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quarta-feira, janeiro 04, 2023

 

JOGOS

Hoje vamos voltar no tempo e relembrar alguns dos jogos existentes na nossa infância, muitos dos quais nunca saíram de linha. Lembrando que naquela época dispúnhamos de espaço para os folguedos, fosse por morarmos em casas com quintal, fosse por podermos brincar na rua ou, eventualmente, em alguma praça próxima. Muitos dos jogos antigos, que eram realizados ao ar livre, não poderiam ser usados atualmente, eis que a moradia padrão é um "apertamento" e é totalmente proibitivo brincar na rua, seja por causa do trânsito, seja por falta absoluta de segurança. Uma opção é o playground dos edifícios, quando possível.

Mas certamente as crianças e adolescentes de hoje não se interessam por nenhum desses jogos. A moda é matar adversários em videogames, com bastante sangue espirrando para todo o lado. Ou usar armas de air soft ou paint ball, também para "matar" adversários. Matar, matar... Sinal dos tempos.

Voltemos agora ao passado. Peço desculpas pelo tom pessoal que costumo sempre dar a meus relatos. Naturalmente, essa é apenas uma amostra dos jogos da época.

 

1) Tamborete


Esse era um clássico. Quem não teve ou não brincou com esse jogo não teve infância.

 

2) Corrida de cavalinhos


A versão mostrada na foto já estava modernizada em relação àquela com a qual brincávamos, em que a pista de corrida era de papelão. Os cavalos corriam em raias e avançavam de acordo com pontos obtidos jogando um dado.

 

3) Pega-varetas


Também um clássico. Na minha casa, sentávamos à mesa minha mãe, meu padrasto, minha tia, minha prima, meu irmão e eu, jogando o pega-varetas. Lembro que a vareta preta era a mais valiosa. Se não me engano, valia 35 pontos.

 

4) O Céu é o Limite


Jogo baseado no programa de TV homônimo, apresentado por J. Silvestre, e que fazia estrondoso sucesso na década de 1950.

Foi meu sonho de consumo, mas era caro. Quando cursei a quarta série primária, a professora da minha turma, dona Marina, cada mês comprava do próprio bolso um brinquedo para os dois primeiros colocados nas provas. Num desses meses, o brinquedo para o primeiro era justamente esse jogo. Todo mês eu disputava com a colega Cármen Lúcia a primeira colocação. Naquele mês, fui o segundo colocado e meu brinquedo foi um jogo de boliches de madeira, mostrado mais abaixo nesta postagem. Fiquei frustrado.

Como jamais tive o jogo, não consigo descrevê-lo em detalhes. Mas lembro que havia perguntas e respostas e um fio com plugs nas pontas: um era introduzido no orifício da pergunta e o outro tinha de sê-lo no orifício da resposta correta. Se isso acontecesse, uma luz se acendia.

 

5) Batalha Naval


Também um clássico. Quantas e quantas vezes joguei esse jogo, com meu irmão e meu padrasto. Às vezes jogávamos os três ao mesmo tempo, cada um com duas folhas, uma para cada oponente. O bloco na época era diferente da imagem acima.

 

6) Ludo, Ludo Real, Moinho e Xadrez Chinês


Mais um clássico. Dificilmente se acha alguma criança da época que desconhecia esse jogo.

 

7) Monopólio / Banco Imobiliário


Dois jogos muito conhecidos e bem parecidos. No meu caso, eu tinha o Monopólio. Acho que o Banco Imobiliário foi lançado posteriormente. O problema desses jogos é que eram intermináveis. Dificilmente se conseguia levar o adversário à bancarrota.

 

8) Resta Um


Não era tão conhecido assim. Para quem não o jogou, no início os pinoss eram arrumados como na foto. Depois você ia comendo os pinos um a um, como se faz no jogo de damas, e ao final deveria restar apenas um pino, justamente no buraco central, que na foto está vazio. Não era fácil conseguir isso.

 

9) Bolas de gude


Quem não tinha? Havia vários jogos usando-as, como búrica, triângulo, etc. Alguns exigiam solo de terra, como o de búrica. As bolas de gude podiam ser de três tamanhos, sendo que as maiores eram chamadas de "bolão" e as menores, de "olhinho".

Era um jogo muito propenso a confusões, quando um jogador resolvia pegar as bolas de gude do outro, na marra ou usando artifícios. Eu mesmo confesso ter feito isso com um colega menor, de nome Antônio José, cujas bolas de gude ficavam dentro de uma lata. Disfarçadamente, eu derrubava a lata, as bolas se esparramavam e eu aproveitava para pegar algumas e botar no bolso. Que vergonha, Helio Ribeiro! Vai ter de se explicar com o vermelhinho, após a morte.

Lembro algumas falas típicas dos jogos de bola de gude, como "Marraio!", significando que quem a disesse primeiro seria o último a jogar, na primeira rodada do jogo. Outra fala era "Feridor sou rei!", significando que se a bola de gude dele atingisse a de outro jogador, aquele assumiria um papel principal no jogo (não lembro qual). Tinha também "Acompanha!", que tinha de ser proferida logo após o "Marraio!", e quem a disesse seria o penúltimo a jogar na primeira rodada. Será que errei nas descrições? Se o fiz, por favor me corrijam.

 

10) Jogo de botão


Também um clássico. Podia ser jogado em tabuleiros especialmente desenhados para tal, ou então em cima de qualquer mesa. Durante minha infância jogamos na mesa da sala de visitas, que não era usada. Desenhávamos com giz as marcações do campo. Depois de adulto, comprei duas mesas apropriadas, uma grande e outra pequena, e fazíamos torneio no terraço lá de casa.

Meu irmão e eu tínhamos botões de times comprados e botões feitos ou conseguidos por nós. Lembro que ganhamos botões dos seis principais times da época: Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco da Gama, América e Bangu. Apesar de termos feito ocasionalmente botões a partir de casca de coco (os chamados "coquinhos") ou com plástico derretido em forminhas metálicas de empada, minha preferência eram as chamadas "vidrilhas", tampas plásticas de relógio de pulso, que eu conseguia nos relojoeiros do SAARA. Meu time era composto de aproximadamente 70 vidrilhas, cada uma delas devidamente numerada e pintada de prateado. A foto abaixo mostra alguns dos meus craques.


Os goleiros eram de caixa de fósforo, preenchidas com chumbo derretido, pregos ou qualquer material que as deixasse pesadas. Depois eu os encapava com pedaços diferentes de maços de cigarro. Meus goleiros eram muito bonitos, modéstia à parte. A foto abaixo mostra dois deles. Tenho quatro até hoje guardados.


As bolas podiam ser as que vinham com os times comprados, ou então miolo de pão, papel metálico de maços de cigarro ou dados pequenininhos.

Também confeccionávamos taças, usando como material a parte aluminizada dos maços de cigarro, como forma a extremidade de cabo de vassoura e como base uma moeda.

Disputávamos Copas do Mundo, usando como fonte um atlas geográfico para escolher os países que fariam parte do certame, o qual durava muito tempo.


11) Autorama


Jogo caro, sonho de muitos meninos. Houve várias versões dele ao longo dos anos.


12) Boliche


Como citei no jogo "O Céu é o Limite", acima, este foi o tipo de jogo de boliche que ganhei da professora. Parece exatamente igual a ele.

 

13) Víspora


Esse era um jogo que envolvia toda a minha família, usando grãos de milho ou de feijão para as marcações. Jogávamos minha mãe, tia, tio, padrasto, meu irmão e eu. Meu tio cantava os números através de gírias, que já escrevi uma vez aqui no SDR mas que vou reescrever, aquelas de que me lembro:

1- começou o jogo
2 - Duque de Caxias
3 - orelha de porco
4 - quatrino que lambe los pintos
5 - quina
6 - pingo no bojo
7 - machadinha
9 - pingo no pé
10 - despe-te e cai n'água (que eu entendia como dez pintim cai n'água)
11 - um atrás do outro
12 - dúzia
13 - número da sorte (ou do azar)
14 - com as trouxas na cabeça
15 - quinzena
18 - ronco do porco
22 - dois patinhos na lagoa
24 - viado
29 - distrito de Madureira
33 - idade de Cristo
44 - dois bicudos não se beijam
55 - dois portugueses atracados
66 - noventa e nove (os distraídos comiam mosca)
69 - de lá para cá como de cá para lá
77 - duas machadinhas
88 - óculos de padre Inácio
90 - terminou o jogo 
 

----------------  FIM  DA  POSTAGEM ---------------

 

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