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sexta-feira, janeiro 20, 2023

 

POT-POURRI DE ANTIGUIDADES

Essa postagem resgata vários itens do passado, sem preocupação com a categoria deles. É um apanhado geral, naturalmente incompleto mas suficiente para nos levar de volta a algumas décadas. Alguns dos itens resistiram ao tempo e ainda podem ser encontrados, mesmo que um tanto diferentes do original. Os itens escolhidos são os de uso popular. Para os visitantes mais sofisticados deste blog, muitos itens serão totalmente desconhecidos.

 

1) AÇÚCAR PÉROLA


Quem não se lembra do famoso bordão "Saco azul, cinta encarnada"? O saco era de papel, na época da foto. A fábrica era em frente à estação ferroviária da Leopoldina. A chaminé espalhava uma fumaça branca, com cheiro de açúcar. Quem se lembra?

 

2) Sabonetes

Tanto a embalagem do Cinta Azul quanto a do Palmolive era de um papel corrugado. O fabricante do Cinta Azul era Carlos Pereira Indústrias Químicas S.A., situada na rua Doutor Rodrigues de Santana, número 31, no bairro de Benfica. Essa rua liga a São Luiz Gonzaga à General Gustavo Cordeiro de Farias. No local, atualmente, existe um grande edifício, com o número 53. Se ele foi construído no local da fábrica, esta era bem grande.

A fabricante do Eucalol era a Perfumaria Myrta, que durante algum tempo patrocinou o programa "Balança-mas-não-cai", da Rádio Nacional. Quando o sabonete foi lançado, o público o rejeitou em virtude de sua cor verde, incomum numa época em que os sabonetes ou eram brancos ou rosa. Depois de algumas tentativas infrutíferas de alavancar as vendas, em 1930 o fabricante teve a ideia de lançar as Estampas Eucalol, seguindo uma moda de sucesso na Europa. Daí em diante foi um sucesso estrondoso. As estampas foram impressas entre 1930 e 1957 e até hoje são itens colecionáveis muito valiosos. Foram lançadas 54 séries, num total de 2.400 estampas. 

O Vale Quanto Pesa já havia saído da minha memória. Foi uma surpresa redescobri-lo durante a confecção desta postagem.


Usei muito o Spree, cujo nome é o de um rio que banha Berlim. O Solis, nem me lembrava mais dele. Redescobri-o ao preparar esta postagem.

 

3) TV's

À esquerda uma Invictus e à direita uma Admiral. A Invictus, fundada pelo ucraniano Bernardo Kokubej, foi a primeira fabricante de TVs em nosso país. Em 1951, ano seguinte ao início das transmissões de TV pela Tupi do Rio de Janeiro, já havia um televisor da marca Invictus no mercado. A Admiral era a marca da TV fabricada pela Springer Admiral, mais conhecida como fabricante de aparelhos de ar condicionado e recentemente comprada pela chinesa Midea. 

A primeira TV da minha família foi uma Philips de 17 polegadas. Infelizmente não encontrei fotos desse modelo na Internet, mas ela se parecia bastante com a Invictus acima. 


Dois televisores Philco: à esquerda o modelo Predilecta, de 1958, e à direita o 3D. Do Predilecta eu me lembro, mas o 3D para mim é novidade. A Philco dominou o mercado de TV durante décadas. Hoje a banda toca para a Samsung e LG. O resto é o resto.


Acima temos uma Emerson e uma Colorado RQ "colorida". Quanto àquele papel celofane pregado no cinescópio, quem não se lembra desse estratagema pueril mas que fazia a alegria da garotada? 

Quando eu era criança nosso vizinho tinha uma Emerson, mas não era o modelo da foto. De vez em quando meu irmão e eu íamos, junto com o filho desse vizinho, ver TV na sala deles.

A Colorado surgiu em 1970. RQ era a abreviação de Reserva de Qualidade, teoricamente um atestado de qualidade do produto. Dizem que o Baú da Felicidade aos poucos foi comprando toda a produção da Colorado, fazendo com que ela paulatinamente deixasse de vender para o varejo. Um dia o Sílvio Santos fez uma proposta de compra da Colorado, o que não foi aceito. Então o Baú deixou de comprar a TV, e como esta havia se afastado totalmente do mercado varejista, a fábrica faliu no início dos anos 1980. Não sei se é verdade essa história.

 

4) GELADEIRAS KELVINATOR e CROSLEY SHELVADOR


Minha tia possuía uma Kelvinator, mas o modelo não era o da foto. Já lá em casa tínhamos uma Crosley Shelvador exatamente igual à da foto, só que de cor branca, posteriormente repintada em azul. Essa geladeira foi comprada de segunda mão pela minha tia, vendida por um chefe dela, em meados dos anos 1950. Ficou conosco até meados da década de 1980, só tendo dado problema uma única vez.

 

5) GRAVADOR DE ROLO AKAI 4000 DS


Famosíssimo na sua época. Qualidade de gravação e reprodução muito boa, segundo constava. O advento das fitas cassette pela Philips "matou" os gravadores de rolo. Porém até certo ponto o tiro saiu pela culatra. O mercado consumidor e industrial se dedicou de corpo e alma às cassette. Um dia, alguns consumidores mais exigentes começaram a se queixar de que a qualidade do som das fitas cassette não era nem perto das de rolo. Só que havia um impedimento técnico para igualar ambos: a largura da fita, que era patenteada pela Philips. Os fabricantes tentaram melhorar a qualidade do som alterando a formulação do material das fitas: originalmente de óxido de ferro, eles tentaram ferricromo, dióxido de cromo e ferro puro. Mas nunca conseguiram igualar a qualidade à das fitas de rolo. O advento dos CD's "matou" as cassette

 

6) SABÕES EM PÓ RINSO e MINERVA


A propaganda do Rinso dizia "Rinso lava mais branco". A briga entre as duas marcas era ferrenha. A Rinso saiu do mercado, mas a Minerva acho que continua até hoje. Atualmente, a OMO domina o segmento, mas outras marcas surgiram, como Tixan, Minuano, Urca, Brilhante, etc.

 

7) Cigarros




Eu nunca fumei. Meu tio costumava fumar Elmo, Luiz XV e Continental. As marcas mostradas nas fotos eram as mais populares.

 

8) LEITES CCPL e VIGOR


Quantas histórias sobre essas garrafas de leite deixadas pelo padeiro na porta de casa, pela manhã cedinho! Antes disso, lá na rua passava um caminhãozinho bem velho, com um tipo de tonel na carroceria e com uma buzina imitando o mugido de uma vaca. Era chamado de vaca leiteira. Quando as pessoas ouviam o mugido saíam de suas casas com recipientes para comprar o leite. O tonel possuía uma torneira através da qual saía o leite. Era batizado? Provavelmente.

O Ronaldo, no seu excelente livro "Portão da Casa Rosa", cita algo muito parecido que ocorria lá em Irajá. Só que ao invés de um caminhãozinho o leiteiro usava uma carroça puxada por burro. Se não me falha a memória.

Agora vou divagar: em 1983 eu estava viajando de carro pelo interior da Nova Zelândia. Cheguei num fim de dia a uma cidadezinha chamada Kurow, na ilha do Sul. Tentei acampar num caravan park na entrada da cidade, mas não havia ninguém na recepção. Desci então ao longo da estrada/rua principal e me deparei com um motel. Parei lá e me dirigi à recepção, que era também a residência do dono do motel. Ele me alugou um quarto, bateu um papo comigo e disse que na manhã seguinte deixaria uma garrafa de leite na porta, pois ele era o motorista do ônibus escolar e sairia bem cedo. Esse ônibus estava estacionado numa rua lateral ao motel.

Dito e feito: na manhã seguinte, abrimos a porta e encontramos uma garrafa de leite de 600 ml.

E não deixa de ser interessante o fato de o dono do motel, teoricamente alguém de posses, ser ao mesmo tempo o motorista do ônibus escolar da cidadezinha.  

Para quem for curioso, o motel ainda está lá, porém bem diferente da época em que ali me hospedei e pode ser visto no link https://tinyurl.com/5n7kkdfn. A casa que servia também de recepção está aqui no link  https://tinyurl.com/yftw32x6.

 

9) Desodorantes

Marcas de desodorantes era o que não faltava. Ainda hoje, a profusão é imensa. Algumas das marcas mostradas nas fotos abaixo sobreviveram até hoje.





Ao longo da minha vida usei vários deles. 

 

10) Eletrola


Dispensa explicações. Havia muitos modelos diferentes. Os rádios costumavam ter três faixas de onda: longas, médias e curtas.

 

11) Rádios de pilha


Quem não se lembra desse famosíssimo rádio de pilha? Acho que foi o primeiro a surgir aqui no Brasil. Minha tia comprou um e quando íamos à praia o levávamos a tiracolo.


Posteriormente minha tia comprou exatamente esse modelo da Kobe Kogyo. Sem tirar nem por. Ele também nos acompanhou muito à praia.

Já minha esposa teve esse modelo acima, só que na cor vermelha.

 

12) Banhas


Nos bons tempos em que a espada de Dâmocles do colesterol e triglicerídeos não estava sobre nossas cabeças, esses produtos eram usados na cozinha.

 

13) Ferros de passar roupa


Minha mãe usou muito esses dois modelos de ferro de passar roupa. O primeiro era a carvão e volta e meia ela o levava até a janela e soprava, não sei bem para quê. O segundo tinha a resistência de mica, e esta volta e meia queimava. Era preciso abrir o ferro para trocá-la. A fiação era de pano e de vez em quando dava problema no contato da tomada com o ferro. O modelo da foto me parece menor do que o usado por minha mãe.

 

14) Cera e escovão


Esse era o terror de meu irmão e de mim. Toda sexta-feira minha mãe ia à feira-livre e nos incumbia de encerar a casa toda. Eram duas salas, três quartos e um longo corredor. Meu irmão e eu passávamos a cera e depois dávamos lustre usando escovões. Um deles era idêntico ao da foto.


Tempos depois foi comprada uma enceradeira Arno idêntica à da foto acima, para nossa alegria. Mas continuávamos tendo de passar a cera. O problema é que depois de algum tempo a enceradeira passou a nos dar choque. Aí foi comprado um modelo parecido, porém mais atualizado.

Para lustrar o chão encerado havia um feltro que era encaixado na escova da enceradeira. Só que esse feltro pulava fora com o giro da escova, obrigando-nos a toda hora desligar a enceradeira e recolocar o feltro. Ô, saco!

Abaixo, foto do feltro.



15) Fora com os mosquitos

Pernilongos são um aborrecimento antigo. Para dar conta deles, a ciência inventou vários apetrechos. Abaixo encontram-se dois deles. Quem não se lembra dessas espirais fumacentas e com cheiro forte?


 

16) Telefones

Na postagem do dia 18/01 deste ano, no meu comentário das 13:52h, citei um telefone antigo existente na casa de uma tia-avó. Se não era igual, era muito parecido com o primeiro da foto acima. Não me lembro se havia dial para discar os números ou se era a magneto. Pela época em que o via, meados da década de 1950, talvez tivesse dial e assim seria parecido com o da segunda foto.


Esses tipos de telefone foram usados durante décadas. O primeiro deles era de parede e foi o que instalaram lá em casa, na Tijuca, em meados da década de 1950. O número era 58-8514, posteriormente 258-8514. Quando nos mudamos para o Engenho Novo, em 1973, o número permaneceu o mesmo, porém já era telefone de mesa (igual ao da segunda foto). Em meados de 1975 o número mudou para 201-1718 e assim ficou até fins de 1998, quando minha mãe se mudou para a Tijuca e cancelou o número.


17) Moedor de carne e ralador de côco/queijo parmesão

O moedor era muito comum nas casas; o ralador, nem tanto. Quantas vezes eu moí carne no nosso amigo aí de cima. Já o segundo lá em casa era mais usado para ralar queijo parmesão. Poucas vezes o usamos para ralar côco.


--------------------  FIM  DA  POSTAGEM ---------------

 

 

 

quarta-feira, janeiro 04, 2023

 

LOJAS ANTIGAS

OBS: Esta foi a mais difícil postagem que já fiz, em virtude da escassez de dados confiáveis sobre as lojas e de fotos delas. Por exemplo: não consegui informações sobre "A Exposição", Camisaria Progresso, Casa Mattos, "A Colegial", e por isso não as coloquei na postagem.

As sucessivas recessões econômicas, a competição acirrada, a mudança nos hábitos e gostos do consumidor, as compras e fusões de empresas, o comércio online e outros fatores determinaram a extinção de muitas lojas famosas de antigamente. Hoje vamos relacionar algumas delas.

Os dados de inauguração e encerramento se referem às lojas da cidade do Rio de Janeiro, a menos que expressamente citado algo em contrário. Em alguns casos fica difícil determinar a data de encerramento, porque o processo se arrasta durante anos, com idas e vindas, até mesmo com reaberturas e reencerramentos.

 

1) Sears


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: 1949

Encerramento: década de 1990, quando as lojas passaram a ser do Mappin ou de alguns shopping centers.

Comentários: A Sears, Roebuck and Company foi fundada em Chicago em 1886 (ou 1893, há controvérsias), pelos relojoeiros Richard Warren Sears e Alvah Curtis Roebuck. Foi a primeira loja de departamentos a vender por catálogo e a possuir quase tudo em suas lojas. Na década de 1960 tornou-se a maior varejista do mundo, sendo ultrapassada apenas em 1991 pela Walmart. No Brasil, usava o slogan "Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta" e foi líder de mercado até o início dos anos 1980.

 

2) Mesbla


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: 1912, no número 83 da rua da Assembleia

Encerramento: faliu em julho de 1999. A loja-sede, no Passeio Público, fechou em 13 de agosto desse ano. A última loja a fechar foi a filial de Niterói, em 24 de agosto do mesmo ano. Houve uma tentativa abortada de reabertura em 2009/2010. Em 3 de maio de 2022 foi lançado o site Mesbla.com, numa outra tentativa de ressuscitar a empresa, agora com plataforma de marketplace, com 250 categorias de produtos.

Comentários: O nome é uma fusão de Mestre e Blatgé, empresa francesa que deu origem à filial brasileira, e foi escolhido num concurso interno realizado em 1939 e vencido por uma secretária do administrador da empresa na época. Nos anos 1980 tinha 180 pontos de venda e empregava 28 mil pessoas. Suas lojas raramente ocupavam menos de 3 mil metros quadrados. Em 1986 a revista Exame a considerou a melhor empresa do Brasil. O som do relógio da Mesbla Passeio, a cada quarto de hora e hora cheia, era famoso e chegava ao longe.

 

3) Casa Garson


OBS: As informações sobre a Casa Garson não são totalmente confiáveis.

Ramo: varejista de eletrodomésticos, móveis e discos

Inauguração: 1930

Encerramento: adquirida em 1995 pelas Casas Bahia

Comentários: O fundador se chamava Samuel Garson, que por coincidência era casado com uma prima da minha sogra. Inicialmente ele tinha um pequeno negócio de conserto de pianos. Empregou seu sobrinho Abraham Medina, ao qual ensinou o mister. Por volta de 1932, dado o sucesso de vários cantores, Abraham sugeriu ao tio investir na venda de aparelhos de rádio. E assim a Casa Garson progrediu. A empresa patrocinava cantores como Cauby Peixoto e Ângela Maria, além de programas de rádio e TV. Abraham Medina, então diretor da empresa, patrocinava na Rádio Nacional o programa dominical do cantor Francisco Alves, de quem era fã, e posteriormente abriu sua própria rede de lojas, a Rei da Voz, cujo nome era uma homenagem ao cantor. Com a morte de Samuel Garson, a empresa começou a definhar.

 

4) Rei da Voz


OBS: As informações sobre o Rei da Voz não são totalmente confiáveis.

Ramo: varejista de eletrodomésticos, principalmente discos, rádios e eletrolas

Inauguração: ?

Encerramento: ?

Comentários: O fundador foi Abraham Medina, sobrinho de Samuel Garson, dono da Casa Garson. Medina fugiu de casa ainda adolescente, em virtude dos maus tratos recebidos da madrasta, e foi morar com o tio Samuel. Quando este fundou a Casa Garson, Medina tornou-se diretor. Ele patrocinava na Rádio Nacional o programa dominical do cantor Francisco Alves, de quem era fã, e posteriormente abriu sua própria rede de lojas, a Rei da Voz, cujo nome era uma homenagem ao cantor. O primeiro presidente da empresa foi Samuel Garson, que depois saiu da sociedade. Medina foi um dos criadores do famoso programa de TV Noite de Gala e patrocinou inúmeros shows e eventos na cidade. Seus filhos Rubem, Roberto e Ruy se tornaram empresários de sucesso em seus ramos. Roberto idealizou o primeiro Rock in Rio, em 1985.

 

5) Ducal


Ramo: roupas masculinas

Inauguração: 1950

Encerramento: 1986, já como Bemoreira-Ducal, criada em 1966

Comentários: O nome era a junção de "duas calças", pois a loja vendia uma segunda calça mais barata para quem comprasse um terno. O fundador foi José Vasconcelos de Carvalho, junto com dois primos. A empresa fez muito sucesso nas décadas de 1950 e 1960. A Ducal era um grande grupo empresarial, envolvendo fábrica de roupas, de eletrônicos, supermercado (Dado - o primeiro do gênero no Rio), verejo de utilidades domésticas, imobiliárias, serviços de banco de dados (Datamec), consultoria jurídica e de crédito, agência de publicidade e até galeria de arte (Petite Galerie). A derrocada ocorreu nos anos 1960, quando a inflação galopante começou a dar prejuízo à empresa, cujo sistema de crédito era de prestações fixas. Em 1966 juntou-se à empresa mineira de eletrodomésticos Bemoreira, mas a inflação continuou afetando os negócios e levou-a à falência.

A Ducal lançou mão de pessoas famosas em seus anúncios. Abaixo vemos Pelé divulgando a criação Sparta, em 1972.


 

6) Casa Tavares

OBS: Não consegui nenhuma foto da loja.

Ramo: roupas masculinas

Inauguração: 1938

Encerramento: anos 1990

Comentários: A Sociedade era constituída pelos senhores. Orlando Tavares FerreiraOswaldo Tavares Ferreira e Alfredo Vaz de Carvalho. Os dois primeiros trabalhavam em alfaiatarias e o terceiro, com 18 anos, iniciou sua vida comercial na então primeira casa Tavares. A Organização possuía, além da loja da rua São José, a da rua Senador Dantas, inaugurada em 1943, a da Rua da Quitanda, e a de Copacabana, inaugurada em 1959 na Avenida Nossa Senhora de Copacabana. O símbolo da empresa era o simpático cãozinho da raça terrier escocês. Ficou famosa a propaganda em que uma beldade puxando o cachorrinho pela coleira cruzava com um mancebo e este perguntava: "Qual é o telefone do cachorrinho?".

 

7) Casa Sloper


Ramo: (vide no item "Comentários", abaixo)

Inauguração: 1899

Encerramento: 2014 (?)

Comentários: Foi fundada em 1899 pelo inglês Henry Willmott Sloper, numa pequena loja de 30 metros quadrados na  rua do Ouvidor. Com o tempo, expandiu-se para outros bairros e Estados. Oferecia uma diversidade de produtos: acessórios como cordões, pulseiras, anéis, cosméticos, vestuário feminino, masculino e infantil, roupa de cama e mesa, brinquedos, cristais e objetos de decoração. Um presente da Casa Sloper era sinônimo de bom gosto. As atendentes estavam sempre elegantes, com penteados impecáveis e uniformizadas, além de serem famosas por sua beleza e qualidade no atendimento. Com o tempo, perdeu espaço para lojas como as Americanas e Mesbla e no início dos anos 1990 iniciou sua derrocada.

 

8) LOBRÁS (Lojas Brasileiras)


Ramo: loja de departamentos

Inauguração: 1944

Encerramento: 29/07/1999 (parte da LOBRAS virou Marisa)

Comentários: Foi fundada por Adolfo Basbaum. Tinha com concorrente as Lojas Americanas, que atuavam no mesmo segmento de negócio. A família Goldfarb, dona das Lojas Marisa, comprou o controle acionário das Lojas Brasileiras em 1982. As duas marcas coexistiram até 1999, com a LOBRAS atuando como loja de departamentos e a Marisa no ramo de moda e roupa íntima feminina. Em 29 de julho de 1999 as Lojas Brasileiras encerraram as atividades, após uma série de prejuízos financeiros. Ao fechar, havia 63 filiais em vinte Estados. Parte das unidades das Lojas Brasileiras foi repassada à Marisa.

 

9) Casa Cruz


Ramo: papelaria e livraria (livros didáticos)

Inauguração: 06/12/1893

Encerramento: 08/2017 (lojas físicas) e 2018 (lojas virtuais)

Comentários: Fundada por José Rodrigues da Cruz. A loja da rua Ramalho Ortigão sofreu ao longo dos anos diversos incêndios, o último em dezembro de 2007. Em 2001 foi criada a loja e site virtuais. Em agosto de 2017 todas as lojas físicas foram fechadas, mantendo apenas as virtuais, que por sua vez saíram do ar em 2018.

 

10) Ultralar


Ramo: inicialmente, venda de botijão GLP. Posteriormente, loja de departamentos.

Inauguração: 1956

Encerramento: 2000

Comentários: Fazia parte do grupo Ultragás e inicialmente vendia apenas botijões de gás GLP. Os negócios progrediram, tornou-se loja de departamentos e nos anos 1970 chegou a abrir em São Paulo um hipermercado, o Ultracenter, mais tarde comprado pelo Carrefour. Quando fechou, em 2000, a maioria das lojas foi comprada pelas Casas Bahia.

 

---------------  FIM  DA  POSTAGEM  ---------------

 

 

 

JOGOS

Hoje vamos voltar no tempo e relembrar alguns dos jogos existentes na nossa infância, muitos dos quais nunca saíram de linha. Lembrando que naquela época dispúnhamos de espaço para os folguedos, fosse por morarmos em casas com quintal, fosse por podermos brincar na rua ou, eventualmente, em alguma praça próxima. Muitos dos jogos antigos, que eram realizados ao ar livre, não poderiam ser usados atualmente, eis que a moradia padrão é um "apertamento" e é totalmente proibitivo brincar na rua, seja por causa do trânsito, seja por falta absoluta de segurança. Uma opção é o playground dos edifícios, quando possível.

Mas certamente as crianças e adolescentes de hoje não se interessam por nenhum desses jogos. A moda é matar adversários em videogames, com bastante sangue espirrando para todo o lado. Ou usar armas de air soft ou paint ball, também para "matar" adversários. Matar, matar... Sinal dos tempos.

Voltemos agora ao passado. Peço desculpas pelo tom pessoal que costumo sempre dar a meus relatos. Naturalmente, essa é apenas uma amostra dos jogos da época.

 

1) Tamborete


Esse era um clássico. Quem não teve ou não brincou com esse jogo não teve infância.

 

2) Corrida de cavalinhos


A versão mostrada na foto já estava modernizada em relação àquela com a qual brincávamos, em que a pista de corrida era de papelão. Os cavalos corriam em raias e avançavam de acordo com pontos obtidos jogando um dado.

 

3) Pega-varetas


Também um clássico. Na minha casa, sentávamos à mesa minha mãe, meu padrasto, minha tia, minha prima, meu irmão e eu, jogando o pega-varetas. Lembro que a vareta preta era a mais valiosa. Se não me engano, valia 35 pontos.

 

4) O Céu é o Limite


Jogo baseado no programa de TV homônimo, apresentado por J. Silvestre, e que fazia estrondoso sucesso na década de 1950.

Foi meu sonho de consumo, mas era caro. Quando cursei a quarta série primária, a professora da minha turma, dona Marina, cada mês comprava do próprio bolso um brinquedo para os dois primeiros colocados nas provas. Num desses meses, o brinquedo para o primeiro era justamente esse jogo. Todo mês eu disputava com a colega Cármen Lúcia a primeira colocação. Naquele mês, fui o segundo colocado e meu brinquedo foi um jogo de boliches de madeira, mostrado mais abaixo nesta postagem. Fiquei frustrado.

Como jamais tive o jogo, não consigo descrevê-lo em detalhes. Mas lembro que havia perguntas e respostas e um fio com plugs nas pontas: um era introduzido no orifício da pergunta e o outro tinha de sê-lo no orifício da resposta correta. Se isso acontecesse, uma luz se acendia.

 

5) Batalha Naval


Também um clássico. Quantas e quantas vezes joguei esse jogo, com meu irmão e meu padrasto. Às vezes jogávamos os três ao mesmo tempo, cada um com duas folhas, uma para cada oponente. O bloco na época era diferente da imagem acima.

 

6) Ludo, Ludo Real, Moinho e Xadrez Chinês


Mais um clássico. Dificilmente se acha alguma criança da época que desconhecia esse jogo.

 

7) Monopólio / Banco Imobiliário


Dois jogos muito conhecidos e bem parecidos. No meu caso, eu tinha o Monopólio. Acho que o Banco Imobiliário foi lançado posteriormente. O problema desses jogos é que eram intermináveis. Dificilmente se conseguia levar o adversário à bancarrota.

 

8) Resta Um


Não era tão conhecido assim. Para quem não o jogou, no início os pinoss eram arrumados como na foto. Depois você ia comendo os pinos um a um, como se faz no jogo de damas, e ao final deveria restar apenas um pino, justamente no buraco central, que na foto está vazio. Não era fácil conseguir isso.

 

9) Bolas de gude


Quem não tinha? Havia vários jogos usando-as, como búrica, triângulo, etc. Alguns exigiam solo de terra, como o de búrica. As bolas de gude podiam ser de três tamanhos, sendo que as maiores eram chamadas de "bolão" e as menores, de "olhinho".

Era um jogo muito propenso a confusões, quando um jogador resolvia pegar as bolas de gude do outro, na marra ou usando artifícios. Eu mesmo confesso ter feito isso com um colega menor, de nome Antônio José, cujas bolas de gude ficavam dentro de uma lata. Disfarçadamente, eu derrubava a lata, as bolas se esparramavam e eu aproveitava para pegar algumas e botar no bolso. Que vergonha, Helio Ribeiro! Vai ter de se explicar com o vermelhinho, após a morte.

Lembro algumas falas típicas dos jogos de bola de gude, como "Marraio!", significando que quem a disesse primeiro seria o último a jogar, na primeira rodada do jogo. Outra fala era "Feridor sou rei!", significando que se a bola de gude dele atingisse a de outro jogador, aquele assumiria um papel principal no jogo (não lembro qual). Tinha também "Acompanha!", que tinha de ser proferida logo após o "Marraio!", e quem a disesse seria o penúltimo a jogar na primeira rodada. Será que errei nas descrições? Se o fiz, por favor me corrijam.

 

10) Jogo de botão


Também um clássico. Podia ser jogado em tabuleiros especialmente desenhados para tal, ou então em cima de qualquer mesa. Durante minha infância jogamos na mesa da sala de visitas, que não era usada. Desenhávamos com giz as marcações do campo. Depois de adulto, comprei duas mesas apropriadas, uma grande e outra pequena, e fazíamos torneio no terraço lá de casa.

Meu irmão e eu tínhamos botões de times comprados e botões feitos ou conseguidos por nós. Lembro que ganhamos botões dos seis principais times da época: Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco da Gama, América e Bangu. Apesar de termos feito ocasionalmente botões a partir de casca de coco (os chamados "coquinhos") ou com plástico derretido em forminhas metálicas de empada, minha preferência eram as chamadas "vidrilhas", tampas plásticas de relógio de pulso, que eu conseguia nos relojoeiros do SAARA. Meu time era composto de aproximadamente 70 vidrilhas, cada uma delas devidamente numerada e pintada de prateado. A foto abaixo mostra alguns dos meus craques.


Os goleiros eram de caixa de fósforo, preenchidas com chumbo derretido, pregos ou qualquer material que as deixasse pesadas. Depois eu os encapava com pedaços diferentes de maços de cigarro. Meus goleiros eram muito bonitos, modéstia à parte. A foto abaixo mostra dois deles. Tenho quatro até hoje guardados.


As bolas podiam ser as que vinham com os times comprados, ou então miolo de pão, papel metálico de maços de cigarro ou dados pequenininhos.

Também confeccionávamos taças, usando como material a parte aluminizada dos maços de cigarro, como forma a extremidade de cabo de vassoura e como base uma moeda.

Disputávamos Copas do Mundo, usando como fonte um atlas geográfico para escolher os países que fariam parte do certame, o qual durava muito tempo.


11) Autorama


Jogo caro, sonho de muitos meninos. Houve várias versões dele ao longo dos anos.


12) Boliche


Como citei no jogo "O Céu é o Limite", acima, este foi o tipo de jogo de boliche que ganhei da professora. Parece exatamente igual a ele.

 

13) Víspora


Esse era um jogo que envolvia toda a minha família, usando grãos de milho ou de feijão para as marcações. Jogávamos minha mãe, tia, tio, padrasto, meu irmão e eu. Meu tio cantava os números através de gírias, que já escrevi uma vez aqui no SDR mas que vou reescrever, aquelas de que me lembro:

1- começou o jogo
2 - Duque de Caxias
3 - orelha de porco
4 - quatrino que lambe los pintos
5 - quina
6 - pingo no bojo
7 - machadinha
9 - pingo no pé
10 - despe-te e cai n'água (que eu entendia como dez pintim cai n'água)
11 - um atrás do outro
12 - dúzia
13 - número da sorte (ou do azar)
14 - com as trouxas na cabeça
15 - quinzena
18 - ronco do porco
22 - dois patinhos na lagoa
24 - viado
29 - distrito de Madureira
33 - idade de Cristo
44 - dois bicudos não se beijam
55 - dois portugueses atracados
66 - noventa e nove (os distraídos comiam mosca)
69 - de lá para cá como de cá para lá
77 - duas machadinhas
88 - óculos de padre Inácio
90 - terminou o jogo 
 

----------------  FIM  DA  POSTAGEM ---------------

 

  CONCURSO SDR DE CINEFILIA Seguem os trailers da segunda rodada do concurso. Ocupem seus lugares e divirtam-se. A sessão vai começar. ...