Contador de visualizações

Contador de visualizações: até hoje contador de visualizações

quinta-feira, setembro 26, 2024

 

BÔNUS

Espero que vocês não se aborreçam com o conteúdo daqui para diante. Ele é excepcional, no sentido de que não se refere ao Rio de Janeiro. Mas foi a oportunidade que achei para documentar um pouco o muito que volta e meia escrevo sobre meu período em Belém do Pará, pela CINCO, na maior obra de saneamento da Amazônia na época: construção da rede principal de esgoto da cidade, desde o centro até a elevatória no bairro de Perpétuo Socorro (Telégrafo no Google Maps) e dela para dentro da baía de Guajará.

Nos meus comentários pretéritos volta e meia cito o nome de algumas pessoas daquela obra e aqui pretendo apresentá-las a vocês. E por que não acrescentar algumas pitadas engraçadas ou interessantes sobre eles?

As fotos abaixo mostram de camiseta branca o competentíssimo encarregado-geral da obra, Manoel Quinino, cearense de Nova Russas, morador aqui no bairro de Quintino. O gorduchinho é o fiscal da firma Byington, de nome Reinaldo. Eu sou o orelhudo quase careca. Com a maior cara de pau eu usava a calça, o cinto, a camiseta e o boné do Exército (na foto estou sem a camiseta e o boné), onde no ano anterior eu servira ao CPOR. Corria risco, mas não estava nem aí para isso. Coisas da juventude.  

Ao fundo o prédio da elevatória de esgotos, ainda em construção. O local é o canteiro de Perpétuo Socorro.


Quinino era mulherengo e dizia que seu sonho era transar com uma japonesa para deixá-la com os olhos arregalados, e com uma vesga para endireitar os olhos dela.

A foto abaixo é no canteiro do Igarapé das Armas, já mais perto do centro da cidade. O gorducho de óculos é o diretor administrativo da CINCO, Antônio Carlos Colagrossi, primo do dono, e que era chamado de Nando, não sei por que. Nesse dia, antes de tirar a foto comigo, ele se queixou do meu CC. Eu não usava desodorante na época.

A foto abaixo também é no Igarapé das Armas, cujas águas dá para ver atrás do nosso grupo. Permitam-me apresentar rapidamente as pessoas, da direita para a esquerda.


De camiseta branca, sentado, Adilson, antes enfermeiro da ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios S.A), do Amapá, que ali explorava manganês. Na CINCO ele era apontador (encarregado de registrar as horas trabalhadas por cada peão).

Ao lado dele, também sentado, Rafael, que trabalhou durante bom tempo em barcos de contrabando nos rios da Amazônia. Ele contava hilárias histórias desse período, quando brincavam de gato e rato com as fragatas da Marinha que fiscalizavam o tráfego na região. Também era apontador na CINCO.

Eu, de pé, sem camisa e com chapéu.

O de camisa xadrez era o Gabriel, mas não lembro seu cargo.

De camiseta branca, de pé, o Bezerra, topógrafo, que me substituiu quando retornei ao Rio.

Ao lado dele, sem camisa, um dos meus ajudantes. Chamávamo-lo apenas de “peão”, sem sentido pejorativo. Era caladão e boa gente.

O de pé, camisa clara, também não lembro seu nome.

De camisa laranja era outro meu ajudante. Não lembro o nome dele. Era muito novo, mulherengo que só ele, embora casado. Quando passava uma garota, ele mexia e ela não dava bola, ele gritava: “Ô mulhé!!”. Era um gozador.

Ao fundo, do outro lado do igarapé, barracos paupérrimos de madeira. A região do Igarapé das Armas foi totalmente urbanizada e hoje não consigo mais localizar onde ele existia.

Finalmente, a foto abaixo mostra meu tio Adhemar, familiarmente conhecido como tio Inhô, em algum lugar durante as obras da BR-116 no trecho Rio – Teresópolis, na qual ele trabalhou ainda pela CAVO (Companhia Auxiliar de Viação e Obras), da qual a CINCO foi uma dissidência. Já citei esse meu tio várias vezes aqui no SDR. Quando da fundação da CINCO, ele foi convidado para trabalhar lá. Tempos depois, arranjou para mim a vaga de topógrafo, em substituição a um estudante de Engenharia Civil que estava prestes a se formar e era na época o topógrafo da CINCO. Ele também trabalhou em Belém.


Bem, era o que eu queria relatar, tanto a obra quanto esse complemento. Agradeço a quem tenha lido todo o material. E ao Luiz por permitir esse bônus fora das regras.

 

----------  FIM  DA  POSTAGEM  ----------

 

 

 

 

 

FIM DO FLAGELO DE BOTAFOGO


1)      BACIA HIDROGRÁFICA DE BOTAFOGO

A bacia hidrográfica de Botafogo é constituída por dois rios principais: o Berquó e o Banana Podre, ambos com vários afluentes menores.

O nome Berquó deriva de uma família com origem na Ilha Terceira, pertencente ao arquipélago dos Açores, no último quartel do século XVII, de lá passando para a Ilha de Faial, do mesmo arquipélago. Quando da transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808, alguns membros da família vieram juntos, colocando-se posteriormente a serviço do Império. Um dos gentis homens dessa família possuía uma chácara no local onde em 1852 foi inaugurado o Cemitério São João Batista. Ela se chamava Chácara Berquó, e o rio que a atravessava acabou sendo conhecido pelo nome de rio Berquó.  

Na primeira metade do século XIX Botafogo já dispunha de vários caminhos, sendo um deles chamado de Caminho do Berquó, talvez por seguir o curso do rio homônimo. Esse caminho foi em 1870 renomeado para rua General Polidoro, em homenagem a Polidoro Quintanilha Fonseca Jordão, que prestou incontáveis serviços ao Império.

O rio Berquó nascia límpido na atual rua Viúva Lacerda, na encosta do Corcovado, e descia ao longo do tal Caminho do Berquó até desaguar na enseada de Botafogo, aproximadamente onde há atualmente a sede náutica do clube Botafogo, com vários pontilhões destinados à travessia de pedestres.

Já o Banana Podre nasce nas encostas do maciço do Corcovado e recebe contribuições de rios das ruas Icatu e do morro Dona Marta. Tinha curso sinuoso e corria pela parte traseira das casas da rua São Clemente, desviando depois para a esquerda, cruzando a rua Marquês de Olinda e desaguando na enseada de Botafogo.

Tanto ele quanto o Berquó eram navegáveis por canoas de reduzido tamanho na época chuvosa, sendo o Berquó usado como meio de acesso às glebas nas vizinhanças da Lagoa de Sacopenapã (Rodrigo de Freitas).  

O mapa abaixo mostra de maneira um tanto precária os cursos do Berquó e do Banana Podre. Notem como havia muitas áreas de charcos, como de resto era comum no Rio de Janeiro de outrora, inclusive nas áreas centrais.

 

2)      O FLAGELO DAS ENCHENTES

No início do século XIX a Princesa Carlota Joaquina, esposa de D. João VI, se recusou a morar com o marido e mandou construir um palacete no início do Caminho Novo de Botafogo (atual rua Marquês de Abrantes), atraindo a atenção para a região e iniciando a ocupação efetiva do bairro. Novas ruas foram abertas, a população aumentou, porém na época das chuvas havia o sério problema das enchentes.

Essas proverbiais enchentes, que durante decênios frequentemente ocorriam, eram resultado do transbordamento dos rios Berquó e Banana Podre, que transformavam os precários caminhos e ruas do bairro em autênticos charcos na época das chuvas, pois recebiam os afluentes de transversais das atuais ruas General Polidoro, Voluntários da Pátria, São Clemente e Mena Barreto, além das encostas do Corcovado. A parte final da rua Marquês de Olinda, por exemplo, ficava isolada quando o Banana Podre transbordava.

 

3)      PRIMEIRA TENTATIVA DE SOLUÇÃO

Na gestão Pereira Passos (1902 – 1906) ambos os rios foram canalizados, passando a correr dentro de canais subterrâneos de concreto, desaguando na praia de Botafogo, em locais diferentes. Mas as enchentes não tardaram a voltar, em virtude do grande volume d’água que fluía para os citados canais, agora aumentado pela ocupação humana do bairro, que diminuiu a cobertura natural do solo e consequentemente a capacidade de absorção das águas das chuvas.

 

4)      A SOLUÇÃO DEFINITIVA

Em 1963, durante o governo Carlos Lacerda, a SURSAN (Superintendência de Urbanização e Saneamento) resolveu dar fim ao problema das enchentes construindo uma série de grandes obras no bairro: o rio Berquó e o Banana Podre passariam a correr dentro de galerias subterrâneas maiores e uma galeria dita de cintura seria construída ao longo da avenida das Nações Unidas, captando as águas de ambos os rios e as conduzindo a um ponto de descarga na enseada de Botafogo, próximo à sede náutica do clube homônimo.

Juntamente com essas obras gigantescas também foi feita nova linha de esgotos paralela à galeria do Berquó, conectando-a a uma linha já existente na Praia de Botafogo, perto do local da antiga estátua do Manequinho, daí sendo levado para uma elevatória e encaminhado para o interceptor oceânico, para descarga no mar, na altura de Ipanema.

Eu tive a oportunidade de trabalhar na companhia vencedora da concorrência para a construção da galeria do Berquó e da linha de esgotos que a acompanhava. A companhia se chamava CINCO S.A. – Comércio, Indústria e Construções.

Nos próximos itens descreverei o desenrolar dessa obra.

 

5)      OS PREPARATIVOS

As notícias de jornal abaixo avisam e preparam a população para o início das obras.





 

6)      O PORTE DA OBRA

A notícia abaixo indica o porte da obra e as medidas da galeria do rio Berquó. São medidas internas. Não é citada a linha de esgoto que seria construída em paralelo à galeria.

 

7)      AS FASES DA OBRA

O mapa abaixo mostra as três fases da obra. A CINCO se encarregou da primeira e da segunda fases. A terceira atrasou bastante, não sendo completada durante o governo Carlos Lacerda e sim no de Negrão de Lima. O motivo desse atraso era a dificuldade de atravessar todas as pistas da Praia de Botafogo e da Avenida das Nações Unidas, não só pelo tráfego como também pela existência de linhas subterrâneas de esgoto, águas pluviais, eletricidade, gás e até cabos dos Correios.

Em decorrência disso, a fase três só terminou em 1967.

Eu particularmente não sei dizer se foi a CINCO a responsável por essa terceira fase, pois nessa época eu já estava alocado em Belém do Pará.


A primeira fase foi ao longo da rua Mena Barreto, iniciando na esquina da rua Dezenove de Fevereiro e terminando na Real Grandeza. Quando ingressei na CINCO os trabalhos se encontravam nesse estágio inicial, tendo chegado apenas até a esquina da rua Paulo Barreto.

Ao mesmo tempo prosseguiam as desapropriações e demolições necessárias ao longo do percurso até a Praia de Botafogo, dando origem mais tarde à rua Professor Álvaro Rodrigues.

A segunda fase foi tanto ao longo da rua Visconde Silva quanto da futura Professor Álvaro Rodrigues, simultaneamente.

A terceira fase foi a difícil travessia das pistas de tráfego da Praia de Botafogo e Avenida das Nações Unidas, até atingir a enseada de Botafogo.

 

8)        AS DESAPROPRIAÇÕES

Para as duas galerias (águas pluviais e esgoto sanitário) prosseguirem até a Praia de Botafogo, fez-se necessário desapropriar e demolir várias construções nesse caminho, tanto comerciais como residenciais. A notícia abaixo retrata isso.


Até mesmo um hospital de bonecas, situado no número 30 da rua da Passagem, foi desapropriado.



Os moradores se conformavam com o fato, em prol do bem do bairro, mas estavam preocupados quanto para onde ir.


Carlos Lacerda, ao ler a notícia da desapropriação do hospital de bonecas, marcou um encontro com o dono, Sr. Adelino Fernandes de Paula, e disponibilizou para ele um próprio estadual para instalação do hospital, pagando o mesmo aluguel. Por acaso o Sr. Adelino já tinha consertado bonecas a pedido do Carlos Lacerda e disse que dali em diante o faria de graça para ele.

 

9)      ANDAMENTO DAS OBRAS

Os anúncios abaixo se referem a contratação de mão de obra especializada. Aqui estão colocados para servir de gancho a comentários que farei pós-publicação desta matéria no SDR.



A foto abaixo mostra um momento de concretagem da laje da galeria de águas pluviais, em local que não consigo identificar. Observem a malha de ferragem usada na galeria. O armador era o Amado (ou seria Amaro?), um senhor com pinta de italiano, baixotinho e gordinho, mas excelente profissional.

Observem que toda a largura da rua era ocupada pelas escavações.

OBS: A palavra “armador” tem vários significados. No contexto das obras aqui descritas, armador é o profissional que faz a malha de ferragem para uma construção. Em São Paulo esse tipo de profissional é chamado de ferreiro, pois lá armador é quem decora câmaras mortuárias ou realiza funerais. 

 

10)   CONCLUSÃO DAS FASES 1 E 2

No dia 28/09/1965 essas fases foram dadas por encerradas. Autoridades estaduais fizeram visita ao canteiro de obras e houve solenidades. Lembrando que ainda faltava a fase 3, já citada antes.

A foto abaixo mostra a galeria de águas pluviais, no seu trecho de maiores dimensões. A largura interna era de 5,50m e a externa era 6,20m. A altura interna na linha d’água era de 1,85m mas externamente do topo à base era de 2,50m.

Infelizmente só localizei um jornal na Biblioteca Nacional que reproduziu a foto, e a qualidade dela é muito ruim. Mas antes isso do que nada.

O Aero-Willys e o Dauphine eram do engenheiro-chefe da obra, doutor Benjamim, paulista da cidade de Ipauçu. A Kombi e o fusca eram da companhia.

Se bem me lembro, houve um ensaio antes, no qual a Kombi também estava dentro da galeria, não me lembro se com o Dauphine ou com o fusca. Não havia carros na laje. Mas ficou muito apertado.

Essa foto foi tirada bem antes do término das obras mas foi reservada para só ser divulgada ao fim dos trabalhos.

Abaixo a parte inferior do mesmo anúncio em que foi veiculada a foto anterior.

 

11)    A INAUGURAÇÃO

A foto abaixo mostra o anúncio da inauguração da nova rua Mena Barreto, embora posteriormente a parte dela que foi estendida fosse renomeada para Professor Álvaro Rodrigues.


Flexa Ribeiro, candidato a sucessor de Carlos Lacerda, manifestou sua alegria com a inauguração da obra.

 

12)    O PÓS-OBRA

Conforme citei antes, a fase 3 demorou a ser concluída e não sei se o foi pela CINCO, pois estive alocado em vários canteiros após 1965, como em Copacabana, Maria da Graça, Higienópolis, Largo do Tanque, Fundão, Largo do Bicão, Rio Comprido, Recife, Acari, Belém, Honório Gurgel.

E foi em Honório Gurgel, no dia 28/02/1970, que recebemos a triste notícia da falência da companhia.

Escrevendo estas linhas, até me emociono e entristeço. A CINCO foi meu primeiro emprego e o único em que me senti útil para as pessoas. Foram seis anos e nove meses na empresa. Comecei aos 17 anos, saí aos 23.

Daquele dia em diante passei por várias empresas e cargos, porém não sinto que fiz nada promovedor de melhoria de vida para as pessoas. Há profissões em que você propicia isso a elas; em outras, fica neutro; e em outras mais, as prejudica.

Trabalhei quase 44 anos em Informática. É uma área que tende a facilitar a vida das pessoas, mas não a melhorar a vida delas. E dependendo do caso, só serve para complicar as coisas. 

Por hoje é só. 

***  FIM DA POSTAGEM  ***


quinta-feira, setembro 05, 2024

 

JÓIAS DA PROPAGANDA (4)

Esta postagem é continuação da publicada ontem. É a última da série.


 DROPS DULCORA



Em 1921 Carlo Mario Gardano fundou no Brás a Chocolates Gardano, marca tradicional na época. Em 1957 a Nestlé comprou a fábrica.

Em 1958 os Gardano fundaram a Dulcora, num antigo lote colonial da família Boralli, na Via Anchieta, km 22, em São Bernardo do Campo. A empresa era tocada pelos filhos de Carlo Mario, Enzo e Paulo, e produzia balas, drops, bombons, chocolate em pó ou em tabletes e outros itens.

Já em 1961 a fábrica era considerada uma das líderes em mecanização, com destaque para a máquina que embrulhava os drops individualmente, o que não era costume na época. Daí a Dulcora criou o slogan “embrulhadinhos um a um”, extensivamente usado em sua propaganda.  

Com forte atuação em campanhas, promoções e marketing, por volta de 1972 a Dulcora dominava 70% do mercado de drops vendidos no país.

Visando ampliar a capacidade produtiva da fábrica, em 1964 a Dulcora lançou-se no mercado de capitais; 1968 e 1970, reformou e ampliou significativamente a fábrica; em 1971 pediu um empréstimo junto ao BNDE. Porém não conseguiu ao longo da década de 1970 com os outros produtos o mesmo sucesso que com seus drops, e a dívida com o BNDE foi cobrada, levando à falência da empresa em março de 1980.

Como os drops Dulcora ainda tinham forte ligação com o público, a Q-Refres-Ko Indústria e Comércio, que produzia as balas Soft e os chicletes Ploc, comprou o direito de uso da marca Dulcora, relançando-a em 1985. Porém no início da década de 1990 os drops saíram definitivamente do mercado.



BRAHMA CHOPP

Em 1888 o imigrante suíço Joseph Villinger, que já produzia cerveja em casa para consumo próprio, resolveu se juntar aos brasileiros Paul Fritz e Ludwig Mack e fundaram a Manufactura de Cerveja Brahma Villinger & Companhia, no Rio de Janeiro, com fábrica na rua Visconde de Sapucahy número 122. A marca Brahma foi registrada em 6 de setembro de 1888.

O nome Brahma foi uma homenagem ao britânico Joseph Bramah (1748 – 1814), inventor da válvula manual para tirar chope em balcões de bares. Como Bramah havia fundado uma empresa com seu nome, Villinger teve de fazer uma pequena alteração na ordem das letras para evitar problemas.

Em 1894 a pequena fábrica foi vendida para o alemão Georg Maschke, que tinha intenção de produzir cerveja pelo método de baixa fermentação. Para isso foram importados equipamentos mais modernos.

Em 1904, após fusão com outras empresas, a razão social mudou para Companhia Cervejaria Brahma.

Em 1914 foi lançada a cerveja Malzbier, escura, encorpada, levemente adocicada e com aroma de caramelo, divulgada com o curioso slogan “saborosa e nutriente, recomendada especialmente a senhoras que amamentam”. Durante muito tempo o produto foi vendido como um tipo de cerveja nutritiva e fortificante, recomendada inclusive para crianças, combatendo “anemia e pallidez”.

Com o advento da Primeira Guerra Mundial, a importação de produtos e de cervejas ficou impedida, facilitando a expansão das cervejarias nacionais.

Na década de 1920 a Brahma passou a fabricar também vários tipos de refrigerantes, com destaque para o Guaraná Brahma, lançado em 1927.

Durante as décadas de 1920 e 1930 houve um forte movimento nacionalista no Brasil, impulsionando ainda mais as marcas como Brahma, Adriática, Antarctica e Companhia Cervejeira Paulista. Marcas alemãs chegaram a mudar de nome.

Em 1934 foram contratados os músicos Ary Barroso e Bastos Tigre para fazer o primeiro jingle no país, destinado a divulgar o chope da Brahma, lançado em garrafas. A composição se chamava “Chope em garrafa” e era cantada por Orlando Silva.

Dali até 1954 foram adquiridas várias outras cervejarias, de modo que neste ano a Brahma já contava com seis fábricas espalhadas pelo país, além do Rio de Janeiro: São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Pelotas, Passo Fundo e Caxias do Sul. Além de uma maltaria própria.

Em 1967 chegou ao Brasil a cerveja Skol, com direito de uso para a cervejaria Rio Claro, também fabricante da cerveja Caracu. A Brahma então adquiriu em 1980 o controle acionário das Cervejarias Reunidas Skol-Caracu.

Em 1989 a Brahma teve seu controle acionário assumido pelo Grupo Garantia, atuante no segmento financeiro e pertencente ao empresário Jorge Paulo Lemann.

Em 1998 a Brahma começou a ser exportada para a Europa, iniciando pela França. Também neste ano a Skol passou a ser a líder do mercado no Brasil.

Em 1999 a Brahma e a Antarctica se fundiram constituindo a AmBev (American Beverage). Como os refrigerantes da Antarctica tinham melhor aceitação no mercado, os da Brahma foram descontinuados.

Em 2006 a Brahma se tornou a 5ª cerveja mais bebida no mundo.


 

DUCAL

Em 1950 o empresário José Vasconcelos de Carvalho, então com 30 anos incompletos, aproveitou o que aprendera nos cursos de administração nos EUA e a experiência profissional adquirida nas lojas A Exposição, de seu pai Lauro de Souza Carvalho, juntou-se aos seus primos José Cândido e José Luiz Moreira de Souza e abriu uma fábrica de roupas, a Companhia Brasileira de Roupas, com loja na Praça Tiradentes, no Rio de Janeiro.

A empresa lançou as vendas a crédito em 24 vezes sem juros e a campanha “Duas calças”, em que o comprador de um paletó e uma calça ganharia de graça outra calça, mais simples. O objetivo era usar uma no trabalho e outra no lazer. A campanha foi um sucesso e deu origem ao nome Ducal.

As roupas eram de boa qualidade mas não chegavam a ser sofisticadas nem com corte impecável. Paulo Afonso de Carvalho, irmão de José Vasconcelos, dizia que “Quem quisesse roupa bem cortada, que procurasse um alfaiate”.

Nas campanhas publicitárias a Ducal usou Pelé, o primeiro anunciante famoso da empresa, e Emerson Fittipaldi, que participou de algumas campanhas.

Mas na metade dos anos 1960 a empresa começou a ter problemas em virtude de seu crediário ser em prestações fixas, enquanto o país atravessava um período de grande inflação. Assim, em 1966 a Ducal se associou à famosa rede mineira de eletrodomésticos Bemoreira, dando origem à Bemoreira-Ducal.

A parceria fez sucesso até os anos 1970, mas o sistema de crédito e a mudança no comportamento de compra e moda do público acabou por destruir a empresa, que foi fechando loja a loja, até a última cerrar as portas, em 1986, na cidade de Duque de Caxias.



ESSO EXTRA

Sobre a Esso já escrevemos ontem.


 

SADIA

Em 1942 um grupo de empreiteiros fundou a S.A. Indústria e Comércio Concórdia, na cidade de Concórdia, em Santa Catarina. A empresa compreendia, entre outros, um frigorífico e um moinho, o Moinho Concórdia. Como os lucros não vinham, um comerciante gaúcho foi convidado a se associar ao grupo. Seu nome era Attilio Fontana. Este concordou e reergueu a empresa. Ao anunciar sua saída, os outros sócios lhe pediram para permanecer. Attilio aceitou, desde que os outros lhe vendessem parte de seu quinhão no grupo, de modo que Attilio passasse a ser o controlador. Eles aceitaram.  

Em 07 de junho de 1944 Attilio Fontana criou então a Sadia, oriunda da abreviação do nome da antiga empresa, ao juntar S.A. e o final da palavra Concórdia. Como primeiro passo, Attilio comprou um maquinário para a produção da marca. Eram tempos de guerra, com dificuldades de importação, e Attilio comprou o maquinário de um falido frigorífico da cidade de Guaporé, no Rio Grande do Sul.

Em 1947 a Sadia, querendo se expandir no mercado nacional, abriu uma distribuidora em São Paulo e se tornou uma marca registrada.

Em 1952, como ainda não existiam caminhões-frigoríficos, Attilio passou a alugar aviões para transportar seus produtos para a região Sudeste.

Em 1955, aproveitando os benefícios fiscais para criação de empresas aéreas, Attilio fundou a Sadia Transportes Aéreos, que além de transportar seus produtos também levava passageiros. Essa empresa originou em 1972 a Transbrasil, falida em 2001. Fontana era conhecido por receber os passageiros com um tapete vermelho estendido no solo do aeroporto, junto à escada de embarque da aeronave.

Em 1964, com a criação da Frigobrás, a Sadia entrou no mercado de produtos semiprontos e congelados. Logo a seguir começaram as exportações de carne.

Os anos 1970 e 1980 marcaram o apogeu da marca. Em 1971 a Sadia entrou na Bolsa de Valores. Em 1974 ela lançou seu produto mais conhecido, o peru temperado Sadia, sucesso de vendas. Em 1975 começou a exportação para países do Oriente Médio.

Attilio morreu em 1989 e a empresa passou a ser dirigida pela terceira geração de herdeiros.

Em 1994 a principal concorrente da Sadia, a Perdigão, estava à beira da falência e foi oferecida à Sadia, que recusou a oferta, sendo a Perdigão adquirida pela Previ, fundo de previdência do Banco do Brasil.

Na década de 1990 a Sadia tinha representantes nas cidades de Milão, Tóquio e Buenos Aires. Pouco depois, a China entrava na lista. Em 1998 a Sadia se tornou a líder no segmento avícola e exportava para 40 países.

De 1996 a 2007 boa parte do lucro da Sadia provinha de operações no mercado financeiro.

Em 2001 a Sadia foi eleita a marca mais valiosa do ramo alimentício nacional. Em 2003 isso se repetiu.

Em 2008, inaugura sua fábrica na região Nordeste.

Com a quebra da economia mundial em 2008, a empresa esteve à beira do fechamento, com um rombo de 5 bilhões de dólares no mercado futuro. Depois de várias negociações, inclusive com a intermediação do presidente Lula, o governo negou um empréstimo do BNDES e exigiu a fusão com a Perdigão, cujo controle era da Previ, dando origem à Brasil Foods, sigla BRF, em 2009.

Atualmente a Sadia é um conglomerado de 20 empresas e ocupa o primeiro lugar no ramo de produção e comercialização de carnes em geral e embutidos. Oferece cerca de 300 produtos, possui 55 mil empregados, tem 150 mil pontos de venda e uma fábrica na Rússia. E está presente em 140 países.




SHAMPOO COLORAMA

A linha Colorama foi lançada em 1976, abrangendo xampus, condicionadores e esmaltes.  Originalmente era fabricada pela Revlon, fundada em 1929 pelos irmãos Charles e Joseph Revson, juntamente com o químico Charles Lachman, que contribuiu com a letra L no nome da empresa.

Em 2001 a marca Colorama foi comprada pelo grupo francês L’Oréal por 64 milhões de Euros, incluindo a fábrica em São Paulo.

O comercial abaixo é muito conhecido. Notar a mudança na chatíssima voz da garota ao fim do vídeo.




SUKITA

No início do século XX chegou à Bahia o imigrante italiano Giuseppe Vita, que iniciou uma produção artesanal de aparelhos de iluminação a carbureto e gás acetileno. Posteriormente Vita fundou em Alagoinhas uma pequena fábrica de licores, transferida em 1920 para Salvador, sob o nome Fratelli Vita. Ali eram fabricados refrigerantes à base de frutas, aproveitando a experiência de Giuseppe com licores.

Durante a Primeira Guerra Mundial surgiu a dificuldade de importação de garrafas de vidro para refrigerantes, e a Fratelli Vita passou a fabricá-las também. Na década de 1950 a empresa passou a fabricar também cristais, reconhecidos internacionalmente por sua qualidade e beleza.

Posteriormente foi aberta uma filial em Recife. Os refrigerantes Fratelli Vita dominaram o mercado baiano e chegaram a superar a Coca-Cola. Um dos refrigerantes de sua linha era a Sukita, à base de laranja.

Em 1962 a empresa encerrou as atividades e dez anos depois a Companhia Cervejaria Brahma adquiriu a marca de refrigerantes e o prédio da fábrica.

Em 1976 a Brahma relançou a Sukita, juntamente com o Guaraná Fratelli e a Gasosa Limão.

Após a fusão da Brahma com a Antarctica, dando origem à AmBev, a Sukita passou a ostentar o símbolo da Antarctica.

O comercial abaixo faz parte de uma série muito engraçada da Sukita.



 TODDY

Refira-se à postagem de ontem sobre o Toddy.



 VARIG

A VARIG é por demais conhecida e dispensa comentários.



 -------  FIM  DA  POSTAGEM  ------

quarta-feira, setembro 04, 2024

 

JÓIAS DA PROPAGANDA (3)

Esta postagem é continuação da publicada no sábado passado. Amanhã será postado o quarto grupo de propagandas, encerrando esta série.

Ao contrário das duas postagens anteriores, em que procurei destacar os autores dos comerciais, nessas duas que ora inicio me concentrei em descrever os produtos e seus fabricantes, quando consegui informações sobre eles. São histórias muito interessantes e que gostei bastante de conhecer. Espero que vocês, idem.

Tive dificuldade de encontrar vídeos para essas duas últimas postagens, pois os mais conhecidos e famosos já haviam sido publicados nos dois últimos sábados. Devido a insistentes pedidos, dei prosseguimento à série acrescentando mais algumas propagandas sugeridas por ilustres comentaristas, além de outras que consegui coletar.




 INSETISAN

Especializada em controle de pragas, sanitização e higienização de reservatórios de água, desde 1952 liderando esse mercado. O telefone do comercial abaixo foi o que mais marcou as propagandas, porém ao longo do tempo esse número mudou várias vezes. Atualmente é 2569-6969.


 

CALÇAS FAR-WEST

Em 1948 uma empresa paulista, de nome “Roupas AB”, lançou a primeira calça brasileira feita de brim azul e grosseiro, batizando-a com o nome Rancheiro. Não deu certo. Anos depois a Alpargatas lançou sua calça de nome Rodeio, confeccionada com um tecido azulão grosso chamado Brim Coringa. Só em 1956 a mesma Alpargatas lançou sua nova versão desse tipo de calça, agora com o nome de Far-West. O baixo preço ajudou e o sucesso veio rápido.

Era o jeans brasileiro, já que o americano só aportou aqui tempos depois, com o nome Levi’s. Dizia a propaganda que o brim coringa não encolhia nunca. Mas há muitos relatos em contrário, inclusive quanto a desbotar.

Inicialmente esse tipo de calça só era usado por homens. Apenas nos anos 1960 passou a ser usado também pelo público feminino.

Antes usado apenas para o trabalho, em virtude de seu tecido resistente, depois passou a ser traje do dia-a-dia de jovens e adultos, independente de sexo.


 

BICICLETAS CALOI

Fundada pelo italiano Luigi Caloi em 1898, no início apenas importava bicicletas da Europa, que eram usadas pelos elegantes senhores e senhoras paulistas, numa época em que ainda não havia automóveis no Brasil.

A Segunda Guerra trouxe dificuldades de importação e a Caloi resolveu montar uma fábrica no bairro do Brooklin, em São Paulo, no ano de 1945. Foi a primeira fábrica de bicicletas no país.

Em 1972 a empresa lançou o modelo Caloi 10, primeira bicicleta no país do tipo esportivo com dez marchas e guidão rebaixado.

Em 1975 a Caloi inaugurou outra fábrica, agora no Polo Industrial de Manaus, e lançou o modelo Mobylette, outro sucesso de vendas.

Em 1978 lançou a primeira peça da famosa propaganda que será mostrada abaixo e que eternizou o bordão “Não esqueça a minha Caloi”, lembrado e usado até hoje pelos que viveram aquela época. O garotinho era chamado de Zigbim. Neste ano também foi lançado o modelo Caloi Ceci, para o público feminino.

Nos anos 1990 foi inaugurada a fábrica na Flórida, EUA.

Em 2013 a Caloi passou a fazer parte da Dorel Sports, a divisão de bicicletas da empresa canadense Dorel Industries Inc. Em 2017 a Dorel assumiu a gestão da Caloi.


 

DUCHAS CORONA

Nos anos 1960 a Corona teve a ideia de lançar um chuveiro feito de plástico de engenharia, na época usado apenas em baldes, mamadeiras, etc. Isso tornou o produto bem acessível às camadas mais baixas da população e as vendas explodiram.

Em 1972 a Corona encomendou sua primeira propaganda de rádio e TV à agência Marcel’s. Esta repassou o briefing à Publisol, uma das maiores produtoras de som de São Paulo. A encomenda caiu nas mãos de Francis Monte (nome artístico do músico Francisco Monteiro). Música pronta, Francis a apresentou ao staff da agência, que a recusou porque começava com “Apanho o sabonete....”, dando a impressão de que era propaganda de sabonete e não de um chuveiro. Um amigo de Francis, que o havia indicado para a agência, ficou inconformado com a recusa e levou a propaganda ao dono da Corona, Amilcar Yamin, que adorou a música e a aprovou imediatamente, transformando-a na trilha sonora de todos os demais comerciais da empresa pelos doze anos seguintes.

Muito tempo depois a empresa tirou do ar a campanha, pois havia sofisticado outros produtos e achava que a música associava a marca às camadas mais baixas da população. Porém um levantamento mostrou que isso não era verdade e todas as camadas a aceitavam bem. Assim, a Corona manteve a campanha no ar.


 

ESSO

A Esso é o nome comercial da Exxon Mobil Corporation e de suas empresas relacionadas. Esso é resultado da pronúncia da abreviação de Standard Oil (SO).

Ela se instalou no Brasil em 17 de janeiro de 1912, com o nome de Standard Oil Company of Brazil, vendendo gasolina e querosene em latas e tambores.

A Esso foi a primeira empresa a patrocinar um programa jornalístico no país, o Repórter Esso, sendo por isso uma das pioneiras na publicidade brasileira.

O comercial de TV abaixo é um dos mais antigos da empresa. Notem que as duplas de bonequinhos sempre destacam a grande diferença entre os países que eles representam, seja em termos de geografia, seja em termos culturais.




 NYCRON

O Nycron foi um produto lançado em 1961 pela Sudamtex – S.A. Cotonifício Gávea, inaugurada em 1921 e com fábrica instalada na rua Marquês de São Vicente, número 83. Era uma empresa de capital americano fabricante de tecidos sintéticos. Faliu em meados da década de 1980, não só no Brasil como também na Venezuela e Uruguai.

Houve uma época em que abundavam no mercado tecidos sintéticos como Nycron, Tergal, Ban-Lon, Lycra.

O comercial abaixo é de 1968, produzido pela Lynxfilm. A propaganda do Nycron se notabilizou pelas frases “senta, levanta, senta, levanta” e "não amarrota nem perde o vinco". 


 

Q-SUCO

O Q-Suco tem uma história incrível. Sua origem é americana, remontando ao ano de 1922, quando o casal Edwin e Kitty Perkins, no Estado do Nebraska, lançaram um suco concentrado, pronto para beber. O produto era vendido em garrafas de vidro, sob o nome Fruit Smack. Foi um fracasso, pois o custo de distribuição era alto e muitas garrafas se quebravam no transporte. Em 1927 Edwin teve a ideia de retirar a água do produto e transformá-lo em pó, o que reduziu drasticamente o custo e as perdas de transporte. O produto foi batizado de Kool-Ade e inicialmente só era distribuído dentro do próprio Estado do Nebraska. No ano seguinte, passou a ser distribuído nacionalmente. Tinha seis sabores: laranja, framboesa, uva, morango, limão e morango.

Em 1934 o produto foi renomeado para Kool-Aid e registrado oficialmente. Nessa época o mundo passava por grande recessão econômica, o que levou Edwin a reduzir o preço do produto de 10 para 5 centavos de dólar. As vendas explodiram.

Em 1953 a empresa e a marca foram vendidas para a General Foods.

Em 1954 foi criada a mascote da marca, um jarrinho sorridente cheio de suco e com alguns cubos de gelo.

Em 1961 o produto foi lançado no Brasil com o nome de Q-Suco, feito pela Kibon, que também pertencia à General Foods. Em algum momento na segunda metade dos anos 1970 o nome mudou de Q-Suco para Ki-Suco. Por sinal, esse nome já tinha sido utilizado pela Kibon, tendo sido registrado em 12/11/1951.

Um envelope dava para dois litros de suco, porém exigia duas xícaras cheias de açúcar, além de gelo à vontade, para ficar pronto.

Na década de 1980 o Ki-Suco era um sucesso de vendas. Também nessa época a General Foods se fundiu com a Kraft, dando origem à Kraft Foods, o que levou a marca para o portfólio dessa empresa. O produto teve uma nova versão, que já vinha adoçada.

Com o passar dos anos e com o aparecimento de concorrentes, o Ki-Suco saiu do mercado brasileiro, porém nos EUA o Kool-Aid continuou a ser vendido.

Em 2017 o Ki-Suco retornou ao mercado, com nova fórmula e com os sabores laranja, maracujá, uva, limão, morango e abacaxi. Porém no ano seguinte foi novamente retirado de venda e comprado pelo grupo brasileiro Enova Foods, que o relançou em 2021, com nove sabores, sendo os seis originais e mais manga, groselha e mix de frutas. Mas hoje em dia o produto não tem relevância no Brasil.


 

SABONETE LUX

Apesar de “Lux” significar “luz” em latim, a origem do nome não é essa, e sim uma abreviação da palavra luxury (luxo). O sabonete Lux foi lançado no mercado americano em 1925, época em que ainda se usava sabão para o banho diário. A fabricante era a Lever Brothers, que quatro anos depois seu origem à multinacional anglo-holandesa Unilever. A campanha publicitária lançou mão das divas do cinema, além de ser um produto bem mais barato que os concorrentes importados da França, comuns na época.

Foi lançado no Brasil em 1932, sob o nome Lever. Mas o produto não foi bem sucedido, pois na época o segmento de higiene e beleza estava engatinhando no Brasil, onde ainda era mais usado o clássico sabão. Na década de 1940 a Lever criou um grupo de demonstradoras para percorrer o país e convencer as mulheres a usar o novo sabonete. Eram conhecidas como Senhorinhas Lever. Graças a isso, na década de 1950 a marca já estava consolidada no país.

Em 1963 o nome mudou de Lever para Lux. A marca ainda hoje é líder de mercado no Brasil.



 

TODDY

Em 1916 um furacão mudou a vida do imigrante espanhol Pedro Erasmo Santiago, que viu a plantação de cacau da família ser devastada em Porto Rico. Ele e família resolveram então emigrar para os EUA. Pedro achou emprego como limpador de banheiros.

No início de 1919 o jovem empreendedor americano James Willian Rudhard desenvolveu uma bebida inspirada em duas outras: uma de origem escocesa e outra de origem caribenha. A nova bebida podia ser tomada quente ou fria e tinha como ingredientes principais leite e chocolate, e algum tempo depois foi identificada no mercado com o nome Toddy. O produto foi muito bem aceito e as vendas aumentaram ano a ano.

James resolveu expandir a marca para outros países, porém descobriu que isso não era tão fácil assim e achou melhor negociar o direito de uso da marca Toddy. Em 1928 Pedro Santiago era funcionário de James e adquiriu o direito de uso da marca para a América Latina. Dois anos depois o produto foi lançado nos mercados mexicano e argentino, fazendo muito sucesso junto ao público infantil.

No dia 15 de março de 1933 Pedro conseguiu autorização para comercializar o produto em território brasileiro. Até aviões foram contratados para escrever a marca Toddy com fumaça nos céus das cidades, tornando-a conhecida pela população. Porém desde o início o Toddy enfrentou acirrada concorrência com seu similar Nescau, na época escrito como Nescao, criado em 1932 pela Nestlé.

Na década de 1940 a marca foi introduzida na Venezuela, fazendo muito sucesso. Mais tarde também foi comercializada no Uruguai, Portugal e Espanha, além de Cuba e nas ilhas caribenhas.

Durante décadas foram feitas várias promoções ligadas ao consumo da bebida, como brindes, bonecos, vestimentas de índio e índia, etc.

A marca ficou sob controle da família Santiago até 1981, quando foi vendida para a Quaker, que no ano seguinte lançou o famoso Toddynho.

Em 2001 a Pepsi Co. adquiriu a Quaker e todo o seu portfólio. A partir daí foram lançadas inúmeras variedades e novos produtos baseados no Toddy, como Toddy Light e biscoitos.

Em 2002 a Pepsi lançou propagandas associando o Toddy a vaquinhas, que passaram a ser as mascotes da marca até hoje.


 

---------  AMANHà TEM  MAIS  ---------















  CONCURSO SDR DE CINEFILIA Seguem os trailers da segunda rodada do concurso. Ocupem seus lugares e divirtam-se. A sessão vai começar. ...