BÔNUS
Espero que vocês não se
aborreçam com o conteúdo daqui para diante. Ele é excepcional, no sentido de
que não se refere ao Rio de Janeiro. Mas foi a oportunidade que achei para
documentar um pouco o muito que volta e meia escrevo sobre meu período em Belém
do Pará, pela CINCO, na maior obra de saneamento da Amazônia na época:
construção da rede principal de esgoto da cidade, desde o centro até a
elevatória no bairro de Perpétuo Socorro (Telégrafo no Google Maps) e dela para
dentro da baía de Guajará.
Nos meus comentários
pretéritos volta e meia cito o nome de algumas pessoas daquela obra e aqui
pretendo apresentá-las a vocês. E por que não acrescentar algumas pitadas
engraçadas ou interessantes sobre eles?
As fotos abaixo mostram
de camiseta branca o competentíssimo encarregado-geral da obra, Manoel Quinino,
cearense de Nova Russas, morador aqui no bairro de Quintino. O gorduchinho é o
fiscal da firma Byington, de nome Reinaldo. Eu sou o orelhudo quase careca. Com
a maior cara de pau eu usava a calça, o cinto, a camiseta e o boné do Exército
(na foto estou sem a camiseta e o boné), onde no ano anterior eu servira ao
CPOR. Corria risco, mas não estava nem aí para isso. Coisas da juventude.
Ao fundo o prédio da
elevatória de esgotos, ainda em construção. O local é o canteiro de Perpétuo
Socorro.
Quinino era mulherengo e dizia que seu sonho era transar com uma japonesa para deixá-la com os olhos arregalados, e com uma vesga para endireitar os olhos dela.
A foto abaixo é no
canteiro do Igarapé das Armas, já mais perto do centro da cidade. O gorducho de
óculos é o diretor administrativo da CINCO, Antônio Carlos Colagrossi, primo do
dono, e que era chamado de Nando, não sei por que. Nesse dia, antes de tirar a
foto comigo, ele se queixou do meu CC. Eu não usava desodorante na época.
A foto abaixo também é no Igarapé das Armas, cujas águas dá para ver atrás do nosso grupo. Permitam-me apresentar rapidamente as pessoas, da direita para a esquerda.
De camiseta branca, sentado, Adilson, antes enfermeiro da ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios S.A), do Amapá, que ali explorava manganês. Na CINCO ele era apontador (encarregado de registrar as horas trabalhadas por cada peão).
Ao lado dele, também
sentado, Rafael, que trabalhou durante bom tempo em barcos de contrabando nos
rios da Amazônia. Ele contava hilárias histórias desse período, quando
brincavam de gato e rato com as fragatas da Marinha que fiscalizavam o tráfego
na região. Também era apontador na CINCO.
Eu, de pé, sem camisa e
com chapéu.
O de camisa xadrez era
o Gabriel, mas não lembro seu cargo.
De camiseta branca, de
pé, o Bezerra, topógrafo, que me substituiu quando retornei ao Rio.
Ao lado dele, sem
camisa, um dos meus ajudantes. Chamávamo-lo apenas de “peão”, sem sentido
pejorativo. Era caladão e boa gente.
O de pé, camisa clara,
também não lembro seu nome.
De camisa laranja era
outro meu ajudante. Não lembro o nome dele. Era muito novo, mulherengo que só
ele, embora casado. Quando passava uma garota, ele mexia e ela não dava bola,
ele gritava: “Ô mulhé!!”. Era um gozador.
Ao fundo, do outro lado
do igarapé, barracos paupérrimos de madeira. A região do Igarapé das Armas foi
totalmente urbanizada e hoje não consigo mais localizar onde ele existia.
Finalmente, a foto
abaixo mostra meu tio Adhemar, familiarmente conhecido como tio Inhô, em algum
lugar durante as obras da BR-116 no trecho Rio – Teresópolis, na qual ele
trabalhou ainda pela CAVO (Companhia Auxiliar de Viação e Obras), da qual a
CINCO foi uma dissidência. Já citei esse meu tio várias vezes aqui no SDR.
Quando da fundação da CINCO, ele foi convidado para trabalhar lá. Tempos
depois, arranjou para mim a vaga de topógrafo, em substituição a um estudante
de Engenharia Civil que estava prestes a se formar e era na época o topógrafo
da CINCO. Ele também trabalhou em Belém.
Bem, era o que eu queria relatar, tanto a obra quanto esse complemento. Agradeço a quem tenha lido todo o material. E ao Luiz por permitir esse bônus fora das regras.
---------- FIM
DA POSTAGEM ----------
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