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quinta-feira, junho 27, 2024

 GALÃS, ESTRELAS E PALHAÇOS

Esta postagem remete aos tempos do cinema nacional das décadas de 1950 e 1960, com seus atores e atrizes mais famosos. Tempos das saudosas produtoras cinematográficas Vera Cruz e Atlântida.

 

OSCARITO (16/08/1906 – 04/08/1970)

Oscar Lorenzo Jacinto de la Inmaculada Concepción Tereza Diaz nasceu em Málaga, na Espanha, numa família circense. Com um ano de idade sua família emigrou para o Brasil. Em 1949 ele se naturalizou brasileiro.

Estreou no circo aos cinco anos de idade, fazendo o papel de índio numa adaptação de O Guarani, de Carlos Gomes. Ali aprendeu violino e foi trapezista, palhaço e acrobata.

Em 1932 estreou no teatro de revista, na peça Calma, Gegê, que satirizava o presidente Getúlio Vargas, de quem se tornou amigo.

No cinema estreou em 1935, no filme Noites Cariocas. Foi nessa arte que ganhou popularidade e fama, trabalhando em dupla com Grande Otelo em numerosos filmes estilo chanchada.

No Brasil, era comparado a Chaplin e Cantinflas.

Na manhã de 15 de julho de 1970 machucou-se ao realizar um salto durante uma apresentação. Foi internado, porém sofreu um AVC. Ficou em coma até 04 de agosto, quando faleceu.

Trabalhou em 47 filmes, entre os quais podemos citar Carnaval Atlântida, Matar ou Correr, Vamos Com Calma, Colégio de Brotos, De Vento em Popa, O Homem do Sputnik, Crônica da Cidade Amada, A Espiã que Entrou em Fria.

 

GRANDE OTELO (18/10/1915 – 26/11/1993)

Sebastião Bernardes de Souza Prata era filho de um boiadeiro, do qual ficou órfão aos dois anos de idade. Sua vida artística começou em 1923 ou 1924, num picadeiro de circo na cidade de Uberlândia, onde nascera. Disse ele que já era conhecido como um palhacinho na cidade, com apelido Bastiãozinho.

Aos oito anos foi levado para São Paulo pela dona de uma companhia de teatro. Lá fugiu várias vezes, acabando sempre no Juizado de Menores.

Em 1927 participou da Companhia Negra de Revistas, fundada por Jayme Silva e pelo artista negro De Chocolat e de onde Pixinguinha era o maestro. Suas apresentações chamaram atenção e um comentarista do Jornal do Commercio chamou-o de “grande Othelo”. O apelido pegou.

Ao longo das décadas de 1930 a 1950 participou de várias peças do teatro de revista. Em 1942, fazendo um papel no filme inacabado “It’s All True”, de Orson Welles, este o considerou o maior ator brasileiro. Em 1950 estava no auge da carreira.

No cinema, fez várias parcerias famosas, entre as quais com Oscarito e depois com Ankito. Também formou dupla em muitos espetáculos musicais e no cinema com Vera Regina, uma negra alta que lembrava Josephine Baker. O fim dessa parceria com Vera Regina gerou uma crise em Grande Otelo, da qual só se recuperou em 1969, na filmagem de Macunaíma.

Participou de várias novelas da TV Globo e do humorístico Escolinha do Professor Raimundo. Seu último trabalho foi na novela Renascer¸ pouco antes de sua morte.

Tragicamente, essa morte ocorreu devido a um infarto fulminante logo depois de desembarcar em Paris no aeroporto Charles de Gaulle, quando seguia para o Festival dos Três Continentes, em Nantes, onde seria homenageado num painel sobre negritude no cinema.

Sua vida teve várias tragédias: seu pai morreu esfaqueado e sua mãe era alcoólatra. Em 1948 casou-se com Lucia Maria Pinheiro, tendo o filho Elmar. No ano seguinte Lucia matou a tiros a criança, então com seis anos de idade, e depois suicidou-se.

 

ANKITO (26/02 ou 26/11/1924 – 30/03/2009)

Anchizes Pinto é considerado um dos cinco maiores nomes das chanchadas brasileiras. Nasceu no Brás, em família circense. Seu pai era o palhaço Faísca, sua mãe era atriz circense e seu tio era o famoso palhaço Piolim.

Passou a atuar no circo aos quatro anos de idade como acrobata, e posteriormente no Globo da Morte. Onze anos depois atuou em shows no Cassino da Urca como acrobata, na época considerado um esporte, o que lhe valeu cinco vezes o título de Campeão Sul-Americano da especialidade.

Em 1952 estreia no cinema com o filme É Fogo na Roupa, onde faz um tipo ingênuo e divertido com o qual atuaria em mais de 30 filmes posteriores. O sucesso foi enorme.

Entre esse ano e 1961 protagonizou dezenas de filmes, entre os quais Marujo por Acaso, Pé na Tábua, Um Candango na Belacap, Pistoleiro Bossa Nova, Vai que é Mole e Metido a Bacana, onde pela primeira vez fez dupla com Grande Otelo, no ano de 1957. Sua carreira estava no apogeu.

Em 1960 caiu de um prédio durante a filmagem de Um Candango na Belacap, sofrendo lesões que o impediram de continuar fazendo acrobacias e abreviaram sua carreira cinematográfica.

Dali em diante participou de poucos filmes, porém na TV fez presença em vários programas humorísticos na Tupi, Record e Bandeirantes. Já na TV Globo participou de várias telenovelas, como Gina, Marina, Alma Gêmea, A Sucessora. Também participou de várias minisséries e fez parte do elenco da primeira versão de O Sítio do Pica-pau Amarelo, fazendo o papel do Curupira e do Soldadinho de Chumbo.

Morreu em 30 de março de 2009 em decorrência de câncer de pulmão.

 

MAZZAROPI (09/04/1912 – 13/06/1981)

Amácio Mazzaropi foi nome marcante no cinema brasileiro, fazendo sempre o papel de jeca ou de matuto, tendo produzido, escrito, dirigido ou estrelado trinta e dois filmes entre 1952 e 1980.

Mazzaropi nasceu no bairro de Santa Cecília, em São Paulo, mas aos dois anos sua família se mudou para Taubaté. Seu conhecimento do modo de vida caipira se deveu ao avô materno, que o levava a festas no bairro onde moravam.

Depois de algumas atuações em circo, no início da década de 1930 ele estreou em sua primeira peça teatral, A Herança do Padre João. Ao longo do final dessa década e da seguinte formou uma trupe e percorreu o interior do Estado de São Paulo.

Sua estreia no cinema ocorreu em 1952, no filme Sai da Frente, a cargo da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, com a qual fez mais dois filmes. Com o fim da Vera Cruz, fez cinco filmes com outras produtoras.

Em 1958 fundou em sua fazenda de Taubaté a PAM Filmes (Produções Amâncio Mazzaropi), responsável pela maioria dos seus filmes. Após sua morte o local virou o Museu Mazzaropi, contendo todo o acervo de sua vida e carreira.

A primeira obra da sua produtora foi Chofer de Praça. Em 1962 lançou seu filme mais famoso, o Jeca Tatu. Seu primeiro filme a cores foi Tristeza do Jeca, também o primeiro a ser exibido pela televisão, na TV Excelsior.

Seu próximo sucesso foi O Corintiano, recorde nacional de bilheteria.

Em 1974 construiu um grande estúdio de gravação, com oficina de cenografia e hotel para atores e técnicos. Ali produziu mais cinco filmes, até 1979.

Em três décadas ele produziu ou participou de 32 filmes. Seu 33º filme, Maria Tomba Homem, ficou incompleto.

Mazzaropi morreu de câncer na medula óssea, após 26 dias internado.

 

CYLL FARNEY (14/09/1925 – 14/03/2003)

Cilênio Dutra e Silva era irmão do cantor Dick Farney e foi o maior galã da companhia cinematográfica Atlântida.

Seu primeiro filme foi A Escrava Isaura, em 1949, e daí em diante destacou-se nas chanchadas da Atlântida ao longo da década de 1950. Sua presença atraía multidões de fãs femininas aos cinemas. Foram 41 filmes, entre 1949 e 1976. Entre eles encontram-se Carnaval Atlântida, Colégio de Brotos, De Vento em Popa, O Homem do Sputnik, As Sete Evas, A Infidelidade ao Alcance de Todos.

Na TV trabalhou durante pouco tempo. Entre 1956 e 1958 era o ator principal na série O Jovem Dr. Ricardo, a primeira com temática médica na TV. Contracenava com Tereza Rachel, no papel da enfermeira Patrícia, e com Ribeiro Fortes, no papel do experiente Dr. Martim

Em 1978 deixou a carreira de ator e fundou a produtora Tycoon, pela qual lançou 14 filmes. A TV Globo, antes de inaugurar seus próprios estudos de gravação, em 1995, muitas vezes alugava as instalações da Tycoon.

Também produziu muitos documentários sobre grandes nomes da música brasileira, como Francisco Alves, Orlando Silva e outros, resgatando a memória de artistas de sua geração.

Morreu aos 77 anos, no Rio de Janeiro, de causa não divulgada a pedido da família.

 

ELIANA MACEDO (21/09/1926 – 18/07/1990)

Ely Macedo de Azevedo foi uma das grandes estrelas do cinema nacional, no qual estreou em 1948, com o filme E o Mundo se Diverte, dirigido por seu tio Watson Macedo, ao lado de Carlos Manga, responsável pela época de ouro da Atlântida. Watson Macedo dirigiu Eliana durante quase toda a sua vida artística.

Seu grande momento foi no filme Carnaval no Fogo, de 1949, quando interpretou dois papéis. Watson Macedo preferia Maria Della Costa e Cacilda Becker, mas os diretores da Atlântida impuseram Eliana. E foi um sucesso.

Em 1954, por sua participação no filme A Outra Face do Homem, foi vencedora do Prêmio Saci, a maior premiação cinematográfica da época.

Era a principal atriz da Atlântida Cinematográfica, maior produtora de filmes naqueles tempos.

Estrela das chanchadas lançadas no período, trabalhou em 26 filmes e atuou ao lado de artistas como Oscarito, Anselmo Duarte, Grande Otelo, José Lewgoy e Cyll Farney.

Em 1950 casou-se com Renato Murce, muito mais velho, causando comentários.

Faleceu em 1990, vítima de infarto.

 

ANSELMO DUARTE (21/04/1920 – 07/11/2009)

Anselmo Duarte Bento é considerado um dos grandes nomes do cinema brasileiro. Começou como figurante no inacabado filme de Orson Welles “It’s All True”, de 1942, em que também trabalhava Grande Otelo. Logo após fez Querida Susana, com Tônia Carrero e Nicete Bruno. Com Carnaval no Fogo, em 1949, dirigido por Watson Macedo e no qual também trabalhou a supracitada atriz Eliana, tornou-se um dos maiores galãs que o cinema nacional já teve.

Em 1951 foi contratado pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz com o maior salário da produtora, e no ano seguinte foi lançado Tico-Tico no Fubá, um grande sucesso. Fez mais três filmes na Vera Cruz.

Em 1957 estreou como diretor em Absolutamente Certo.

Em 1962 ganhou a Palma de Ouro e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes com o filme O Pagador de Promessas. François Truffaut foi o maior defensor do prêmio especial para Anselmo.

Sua carreira entrou em declínio em virtude de divergências ideológicas com os adeptos do Cinema Novo.

Em 22 de junho de 2009 foi feito Cavaleiro da Ordem do Ipiranga pelo governo do Estado de São Paulo.

Morreu em 07 de novembro de 2009 em decorrência de complicações originadas pelo terceiro AVC que o acometeu.

 ------------  FIM  DA  POSTAGEM  ------------

 

 

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