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quinta-feira, outubro 17, 2024

 

QUEM É O DRINKWISER? (2)

(Continuação da postagem de ontem)

 

1)     HANKY PANKY

Vale 5 pontos.

Criado por Ada Coleman, líder da equipe do American Bar de Londres, esse coquetel é requisitado pela sua elegância e, claro, pelo sabor bastante expressivo. 

 

É feito com London Dry Gin, vermute doce e Fernet. Este último dá um toque mentolado delicioso à bebida.

 

2)      RABO DE GALO  e  RABO DE GALINHA

Vale 2 pontos.

Rabo de galo é a tradução literal de cocktail, mas alho não tem nada a ver com bugalho. Cocktail é um termo genérico para qualquer drink resultante da mistura de mais de uma bebida. A origem do termo é bastante controversa.

O rabo de galo surgiu na década de 1950 para atender à demanda de imigrantes italianos por vermutes de sua terrinha natal. Com o tempo se espalhou pelo país todo, adotando inúmeras variações e tendo direito até a campeonato nacional.

Um rabo de galo legítimo é composto por cachaça e vermute vermelho (Circolo Rosso ou Carpano). A composição clássica é 60 ml de aguardente e 30 ml de vermute. Além de gelo e limão.

Um derivado do rabo de galo é o rabo de galinha, composto por 50 ml de cachaça, 25 ml de Cynar 70, 3 dashes de bitter de laranja e casca de limão Taiti.

Vale 4 pontos.

Você sabe o que é Cynar? Eu não sabia. É um bitter à base de alcachofra, criado em 1952 pelo empresário veneziano Angelo Dalle Molle. Outras 13 ervas e plantas entram na composição do drink. Quais são é segredo do Grupo Campari, atual detentor da marca.

 

3)      HI-FI  e  SCREWDRIVER

Vale 1 ponto.

É um drink nacional composto por vodka, refrigerante de laranja e gelo. O nome deriva de um programa de TV do início dos anos 1960, “Crush em Hi-Fi”. Em algumas versões a vodka é substituída por cachaça.

O screwdriver (chave de fenda, em inglês) é parecido com o hi-fi, substituindo o refrigerante de laranja pelo suco da fruta.

A composição de ambos é parecida, com 50 ml de vodka e 100 ml de refrigerante ou suco de laranja, dependendo de ser hi-fi ou screwdriver.

 

4)      CAMPARI

Vale 2 pontos.

É um bitter servido como aperitivo, composto pela infusão de mais de sessenta ingredientes, combinados e macerados num malte de água destilada e álcool. Seu sabor adocicado num primeiro momento se torna amargo a seguir. Pode ser tomado puro ou com gelo, e neste caso o amargor diminui. O teor alcoólico varia entre 20,5 a 28,5%, dependendo do país onde é vendido.

Foi criado entre 1862 e 1867 pelo italiano Gaspare Campari. A fórmula se manteve inalterada esse tempo todo e é um segredo do Grupo Campari, de Milão.

 

5)      STEINHÄGER

Vale 4 pontos.

Bebida destilada à base de zimbro. Surgiu no século XV na aldeia de Steinhagen, na Westphalia, atualmente pertencente à Alemanha. Na produção, as frutas de zimbro são esmagadas junto com grãos de trigo. Após fermentada, a mistura é destilada em alambiques. Desde 1989 a bebida é considerada uma denominação de origem protegida pela legislação da União Europeia. Na Alemanha a bebida não pode sofrer adição de nenhum componente além dos originais.

Se misturada a chope, o resultado é conhecido como submarino.

 

6)       MANHATTAN

Vale 4 pontos.

Considerado um dos seis drinks básicos. Composto por uísque, vermute doce e bitters. A receita original usa uísque de centeio (rye whisky), mas também podem ser usados uísque canadense, Bourbon, blended whisky ou Tennessee whiskey.

Normalmente é servido mexido com gelo e coado em uma taça sem gelo, decorado com uma cereja marasquino. Mas pode ser servido on the rocks, num copo de uísque.

 

7)       OLD FASHIONED

Vale 4 pontos.

É considerado o campeão de popularidade mundial. Preparado com uísque, bitter, açúcar e uma fatia decorativa de laranja. Foi batizado como old fashioned em 1880.

Há muitas variações de preparo do drink.

 

8)      COSMOPOLITAN

Vale 4 pontos.

Celebrizado pelo seriado Sex and the City, cujos personagens viviam com um copo desse drink na mão, é feito com vodka, licor de laranja ou suco de limão, e cranberry, que dá a cor avermelhada ao drink.

OBS: Cranberry é uma fruta pouco conhecida no Brasil. Também assume os nomes de arando, airela ou oxicoco.

 

----  FIM  DA  POSTAGEM  ----

 

QUEM É O DRINKWISER? (1)

Nas postagens deste fim de semana vamos descobrir quem é o drinkwiser, anglicismo que inventei para indicar o maior conhecedor de drinks. Para tal, serão apresentados vários drinks, cada qual valendo pontos para quem os conhecer. Só conta pontos quem já experimentou o drink várias vezes. Quem apenas o provou por curiosidade ou em raríssimas ocasiões não pontua. Confio na honestidade de todos.

Na noite de domingo saberemos quem é o drinkwiser. Este terá direito a experimentar o drink Moscow Mule ou o Sazerac, no bar de sua preferência, pago com seu próprio dinheiro. Bom incentivo, não?

 

1)      POIRE

Vale 4 pontos.

É um destilado francês de pera, já que o nome deste fruto naquele idioma é justamente poire. A Suíça também é um grande produtor dessa bebida.

O ideal é servi-la em pequenas taças, entre 6 e 8 graus centígrados. Dizem que é um ótimo digestivo, ingerido após as refeições, mas muitos a bebem sem esse objetivo.

Um dos maiores divulgadores do poire no Brasil foi Ulysses Guimarães, que costumava servir a bebida durante reuniões políticas, daí sendo originada a expressão Turma do Poire para o grupo. Reuniões de bêbados. Isso explica muitas coisas, não é? Agora entendi tudo.

 

2)      DAIQUIRI

Vale 2 pontos.

Bebida de origem cubana feita com rum, suco de lima e açúcar (ou xarope). Tem uma longa história. O nome deriva de uma mina de ferro e uma praia situadas perto de Santiago de Cuba.

Consta que a bebida surgiu em 1905 quando um engenheiro da referida mina, ao entreter convidados, percebeu que o gin servido havia acabado. Usou então rum, que era apreciado pelos trabalhadores da mina. Daí em diante é uma longa história.

Quem estiver interessado nela, consulte  https://pt.wikipedia.org/wiki/Daiquiri.

A composição varia muito, porém originalmente era feita colocando-se bastante gelo picado num copo alto, depois uma colher de açúcar, sumo de um limão espremido e completando-se com rum, mexendo bem para misturar tudo.

 

3)  NEGRONI

Vale 5 pontos.

É considerado o drink mais vendido no mundo. A origem deste drink é o Milano-Torino, conhecido como Mi-To, feito com Campari e vermute doce. Esse drink era o favorito do Conde Camillo Negroni, que após uma viagem às Américas pediu que o bartender acrescentasse gin à mistura.

O Negroni é assim composto por uma dose de gin, uma de Campari, uma de vermute tinto e uma rodela de laranja. Junte gelo e sirva.

 

4)  CUBA-LIBRE

 Vale 1 ponto.

Um dos mais famosos drinks do mundo. Em alguns países possui outro nome, como Cubata na Espanha e Roncola no Chile. Fulanos dizem que Cubata é um drink diferente, usando gin no lugar de rum; beltranos dizem que a diferença é o uso de rum escuro na Cubata. O que dizem os sicranos?

Reza a lenda que o Cuba-Libre foi criado no ano de 1898, quando Cuba lutava para se livrar da Espanha com a ajuda dos EUA. Dizem que um tal capitão Russel, das tropas americanas que ocuparam Cuba na época, resolveu misturar Ron Bacardi Carta Oro com refrigerante Coca-Cola no The American Bar e fez uma saudação gritando “Por una Cuba libre”. Mas não se sabe se isso é verdade, pois alguns dizem que a Coca-Cola só chegou a Cuba em 1900, dois anos depois do regresso de Russel aos EUA.

A composição varia de lugar para lugar. O refrigerante pode ser Coca-Cola ou Pepsi. A proporção entre rum e cola também varia. Geralmente são 50 ml de rum claro com 100 ml de cola, num copo longo com gelo e decorado com uma rodela de limão dentro ou fora, ou com sumo de limão.

 

5)      SAMBA EM BERLIM

Vale 1 ponto.

É a versão brasileira da Cuba-Libre, substituindo-se o rum por cachaça. Consta que durante a II Guerra Mundial os pracinhas recebiam Coca-Cola enviada para as tropas aliadas, que a ingeriam na temperatura ambiente. Os pracinhas achavam a bebida amarga, pois a Coca-Cola ainda não era muito conhecida por aqui. Então resolveram misturar cachaça com o refrigerante. Posteriormente se adicionaram gelo e uma rodela de limão, fazendo com que a bebida ficasse muito parecida com a Cuba-Libre, sendo batizada de Samba em Berlim. Acaso ou não, houve em 1943 um filme com esse mesmo nome.

Não sei se a origem do drink é essa mesmo, porque os pracinhas não combateram na Alemanha e sim apenas na Itália.

 

6)       MARGARITA

Vale 4 pontos.

De origem mexicana (embora alguns o considerem americano). Há mais de uma versão sobre o nome da bebida.

A composição é 45 ml de tequila, 22,5 ml de sumo de limão, igual quantidade de xarope de agave (um tipo de cactus azul) e sal na borda (opcional).

Outra composição é 60 ml de tequila, 30 ml de suco de limão, 15 ml de licor de laranja triple sec. Rodela de limão e sal na borda (opcional).

 

7)       MARTINI

Vale 1 ponto.

Bebida composta por gin e vermute seco, mexido com gelo, coado e servido numa taça com azeitona decorando.

Há muitas variações de Martini, sendo a mais comum a chamada dry Martini. A composição pode ser: 75 ml de gin seco e 15 ml de vermute branco seco.

 

8)       MOJITO

Vale 5 pontos.

Drink cubano, composto por rum branco, açúcar, hortelã, limão e água gaseificada.

 

----  CONTINUA  AMANHà   ----

P.S.: Vendo as fotos, eu me pergunto se ao me manter abstêmio eu não acabei perdendo boas coisas.

domingo, outubro 13, 2024

 

CARROS ESPORTIVOS NACIONAIS (2)

Esta postagem é continuação daquela de ontem.

 

1)      BRASINCA UIRAPURU

Fundada em setembro de 1949 pela Gil & Schüler, uma das maiores revendas Ford do interior de São Paulo, a Inca – Indústria Nacional de Carrocerias de Aço S/A foi a primeira firma do país a fabricar carrocerias metálicas para ônibus. Por volta de 1952, para não ser confundida com a Incar, pequena fábrica de carrocerias de madeira então existente, mudou de nome para Brasinca.

Embora não fosse a finalidade da Brasinca, ela resolveu apostar num veículo esportivo. Usando o chassis do Aero Willys, projetou um automóvel de duas portas, que batizou de Boulevard. Oferecido à Willys Overland, foi recusado de pronto. Mas a Brasinca insistiu e daí surgiu o projeto Uirapuru.

Lançado no Salão de Automóveis de 1964 com a sigla 4200 GT, projetado e construído por Rigoberto Soler, a produção teve início em março de 1965. Usava mecânica Chevrolet de caminhão, com motor de 4.217 cc, seis cilindros em linha, tripla carburação e 155 CV. Na época era o carro de série mais veloz do Brasil, atingindo 200 km/h. Foto abaixo.

A crise brasileira de meados dos anos 1960 forçou o abandono do projeto em 1966, após 50 unidades comercializadas. O projeto foi vendido para a STV – Sociedade Técnica de Veículos Ltda, de São Paulo, que o relançou com o nome Uirapuru. Várias alterações foram efetuadas, embora poucas na parte externa.

No V Salão do Automóvel foi lançada a raríssima versão conversível do carro, da qual só foram produzidas 3 unidades.

A produção almejada de 20 unidades mensais das três versões do Uirapuru jamais se concretizou e já em 1967 a empresa suspendeu a fabricação delas, após construídas 76 unidades no total, inclusive as da época da Brasinca.

 

2)      HOFSTETTER

Talvez o automóvel de estilo mais radical já fabricado até hoje no Brasil, o Hofstetter foi desenhado em 1973 na Suíça, pelo brasileiro de ascendência suíça Mário Richard Hofstetter, na época com apenas 16 anos de idade. O motor era um Cosworth Brian Hart, normalmente usado em Fórmula 1. As portas eram no estilo gaivota e os vidros fixos, de modo que o ar condicionado era ligado automaticamente quando se dava partida no motor. Foto abaixo.

Hofstetter inspirou-se nos moderníssimos carros-conceito italianos da época, em especial o Alfa Romeo Carabo e o Maserati Boomerang, projetado por Giugiaro para a Ital-Design. Abaixo vemos fotos desses dois carros: Carabo em cima e Boomerang embaixo.

Embora construído o primeiro protótipo em 1973, o segundo só foi completado em 1982, já no Brasil. Sua carroceria de fibra de vidro mal atingia 1,03 m de altura. A parte mecânica era uma mistura total: motor 1.6 do Passat, suspensão dianteira do Chevette, suspensão traseira McPherson do Passat, arrefecimento da Kombi diesel.

Apresentado no XIII Salão do Automóvel em 1984, a produção foi iniciada em meados de 1986, pela Hofstetter Indústria e Comércio de Veículos Ltda, com produção limitada prevista para 30 carros por ano. Até o final de 1987 haviam sido vendidas 13 unidades.

Abaixo uma vista do interior do modelo Turbo do Hofstetter.

Por volta de 1987 o fabricante passou a ser a Tecnodesign Mecânica, Indústria e Comércio Ltda e foi lançado o modelo Hofstetter Cortada, sobrenome do proprietário da firma.

O último exemplar de que se tem notícia estava à venda em 1993.

 

3)      VENTURA

A firma L’Automobile Distribuidora de Veículos Ltda, de São Paulo, foi fundada em 1975, com o objetivo de fabricar réplicas de carros históricos.

No XI Salão de Automóveis, em 1978, foi apresentado o Ventura, sobre plataforma VW Brasília com motor de Variant II.

Os faróis eram do Dodge Polara e as lanternas traseiras eram do Alfa Romeo 2300. O interior era rebuscado, com painel, console e túnel revestidos de couro. Os bancos eram reclináveis, de couro com veludo cotelê. Os alto-falantes eram acoplados aos encostos de cabeça. Havia itens pouco comuns à época: toca-fitas, ar condicionado, vidros elétricos e teto solar deslizante.

O modelo agradou inclusive a estrangeiros. Para atender à demanda, a fábrica se mudou para São Bernardo do Campo. Eram produzidas 60 unidades por mês.

Com a recessão da década de 1980, no ano de 1983 a L’Automobile se desfez. Sua sucessora foi a L’Auto Craft, que continuou a produzir o Ventura, nas suas instalações em Barra do Piraí.

 

4)      BIANCO

Ottorino (Tino) Bianco fundou em 1974 a Toni Bianco Competições, com oficina em Diadema. Era projetista e construtor de carros esportivos. Em 1976 lançou no X Salão do Automóvel o Bianco S, que teve grande aceitação e vendeu 180 unidades naquele salão. A carroceria era de plástico reforçado com fibra de vidro. A plataforma era a da VW Brasília, com motor de 1600 cc, dupla carburação e 65 CV de potência.

A firma não conseguiu dar conta da grande procura e a vendeu, mantendo o logotipo e a marca por mais três anos.

No XI Salão do Automóvel, em 1978, a nova fabricante lançou o Tarpan, adaptado para atender a normas de exportação. O modelo não foi bem aceito. Em 1983 a firma encerrou as atividades.

 

5)      AURORA

Em 1989 a firma Aurora Projetos Automobilísticos Ltda, de Valinhos (SP) projetou um automóvel fora-de-série inspirado nos GTs Ferrari e Porsche. Concebido por Oduvaldo Barranco, auxiliado por dois projetistas de carros de competição argentinos, o carro foi apresentado no XVI Salão do Automóvel, em 1990, ainda sob a forma de maquete, e no salão seguinte, em 1992, já na forma definitiva. O projeto era ambicioso e a construção complexa. O motor era o 2.0 do Monza, com cilindrada aumentada para 2184 cc e equipado com turbocompressor Garret, elevando a potência para 214 CV. O modelo atingia 205 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em menos de nove segundos, superando todos os modelos nacionais em aceleração e velocidade máxima.


Por azar, a empresa lançou o carro justamente quando o governo Collor liberou as importações. Somente três unidades foram vendidas. A firma fechou em 1993.

 

6)      SANTA MATILDE

A Companhia Industrial Santa Matilde é uma firma muito antiga, fundada em 1916, com objetivo de explorar manganês na área de Conselheiro Lafaiete. Em 1926 entrou no ramo ferroviário, reformando e fazendo manutenção de vagões. Em 1946 passou a fabricá-los. Em 1968 ingressou no ramo de máquinas agrícolas, tendo grande sucesso durante anos.

Mas foi a partir de 1975 que a Santa Matilde resolveu construir carros esportivos, ao lançar o SM 4.1, com componentes mecânicos do Opala. O projeto foi de Ana Lídia Pimentel, filha do presidente da empresa, tendo como responsável pela construção do protótipo o piloto Renato Peixoto.

O carro foi apresentado na Expo-77 e lançado oficialmente no XI Salão do Automóvel. A imprensa especializada se dividiu: parte elogiou o carro, parte o criticou.

Ao longo dos anos foram sendo lançados modelos ligeiramente diferentes. Abaixo, um SM ano 1984.

Um SM conversível.


Um SM 1992.

Um horrendo SM 1997, construído sob encomenda e supervisão do comprador.

Este foi o último modelo fabricado. Em 2005 a Santa Matilde entrou em falência.

 

------  FIM  DA  POSTAGEM -----

 

CARROS ESPORTIVOS NACIONAIS (1)

OBS: Nesta postagem estou metendo o bedelho no que não conheço nem nunca me interessei em conhecer. Por isso tive de me basear exclusivamente no que obtive na Internet, sem nenhuma adição de minha autoria. Deixo a cargo dos conhecedores e interessados acrescentarem tudo o que considerarem conveniente para ilustrar mais a postagem.

A postagem de hoje é sobre carros esportivos genuinamente nacionais. Até a década de 1990 a importação de veículos era problemática, por isso a indústria nacional se esforçou em atender a uma demanda de carros esportivos. Após a liberação das importações, nenhuma dessas indústrias sobreviveu. Por esta razão os carros aqui mostrados são considerados peças de colecionador e alguns alcançam preços elevados no mercado especializado nesse segmento de veículos.

Vários desses modelos eu nunca vi, nem circulando nas ruas nem em exposições de carros antigos. Alguns fabricantes criaram vários modelos e seria extenso postá-los ou dissertar sobre eles aqui. Por isso apenas um ou outro modelo foi selecionado para a postagem.

Da mesma forma, a história de cada fabricante é muito extensa e foi extremamente condensada.

 

1)  FARUS ML 929

A Farus Indústria de Veículos Esportivos Ltda foi uma indústria de Belo Horizonte fundada em 1979 por pai e filho, Alfio e Giuseppe Russo, daí o nome Farus, resultante da fusão das palavras Família Russo. Na verdade, o projeto do primeiro carro foi iniciado em 1977, quando pai e filho eram donos da Italmecânica, fábrica de equipamentos para a indústria alimentícia.

Em junho de 1980 foi lançado o primeiro modelo, o Farus ML 929. A mecânica era do Fiat Rallye (motor 1.3 de 72 CV e caixa de quatro marchas). As lanternas traseiras eram do Ford Corcel II.

No final de 1984 foi apresentado o Farus Beta, nas versões conversível e coupé, agora com conjunto motriz do Monza 1.8 (motor de 96 CV a álcool e 83 CV a gasolina) e caixa automática ou manual de quatro ou cinco marchas.


Em 1989 a Farus lançou o Quadro, com várias novidades em relação ao modelo anterior.

Em 1990 a Farus foi vendida para a indústria paulista Tecvan – Tecnologia de Vanguarda Ltda, que não sobreviveu às importações liberadas e fechou as portas em 1991.

 

2)      PUMA


A Puma foi a realização do sonho de um italiano naturalizado brasileiro, Genaro “Rino” Malzoni, de criar um veículo com proposta esportiva, usando carroceria de fibra de vidro montada sobre a plataforma de um carro de passeio. O protótipo foi desenvolvido na sua fazenda em Matão, interior de São Paulo, usando chassis e mecânica DKW Vemag, motor de 3 cilindros e 981 cm³ e peso de 720kg. Os responsáveis pelo protótipo foram Jorge Lettry (departamento de competições da Vemag), Rino Malzoni e Anísio Campos (designer e piloto). Esse protótipo venceu cinco corridas em Interlagos em 1964 e várias outras no ano seguinte.

O sucesso deu origem em 25 de agosto de 1963 à Sociedade de Automóveis Lumimari Ltda, nome derivado das iniciais de seus fundadores: Luis Roberto Alves da Costa, Milton Masteguin, Mário César de Camargo Filho e Rino Malzoni. O primeiro modelo foi batizado de GT Malzoni e estima-se que apenas 35 unidades foram fabricadas, entre 1964 e 1966. Foto abaixo.

Em 1966, por sugestão de Jorge Lettry, a empresa foi rebatizada como Puma Veículos e Motores e o GT Malzoni relançado como Puma GT em 1967. Estima-se que foram produzidas 125 unidades.

No mesmo ano de 1967 a Vemag foi comprada pela Volkswagen e a Puma passou a usar a plataforma do Karmann Ghia 1500 no lugar do DKW Vemag. O resultado foi o lançamento do Puma GT VW em 1969. Foto abaixo.

A partir daí, foram tantos os diferentes modelos de Puma lançados que daria uma postagem só para eles. Paramos por aqui, destacando apenas o Puma GTB 1974, com mecânica do Opala 4.1.

Em 1979 morreu Rino Malzoni. Em 1986 a Puma deixou de existir na prática.

 

3)      WILLYS INTERLAGOS

O Willys Interlagos foi produzido de 1962 a 1966, sendo considerado por alguns o primeiro carro esportivo nacional. Era a versão brasileira do Renault Alpine A108. Foi produzido em três versões: berlineta, conversível e coupé. Fotos de duas delas abaixo.


A título de comparação, abaixo o Renault Alpine A108.

 

4)      LOBINI

A Lobini foi uma fabricante brasileira de automóveis fundada em 1999. O nome é composição de José Orlando Lobo e Fábio Birolini. Tinha sede em Cotia (SP). Em 2006 o controle da empresa foi passado para Antônio Ermírio de Moraes Filho e foi fundada a Brax Automóveis, ficando os antigos proprietários da Lobini como diretores. Seu único modelo de carro lançado foi o Lobini H1, motor de 1.8 turbo derivado do Golf GTI, à venda a partir de 2005. Era o mais veloz carro brasileiro, passando dos 220 km/h e acelerando de 0 a 100 km/h em apenas 6,3 segundos. Foto abaixo.

Estava previsto o lançamento do Lobini R porém a empresa fechou em 2012.

 

5)      MIURA

Miura era a marca dos carros esportivos produzidos pela empresa gaúcha Besson, Gobbi & Cia. Ltda, dos empresários Aldo Besson e Itelmar Gobbi. O primeiro carro da longa série que recebeu o nome Miura foi lançado em 1976, no X Salão de Automóveis. Usava plataforma da VW Brasília. Era baseado no Lamborghini Urraco e foi projetado por Nilo Laschuk, então ainda estudante de arquitetura em Caxias do Sul. Foto abaixo.

Desde o início o Miura apresentava soluções técnicas e estéticas originais e modernas, algumas das quais só adotadas pelo mercado décadas depois.

Em 1979 foi apresentado o protótipo do Miura MTS, com motor Passat TS e o resto da mecânica ainda da VW Brasília.

Em novembro de 1981 foi lançado o Miura Targa, com teto rígido removível e motor dianteiro, mecânica Passat GTS. Motor 1,6 (76 CV a gasolina) ou 1,5 (65 CV a álcool).

Em 1985 for a vez do Miura Saga, o mais famoso da série. Foto abaixo.

Em 1987 foi a vez do Miura X8. Em 1990 foi lançado o último modelo da série, o X11. Na foto abaixo vemos na parte superior o X8 e na inferior o X11.

Em 1992, com a abertura do mercado para os carros importados, a produção do Miura foi encerrada.

      

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