JOGOS
Hoje vamos voltar no
tempo e relembrar alguns dos jogos existentes na nossa infância, muitos dos
quais nunca saíram de linha. Lembrando que naquela época dispúnhamos de
espaço para os folguedos, fosse por morarmos em casas com quintal, fosse por podermos
brincar na rua ou, eventualmente, em alguma praça próxima. Muitos dos jogos
antigos, que eram realizados ao ar livre, não poderiam ser usados atualmente,
eis que a moradia padrão é um "apertamento" e é totalmente proibitivo
brincar na rua, seja por causa do trânsito, seja por falta absoluta de
segurança.
Mas certamente as
crianças e adolescentes de hoje não se interessam por nenhum desses jogos. A
moda é matar adversários em videogames, com bastante sangue espirrando para
todo o lado. Ou usar armas de air soft ou paint ball, também para
"matar" adversários. Matar, matar... Sinal dos tempos.
Voltemos agora ao
passado. Peço desculpas pelo tom pessoal que costumo sempre dar a meus relatos.
Naturalmente, essa é apenas uma amostra dos jogos da época.
1) Tamborete
2) Corrida de cavalinhos
3) Pega-varetas
4) O Céu é o Limite
Foi meu sonho de
consumo, mas era caro. Quando cursei a quarta série primária, a professora da
minha turma, dona Marina, cada mês comprava do próprio bolso um brinquedo para
os dois primeiros colocados nas provas. Num desses meses, o brinquedo para o
primeiro era justamente esse jogo. Todo mês eu disputava com a colega Cármen
Lúcia a primeira colocação. Naquele mês, fui o segundo colocado e meu brinquedo
foi um jogo de boliches de madeira, mostrado mais abaixo nesta postagem. Fiquei frustrado.
Como jamais tive o
jogo, não consigo descrevê-lo em detalhes. Mas lembro que havia perguntas e
respostas e um fio com plugs nas pontas: um era introduzido no orifício da
pergunta e o outro tinha de sê-lo no orifício da resposta correta. Se isso
acontecesse, uma luz se acendia.
5) Batalha Naval
6) Ludo, Ludo Real, Moinho e Xadrez Chinês
7) Monopólio / Banco Imobiliário
8) Resta Um
9) Bolas de gude
Era um jogo muito
propenso a confusões, quando um jogador resolvia pegar as bolas de gude do
outro, na marra ou usando artifícios. Eu mesmo confesso ter feito isso com um
colega menor, de nome Antônio José, cujas bolas de gude ficavam dentro de uma
lata. Disfarçadamente, eu derrubava a lata, as bolas se esparramavam e eu
aproveitava para pegar algumas e botar no bolso. Que vergonha, Helio Ribeiro!
Vai ter de se explicar com o vermelhinho, após a morte.
Lembro algumas falas
típicas dos jogos de bola de gude, como "Marraio!", significando que
quem a disesse primeiro seria o último a jogar, na primeira rodada do jogo.
Outra fala era "Feridor sou rei!", significando que se a bola de gude
dele atingisse a de outro jogador, aquele assumiria um papel principal no jogo
(não lembro qual). Tinha também "Acompanha!", que tinha de ser
proferida logo após o "Marraio!", e quem a disesse seria o penúltimo
a jogar na primeira rodada. Será que errei nas descrições? Se o fiz, por favor
me corrijam.
10) Jogo de botão
Meu irmão e eu tínhamos
botões de times comprados e botões feitos ou conseguidos por nós. Lembro que
ganhamos botões dos seis principais times da época: Flamengo, Fluminense,
Botafogo, Vasco da Gama, América e Bangu. Apesar de termos feito ocasionalmente
botões a partir de casca de coco (os chamados "coquinhos") ou com
plástico derretido em forminhas metálicas de empada, minha preferência eram as chamadas
"vidrilhas", tampas plásticas de relógio de pulso, que eu conseguia
nos relojoeiros do SAARA. Meu time era composto de aproximadamente 70
vidrilhas, cada uma delas devidamente numerada e pintada de prateado. A foto
abaixo mostra alguns dos meus craques.
Também confeccionávamos
taças, usando como material a parte aluminizada dos maços de cigarro, como
forma a extremidade de cabo de vassoura e como base uma moeda.
Disputávamos Copas do Mundo, usando como fonte um atlas geográfico para escolher os países que fariam parte do certame, o qual durava muito tempo.
11) Autorama
Jogo caro, sonho de
muitos meninos. Houve várias versões dele ao longo dos anos.
12) Boliche
Como citei no jogo "O Céu é o Limite", acima, este foi o tipo de jogo de boliche que ganhei da professora. Parece exatamente igual a ele.
13) Víspora
Esse era um jogo que envolvia toda a minha família, usando grãos de milho ou de feijão para as marcações. Jogávamos minha mãe, tia, tio, padrasto, meu irmão e eu. Meu tio cantava os números através de gírias, que já escrevi uma vez aqui no SDR mas que vou reescrever, aquelas de que me lembro:
2 - Duque de Caxias
3 - orelha de porco
4 - quatrino que lambe los pintos
5 - quina
6 - pingo no bojo
7 - machadinha
9 - pingo no pé
10 - despe-te e cai n'água (que eu entendia como dez pintim cai n'água)
11 - um atrás do outro
12 - dúzia
13 - número da sorte (ou do azar)
14 - com as trouxas na cabeça
15 - quinzena
18 - ronco do porco
22 - dois patinhos na lagoa
24 - viado
29 - distrito de Madureira
33 - idade de Cristo
44 - dois bicudos não se beijam
55 - dois portugueses atracados
66 - noventa e nove (os distraídos comiam mosca)
69 - de lá para cá como de cá para lá
77 - duas machadinhas
88 - óculos de padre Inácio
90 - terminou o jogo
---------------- FIM
DA POSTAGEM ---------------
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