros a criança, então com seis anos de idade, e depois suicidou-se.

 

ANKITO (26/02 ou 26/11/1924 – 30/03/2009)

Anchizes Pinto é considerado um dos cinco maiores nomes das chanchadas brasileiras. Nasceu no Brás, em família circense. Seu pai era o palhaço Faísca, sua mãe era atriz circense e seu tio era o famoso palhaço Piolim.

Passou a atuar no circo aos quatro anos de idade como acrobata, e posteriormente no Globo da Morte. Onze anos depois atuou em shows no Cassino da Urca como acrobata, na época considerado um esporte, o que lhe valeu cinco vezes o título de Campeão Sul-Americano da especialidade.

Em 1952 estreia no cinema com o filme É Fogo na Roupa, onde faz um tipo ingênuo e divertido com o qual atuaria em mais de 30 filmes posteriores. O sucesso foi enorme.

Entre esse ano e 1961 protagonizou dezenas de filmes, entre os quais Marujo por Acaso, Pé na Tábua, Um Candango na Belacap, Pistoleiro Bossa Nova, Vai que é Mole e Metido a Bacana, onde pela primeira vez fez dupla com Grande Otelo, no ano de 1957. Sua carreira estava no apogeu.

Em 1960 caiu de um prédio durante a filmagem de Um Candango na Belacap, sofrendo lesões que o impediram de continuar fazendo acrobacias e abreviaram sua carreira cinematográfica.

Dali em diante participou de poucos filmes, porém na TV fez presença em vários programas humorísticos na Tupi, Record e Bandeirantes. Já na TV Globo participou de várias telenovelas, como Gina, Marina, Alma Gêmea, A Sucessora. Também participou de várias minisséries e fez parte do elenco da primeira versão de O Sítio do Pica-pau Amarelo, fazendo o papel do Curupira e do Soldadinho de Chumbo.

Morreu em 30 de março de 2009 em decorrência de câncer de pulmão.

 

MAZZAROPI (09/04/1912 – 13/06/1981)

Amácio Mazzaropi foi nome marcante no cinema brasileiro, fazendo sempre o papel de jeca ou de matuto, tendo produzido, escrito, dirigido ou estrelado trinta e dois filmes entre 1952 e 1980.

Mazzaropi nasceu no bairro de Santa Cecília, em São Paulo, mas aos dois anos sua família se mudou para Taubaté. Seu conhecimento do modo de vida caipira se deveu ao avô materno, que o levava a festas no bairro onde moravam.

Depois de algumas atuações em circo, no início da década de 1930 ele estreou em sua primeira peça teatral, A Herança do Padre João. Ao longo do final dessa década e da seguinte formou uma trupe e percorreu o interior do Estado de São Paulo.

Sua estreia no cinema ocorreu em 1952, no filme Sai da Frente, a cargo da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, com a qual fez mais dois filmes. Com o fim da Vera Cruz, fez cinco filmes com outras produtoras.

Em 1958 fundou em sua fazenda de Taubaté a PAM Filmes (Produções Amâncio Mazzaropi), responsável pela maioria dos seus filmes. Após sua morte o local virou o Museu Mazzaropi, contendo todo o acervo de sua vida e carreira.

A primeira obra da sua produtora foi Chofer de Praça. Em 1962 lançou seu filme mais famoso, o Jeca Tatu. Seu primeiro filme a cores foi Tristeza do Jeca, também o primeiro a ser exibido pela televisão, na TV Excelsior.

Seu próximo sucesso foi O Corintiano, recorde nacional de bilheteria.

Em 1974 construiu um grande estúdio de gravação, com oficina de cenografia e hotel para atores e técnicos. Ali produziu mais cinco filmes, até 1979.

Em três décadas ele produziu ou participou de 32 filmes. Seu 33º filme, Maria Tomba Homem, ficou incompleto.

Mazzaropi morreu de câncer na medula óssea, após 26 dias internado.

 

CYLL FARNEY (14/09/1925 – 14/03/2003)

Cilênio Dutra e Silva era irmão do cantor Dick Farney e foi o maior galã da companhia cinematográfica Atlântida.

Seu primeiro filme foi A Escrava Isaura, em 1949, e daí em diante destacou-se nas chanchadas da Atlântida ao longo da década de 1950. Sua presença atraía multidões de fãs femininas aos cinemas. Foram 41 filmes, entre 1949 e 1976. Entre eles encontram-se Carnaval Atlântida, Colégio de Brotos, De Vento em Popa, O Homem do Sputnik, As Sete Evas, A Infidelidade ao Alcance de Todos.

Na TV trabalhou durante pouco tempo. Entre 1956 e 1958 era o ator principal na série O Jovem Dr. Ricardo, a primeira com temática médica na TV. Contracenava com Tereza Rachel, no papel da enfermeira Patrícia, e com Ribeiro Fortes, no papel do experiente Dr. Martim

Em 1978 deixou a carreira de ator e fundou a produtora Tycoon, pela qual lançou 14 filmes. A TV Globo, antes de inaugurar seus próprios estudos de gravação, em 1995, muitas vezes alugava as instalações da Tycoon.

Também produziu muitos documentários sobre grandes nomes da música brasileira, como Francisco Alves, Orlando Silva e outros, resgatando a memória de artistas de sua geração.

Morreu aos 77 anos, no Rio de Janeiro, de causa não divulgada a pedido da família.

 

ELIANA MACEDO (21/09/1926 – 18/07/1990)

Ely Macedo de Azevedo foi uma das grandes estrelas do cinema nacional, no qual estreou em 1948, com o filme E o Mundo se Diverte, dirigido por seu tio Watson Macedo, ao lado de Carlos Manga, responsável pela época de ouro da Atlântida. Watson Macedo dirigiu Eliana durante quase toda a sua vida artística.

Seu grande momento foi no filme Carnaval no Fogo, de 1949, quando interpretou dois papéis. Watson Macedo preferia Maria Della Costa e Cacilda Becker, mas os diretores da Atlântida impuseram Eliana. E foi um sucesso.

Em 1954, por sua participação no filme A Outra Face do Homem, foi vencedora do Prêmio Saci, a maior premiação cinematográfica da época.

Era a principal atriz da Atlântida Cinematográfica, maior produtora de filmes naqueles tempos.

Estrela das chanchadas lançadas no período, trabalhou em 26 filmes e atuou ao lado de artistas como Oscarito, Anselmo Duarte, Grande Otelo, José Lewgoy e Cyll Farney.

Em 1950 casou-se com Renato Murce, muito mais velho, causando comentários.

Faleceu em 1990, vítima de infarto.

 

ANSELMO DUARTE (21/04/1920 – 07/11/2009)

Anselmo Duarte Bento é considerado um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Começou como figurante no inacabado filme de Orson Welles “It’s All True”, de 1942, em que também trabalhava Grande Otelo. Logo após fez Querida Susana, com Tônia Carrero e Nicete Bruno. Com Carnaval no Fogo, em 1949, dirigido por Watson Macedo e no qual também trabalhou a supracitada atriz Eliana, tornou-se um dos maiores galãs que o cinema nacional já teve.

Em 1951 foi contratado pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz com o maior salário da produtora, e no ano seguinte foi lançado Tico-Tico no Fubá, um grande sucesso. Fez mais três filmes na Vera Cruz.

Em 1957 estreou como diretor em Absolutamente Certo.

Em 1962 ganhou a Palma de Ouro e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes com o filme O Pagador de Promessas. François Truffaut foi o maior defensor do prêmio especial para Anselmo.

Sua carreira entrou em declínio em virtude de divergências ideológicas com os adeptos do Cinema Novo.

Em 22 de junho de 2009 foi feito Cavaleiro da Ordem do Ipiranga pelo governo do Estado de São Paulo.

Morreu em 07 de novembro de 2009 em decorrência de complicações originadas pelo terceiro AVC que o acometeu.

 ------------  FIM  DA  POSTAGEM  ------------

 

 

quarta-feira, junho 26, 2024

 

OS POUCO FAMOSOS (Segunda parte)

(Essa postagem é uma continuação daquela do sábado passado).

 

FRANCISCO CARLOS (05/04/1928 – 19/08/2003)


Embora fosse carioca, passou a infância em Recife, retornando para cá aos 11 anos de idade. Graduou-se pela Escola Nacional de Belas Artes. Ainda estudante, apresentou-se no “Programa Casé”, da Rádio Mayrink Veiga. Em 1946 foi contratado como cantor profissional pela Rádio Tamoio e depois transferiu-se para a Rádio Globo.

Um de seus primeiros discos, gravado em 1950, trazia a marcha carnavalesca “Meu brotinho”, de grande sucesso, e o samba “Me deixa em paz”, ambos de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

Em 1953 foi escolhido pelos ouvintes da Rádio Nacional como o melhor cantor do ano, superando Francisco Alves, falecido no ano anterior. Em 1958 foi eleito “Rei do Rádio” e recebeu o apelido de El Broto. Posteriormente foi considerado “O cantor enamorado do Brasil”. Em 1962, no auge da carreira, abandonou a vida artística após uma excursão pela Europa e passou a se dedicar exclusivamente à pintura.

No início dos anos 1980 tentou voltar à vida artística, não logrando sucesso e abandonando de vez essa pretensão.

Morreu após complicações provocadas por um linfoma.

 

ÁUREA MARTINS (13/06/1940)


Nascida Áldima Pereira dos Santos, em Campo Grande, pertencia a uma família de músicos: o pai tocava violão, a avó banjo, a mãe era cantora amadora e dois de seus tios  tocavam clarinete e saxofone. Participou quando criança do coral da igreja de Nossa Senhora do Desterro.

Recebeu o nome de Áurea Martins dado por Paulo Gracindo, quando cantava em programas de auditório da Rádio Nacional na década de 1960. Em 1969 ganhou o primeiro lugar no programa “A Grande Chance”, de Flávio Cavalcanti. Com o dinheiro recebido bancou seu primeiro LP, de nome “O Amor em Paz”, em 1972, com arranjos de Luiz Eça.

Após essa evidência inicial passou a atuar apenas no circuito boêmio do Rio. Em 2008 voltou à cena musical, com o LP “Até sangrar”, ganhando como melhor cantora o Prêmio da Música Brasileira, em 2009, sendo Marisa Monte uma das concorrentes. No mesmo ano foi lançado um curta metragem mostrando uma jornada de trabalho da cantora na noite carioca, tendo esse curta recebido mais de 20 prêmios desde seu lançamento.

Em 2012 lançou seu primeiro DVD.

 

TRIO NAGÔ (1950 – início da década de 1960)


Tudo começou com Mário Alves, um alfaiate cearense que cantava enquanto costurava em sua pequena loja. Pelas manhãs ele recebia dois amigos, Evaldo Gouveia e Epaminondas de Souza, que o acompanhavam na cantoria: Evaldo com voz e Epaminondas ao violão. Tudo não passava de brincadeira.

Ao final do expediente, Mário ia para casa e os outros dois esticavam a cantoria em bares de Fortaleza. Um dia alguém os ouviu cantando e os indicou para audição numa rádio local. De rádio em rádio, acabaram sendo convidados para representar o Ceará no programa César de Alencar, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Essa apresentação resultou num contrato com a Rádio Jornal do Brasil, formando-se então o Trio Nagô.

Dois anos depois já tinham feito apresentações em várias casas do Rio e São Paulo e foram contratados pela Rádio Record. Lançaram diversos discos de 78rpm e iniciaram turnês nacionais.

Ganharam programa próprio na TV Record e faziam muito sucesso, com fã-clubes femininos suspirando pelo Evaldo e Epaminondas, os galãs do trio. Fizeram turnês por vários países das Américas e da Europa, com grande sucesso em Paris. Na volta, foram condecorados por autoridades por divulgarem a cultura brasileira. Apesar disso, Mário Alves continuava desenhando e costurando para o trio.

Em fins dos anos 1950 o trio se separou, tentando retornar no início da década de 1960, agora com repertório e harmonia da bossa nova. Mas não tiveram sucesso.

Evaldo Gouveia continuou carreira, agora como compositor, junto com Jair Amorim. De Mário e Epaminondas não se teve mais notícia.

 

ELLEN DE LIMA (24/03/1938)


Baiana, foi para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade. Aos oito anos apresentou-se no programa “Papel Carbono”, de Renato Murce, imitando a cantora Heleninha Costa, sendo a vencedora da noite. Mas sua carreira começou mesmo quando se apresentou no programa de calouros de César de Alencar, na Rádio Nacional, e no “Alvorada dos novos”, da Rádio Mayrink Veiga, onde foi contratada em 1954 para apresentar-se no Rio e em São Paulo.

Foi uma das primeiras contratadas da Columbia (depois CBS e atual Sony-BMG), lançando seu primeiro disco, a convite do maestro Renato de Oliveira, com o samba-canção “Até você” e o slow-fox “Melancolia”.

Em 1957 gravou seu primeiro LP, com o bolero “Vício”, de Fernando César, fazendo muito sucesso. Mas foi na década de 1960 que Ellen de Lima se tornou conhecida com a “Canção das Misses”, tema do concurso Miss Brasil.

Nos anos seguintes, embora sem fazer muito sucesso, gravou alguns LP’s, participou de telenovelas e de shows e festivais, inclusive com várias temporadas no Cassino Estoril, de Portugal. Recebeu algumas homenagens, participou do grupo “Cantoras do Rádio”, foi eleita madrinha da Polícia Rodoviária Federal. Até hoje tem vida musical ativa.

Suas últimas apresentações documentadas na Internet foram em 2017, no sábado e na segunda-feira de Carnaval, no Baile da Cinelândia.

 

LUCIENE FRANCO (03/01/1939)


Iniciou a carreira artística em 1957, lançando pela Copacabana seu primeiro disco, assinando apenas “Luciene”, com o bolero “Tarde morena de Espanha”, de Luis Bonfá, e o samba-canção “Ave Maria”, de Vicente Paiva.

Em 1958 foi eleita pela revista Radiolândia como “Cantora revelação do ano na TV”.

Ao longo da década de 1960 gravou várias composições de Luis Bonfá e de Ary Barroso, do qual era a cantora favorita. Fez várias turnês por países das Américas e Europa.

Na TV, atuou nos principais programas: Flávio Cavalcanti, Chacrinha, J. Silvestre, Jair de Taumaturgo, Sílvio Santos, Blota Jr, Aerton Perlingeiro, Airton Rodrigues e Murilo Nery.

Sua última apresentação documentada na Internet foi em 2017, na sexta-feira de Carnaval no Baile da Cinelândia.

 

MARCOS MORAN (1938)


OBS: Não consegui obter a data de nascimento dele.

Nascido Ananias Marques de Oliveira, em Alegre (ES), em 1959 juntou-se com alguns amigos – entre eles Wilson Simonal - para a criação do grupo Dry Boy’s. Obtiveram relativo sucesso, mas se separaram. Moran cantou então na boate Arpège e no Copacabana Palace, sendo visto pela gravadora RCA, onde lançou seu primeiro compacto em 1965.

Na década de 1960 sua voz era comparada à de Simonal, de quem era grande amigo. Ao longo dessa década sofreu influência do rock e do soul music, misturando com samba e músicas carnavalescas.

Obteve sucesso no Carnaval de 1968 com a marcha “Até quarta-feira”. Em 1970 virou intérprete de sambas-enredo, a convite de Carlos Imperial. Cantou para a Portela, Império Serrano e de 1979 a 1984, para a Vila Isabel, tendo deixado a escola após desentendimento com um diretor de harmonia durante desfile na Sapucaí.

Depois disso, foi puxador de samba para as escolas Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos de Lucas e terminou sua carreira em 2017, pela Acadêmicos de Pilares.

Como compositor, teve parceria com Roberto Carlos e compôs músicas para Elza Soares, Cauby Peixoto e Altemar Dutra.

 

------------  FIM  DA  POSTAGEM  ------------

 

 

sábado, junho 22, 2024

OS POUCO FAMOSOS (Primeira parte)

São muitos os cantores e cantoras nacionais que fizeram sucesso no passado. Maior ainda é a quantidade dos que nunca fizeram parte do panteão dos famosos. Esta postagem cita alguns deles. Fonte Wikipedia. Alguns dos textos aqui estão muito resumidos em virtude da extensão deles no original. 

Além disso, como costumo fazer, acrescento observações ou comentários meus.

 

WILMA BENTIVEGNA (17/07/1929 – 02/07/2015)


Começou a carreira aos nove anos no programa “Clube do  Papai Noel” e foi a primeira cantora a se apresentar na TV Tupi. Especializou-se em versões de músicas estrangeiras de sucesso na época. “Hino ao Amor” (“Hymne à l’Amour”, sucesso de Edith Piaf), gravada em 1959, tornou-a nacionalmente conhecida. Ganhou alguns prêmios, participou de novelas e do filme “Custa Pouco a Felicidade”, de Geraldo Vietri, em 1952.

Morreu de insuficiência respiratória. Era depressiva e quase não saía de casa.

 

DALVA DE ANDRADE (02/04/1935)


Revelou-se no programa “Pescador de estrelas”, do radialista Arnaldo Amaral. Em 1955 ganhou menção honrosa na categoria “Revelação feminina” do crítico Sylvio Tulio Cardoso. Seu maior sucesso foi “Serenata Suburbana”, de 1960, uma guarânia do compositor pernambucano Capiba.

Afastou-se da carreira artística em meados na década de 1960, em virtude de problemas auditivos.

 

VANJA ORICO (15/11/1931 – 28/01/2015)

Surgiu no cenário artístico cantando “Mulher rendeira” no filme “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, 1953, premiado no Festival de Cannes, trazendo a Vanja o reconhecimento internacional e permitindo-lhe apresentações na Europa, África, Caribe e EUA. Gravou discos na França, foi recordista de vendas no Brasil e capa de várias revistas da época.

Participou de vários filmes do Ciclo do Cangaço. Além do citado “O Cangaceiro”, fez papel em “Lampião, o Rei do Cangaço” (1964), “Cangaceiros de Lampião” (1967) e “Jesuíno Brilhante, o cangaceiro” (1972).

Também fez papel em filmes internacionais, como nos italianos “Luci del varietà”, de Fellini, em 1950, e “Yalis, la vergine del roncador”, 1955, e no alemão “Die Windrose”, também de 1955.

A canção que me fez lembrar da Vanja foi “Prenda minha”, tradicional gaúcha, gravada junto com o Trio Nagô, que tocava nas rádios e que eu aprecio muito.

Eu sempre desconfiei do nome Vanja, pois em vários idiomas a letra J tem som de I e então Vanja seria pronunciado como Vânia, diminutivo do nome masculino russo Ivan, o nosso João.

Nos últimos anos Vanja sofria de Mal de Alzheimer, porém morreu de câncer de intestino.

 

JOÃO DIAS (12/10/1927 – 27/11/1996)

Começou a carreira artística em 1948. No ano seguinte foi para a Rádio Bandeirantes. Em 1951 gravou seu primeiro disco pela Odeon. Passou por várias gravadoras, como Copacabana e CBS, porém a maior parte de suas músicas foi lançada pela Odeon. Também trabalhou na TV e rádio Tupi e fez apresentações em várias outras emissoras de televisão. Passou a apresentar um programa na Rádio Nacional aos domingos, em 1953, conquistando grande popularidade. Em 1955 o programa passou para o horário antes ocupado durante vários anos pelo de Francisco Alves, de quem era grande amigo.

Foi o idealizador e responsável pela Lei de Direito Conexo, regulamentada em 1968, que garantiu ao intérprete receber direitos pela execução posterior de suas gravações, o que anteriormente só era garantido aos autores.

Ao todo lançou pela Odeon seis LP’s e um pela Copacabana, além de lançar dois a três discos por ano. Considerado “o herdeiro de Francisco Alves”, também era conhecido como “O Príncipe da Voz”.

No ano em que faleceu dirigia a SOCIMPRO (Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos).

Ao longo dos 45 anos de carreira gravou cerca de 320 músicas em LP’s, discos de 78rpm e CD’s.

A música de João Dias que me marcou foi o tango “Cantando”.

 

MARIA LÚCIA GODOY (02/09/1924)

Mais conhecida como cantora lírica, é considerada a maior intérprete de Villa Lobos, porém interpretou várias canções populares, de autores como Tom Jobim, Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento, Hekel Tavares e outros.

Especializou-se no canto lírico graças a uma bolsa de estudos na Alemanha, fazendo recitais em vários países. Venceu vários concursos e ficou como solista principal do Madrigal Renascentista, cujo regente era Isaac Karabtchevsky, com quem foi casada.

É considerada uma das maiores cantoras brasileiras de sua geração, aliando exímia técnica vocal a dons de interpretação. Bidu Sayão a considerava sua única sucessora.

Cantou no traslado dos restos mortais de Dom Pedro I para o Brasil, no Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa. Também apresentou-se durante a inauguração de Brasília, convidada pelo presidente Juscelino Kubitschek. No enterro de Glauber Rocha interpretou as “Bachianas Brasileiras número 5”, de Villa Lobos.

Foi condecorada com a Grã-Cruz da Inconfidência e com a Medalha de Honra da UFMG. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da mesma UFMG, em 2016.

Lembrei-me dela através da música “Fiz a cama na varanda”.

 

NÚBIA LAFAYETTE (21/01/1937 – 18/06/2007)

OBS: Confesso ter ficado impressionado com a beleza da Núbia, ao menos durante sua juventude. Não conhecia nenhuma foto dela.

Nascida Idenilde Araújo Alves da Costa, ficou conhecida pelo nome Núbia Lafayette. Originária de Açu, no Rio Grande do Norte, sua família mudou-se para o Rio de Janeiro quando ela estava com três anos de idade. Começou a se apresentar em programas infantis aos oito anos de idade.

No final da década de 1950, com o nome artístico de Nilde Araújo, iniciou sua carreira artística, ao se apresentar no programa “A Voz de Ouro”, da TV Tupi, cantando músicas da época. Trabalhava como vendedora nas Lojas Pernambucanas. Foi crooner da boate Cave do Rio e estreou cantando Dalva de Oliveira.

O nome artístico Núbia Lafayette foi sugestão de Adelino Moreira, em 1960, quando a levou para a gravadora RCA, com apoio de Nelson Gonçalves. Seu primeiro disco foi lançado nesse mesmo ano, com a canção “Devolvi”, de Adelino Moreira, projetando-a como cantora popular e romântica.

Durante toda sua vida participou de apresentações esporádicas e de programas especiais.

Lembrei-me dela através da música Kalu, de Humberto Teixeira e sucesso de Dalva de Oliveira, em 1952.

Morreu de AVC em 2007.

 

------------  FIM  DA  POSTAGEM  ------------

 

 

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